Depois dessa frase, que embora não seja refinada e de tacto, não deixa de ser inspiradora e com a sua verdade. No entanto, muitas destas opiniões nem sempre regem-se de alguma ponderação ou sequer alguma reflexão.
O que é realmente preocupante, é a forma como que algumas "verdades" ou ideais são espalhados, adquiridos e impostos, sem que as liberdades inerentes ao livre arbítrio, um direito consagrado na Carta dos Direitos Humanos, de livre escolha e opinião sejam respeitados. No entanto, parece-me que, não seguindo as tendências actuais de comportameno de carneirada, os rótulos que nos colam são inevitáveis.
Recentemente tenho sido convidada para participar em manifs contra racismo e contra as forças de segurança; ao mesmo tempo que sou convidada (e tem sido a semana toda nisso) a colocar no dia 14 deste mês Fotos do Obama nas minhas páginas cibernéticas como repúdio contra o Sr. Laranja.
E aí bate o X da questão; um convite pressupõe que eu posso ou não aceitar. E quando estamos ainda dentro de uma pandemia, longe de estar controlada, coloco na balança todos os factores: a minha opinião, a minha escolha e a minha saúde.
Primeiro a questão da manif. O lema é BLM, quando a minha opinião é ALM. Ou é toda gente ou não é ninguém. Por que escolher um determinado grupo como alvo de manifestação contra um mau profissional (que os há em todas as formas de profissão) e uma etnia (já que todos pertencemos a RAÇA HUMANA) é manifestamente racista ou etnicamente tendencioso. Pois nesse caso, do joelho no pescoço e brutalidade...
...na Faixa de Gaza,
é apenas um dia normal. E não vejo influencers, nem manifs, nem nada. Por outro lado, não vejo nenhum grupo pró vida, de protecção para a criança sair em público e pedir ao governo iraquiano, as medidas necessárias para punir o pai de Romina Ashrifi.
E o caro leitor que conhece o nome Floyd, desconhece por completo o de Romina, uma menina de 14 anos, decapitada pelo pai por honra, já que a "rebelde" apaixonou-se por um homem mais velho, diga-se melhor, mais pobre e que não era a escolha do pai. Filhas no Médio Oriente é um investimento de compra e venda. E o povo aí... nem tchum.
E nem vejo nenhum activismo contra a repressão sistemática dos que pedem por democracia em Hong Kong. Passou o aniversário do Protesto de Tiananmen, onde os chineses pediam democracia... e nem tchum.
Agora o que está a dar é sem dúvida transformar um incidente, sem dúvida infeliz, mas não único, em uma onda de revolta social... em plena pandemia!!! Onde é que está o bom senso das pessoas? E o que deveria ser um protesto, tornou-se num motim, com saques às lojas e destruição de propriedade alheia.
E o que se faz da cultura neste momento é tão perverso, que nos coloca abaixo da mentalidade dos símios. Só para lembrar, aos mais esquecidos ou àqueles que só sabem ler o que sai no Piu-piu e ao Estragame_
Depois do Adolfo ter ganho o título de Chanceler pelo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, de ter levantado um país na penúria económica, começou a fazer a limpeza cultural. Em 1933, todos os livros que contrariavam o modelo de pensamento do Chanceler foram queimados em praça pública. Isso quer dizer que esse acto de barbaridade cultural era reconhecido como necessário para bem das mentalidades em construção. Eu, como é óbvio, não assisti essa obscenidade pública e dolorosa de queimar livros em praça pública. Nem sequer meus pais eram nascidos nessa altura, mas é um facto histórico e incontornável.
Depois da queda do Iraque e de toda aquela bagunça que permanece por aqueles lados que detonaram toda arte milenar babilónica, meu coração se encolheu todinho. Se não era destruído, era roubado e vendido a particulares endinheirados e sem grandes escrúpulos.
Mas em 2001, assisti incrédula as imagens da destruição dos Budas no Afeganistão pelos Talibãs, aqueles gajos armados e treinados pelos EUA para combater os Russos. E com mais de 5 mil anos, veio abaixo aquilo que outras guerras e intemperes não conseguiram demolir.
Ano passado, mais precisamente em Abril, Notre Dame ardeu, assim como outras 850 igrejas foram intencionalmente incendiadas por grupos de uma outra religião que exige tolerância e direitos. Posso dizer que o meu coração caiu no chão ao ver que na minha lista de desejos, ia ter que riscar o "ver Paris ao pé das gárgulas". Novecentos anos para ser construída por todo tipo de artífices e especialistas e um dia de pura ignorância, arrogância e estupidez egoísta para destruir.
Eu não sou budista, apesar de gostar de algumas partes dos ensinamentos; não sou católica ou sequer cristã, ou de qualquer religião abraâmica. Mas sou uma profunda amante da arte, da beleza e do engenho artístico humano. Mesmo que eu não concorde com a opinião, mesmo que não seja apologista da conduta, admiro a arte e as suas formas.
E o que se passa agora?
HBO e Netflix retiram o filme " E Tudo o Vento Levou" da sua colecção... por ser racista. Não, a sério, ou o povo endoidou todo ou anda a comer cocó as colheradas. Isto é uma queima de livros da Alemanha dos tempos do Adolfo do bigode ridículo? O contexto histórico fica aonde? Vamos queimar livros também? Vamos queimar partituras de música clássica? Vamos destruir todas as estátuas que sejam ofensivas à algum grupo de pouca inteligência, mas movido por uma agenda política concertada?
Felizmente os dois canais acima citados voltaram atrás depois de gente esclarecida e com dois dedos de testa ter metido os pés à parede e pedido uma reconsideração.
Há uma agenda política concertada e que tem como único propósito de criar o caos. Não interessa se a pessoa sabe ou não a razão do protesto, mas vai como forma de espelhar a sua vaidade de ser "socialmente activo" e postar no Piu.piu, Estraga-me ou no LivrodaTromba. E os likes, senhores, os likes...que se lixe a pandemia e a possibilidade de contagiar grupos de risco. Eu levo um cartaz e vou mostrar que sou activista! Mas nem sabem a razão... é triste. Muito triste.
Quanto ao factor Obama...agradeço aos amigos e conhecidos pelo solícito convite; mas o Obama não é da minha carteira de cromos. De cada vez que os jornalistas faziam perguntas pertinentes e que incomodavam o Sr. Presidente, além de uma linguagem corporal agressiva, jogava sempre a cartada racista: "você está me perguntando isso por causa da minha cor?" que é manifestamente mau para alguém que dizia-se transparente na sua política. Poderia ter aprendido muito vendo uns vídeos do Álvaro Cunhal, e da forma como sabia escorregar fora das perguntas incómodas, a responder sem dizer nada. E o pior é que o nosso actual Primeiro Ministro já usou desses Obamismos para escapar de perguntas incómodas. Por isso... Não, obrigada. talvez coloque uma coisa engraçada, mas Obama não. E lembrem-se meus amigos, amigas e conhecidos, vocês postaram com orgulho "25 de Abril Sempre!". Isso quer dizer que embora não concordem, respeitem o direito de escolher aquilo pelo qual acredito. Mas...
Vão à festividade em Setembro lá na quinta dos que não pagam IMI e que se dizem do povo e para o povo; vão às manifs todas e se for caso, espalhem mais a doença. Façam isso, sejam realmente pró vida e socialmente correctos.
Eu dantes dizia que isto andava a precisar de uma pandemia ou de um meteoro. Vejo que a pandemia não chega, e já que parece que alguma força sobrenatural me escuta, mandem lá o meteoro, em cheio se faz favor. Isto precisa de um novo Renascimento e de novas luzes. Já estou fartinha do caos e dessa escuridão mental que não faz mais nada senão destruir e glorificar estupidez.
Já agora, se me permitem. Fica aqui, para aqueles que são contra as forças de segurança, alguns telefones em caso de emergência:
Rakel.
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