Princesa Versus Mulher Moderna - O Conflito Do Cavalheirismo





Chegou-me às mãos um link interessante do ponto de vista comportamental das mulheres; é sempre o mesmo dilema: mas afinal o que querem as mulheres? Poderia no fundo dizer que a questão é simples, mas debruçando sobre o assunto e tendo um olhar frio e analítico do tema, afinal não é assim tão simples. Ou até é: queremos o melhor dos dois mundos, mesmo que isso seja antagónico por si.

Nesse link vinham os 13 sinais que o homem que tem diante de si é um cavalheiro, essa raça em extinção substituída por uma espécie indefinida e confusa; e não os culpo. Então peguei nesse tema actual e muito esclarecido e coloquei em comparação não só com os antigos códigos dos cavaleiros medievais  e do Bushido*, como pela óptica da mulher moderna nas suas versões que conhecemos. Veremos se a causa feminina choca com os dois assuntos ou se há coincidências.

1 - Ele fala a verdade (tema do link)
     Haja com honra - não mentir ou iludir (código dos Paladinos)

Qualquer tipo de relacionamento baseia-se numa base de honestidade e confiança; não é só no campo amoroso que precisamos que nos digam a verdade. E isso é assunto que toca aos dois lados; não adianta exigir que ele diga sempre a verdade quando mente escandalosamente. Se morre de tédio e prefere ver a relva crescer do que jogar golfe, então não diga que adora esse desporto/laser/queque só para agradar. Se é horrível para nós descobrir que disse uma coisa mas faz outra completamente diferente o reverso acontece na mesma medida, portanto, seja tão honesta quanto exige.

2 - Ele não começa a comer enquanto todos ainda não estão servidos.  (tema do link)
     Rei - cortesia e educação (código do Bushido)

Nisso as mães tem uma considerável culpa por não ensinar aos filhos e filhas que só se começa a comer quando todos estão servidos. Uma refeição em princípio é um acto social além de uma necessidade fisiológica. E por muita fome que uma pessoa tenha, espere que toda a gente esteja servida; a comida não vai fugir do prato e nem o fim do mundo avizinha-se para essa gana de bucho. Educação nota-se nos pequenos detalhes. Há quem pegue nos talheres como se fosse uma pá ou martelo, comem de boca aberta e não sabem o devido uso do guardanapo. Saber estar à mesa é um tópico que cabe aos dois.

3 - Intervém em situações de injustiça (tema do link)
     Jin - Compaixão, ajudar em caso de injustiça ou necessidade (código do Bushido)
     Ajudar aqueles que precisam mas nunca auxilie acções ou pessoas malígnas (codigo dos         Paladinos)

Francamente, nos dias que correm não vemos assim grandes actos de coragem que defendam por exemplo, quando somos testemunhas de agressões ou abusos seja em pessoas ou animais. Ainda hoje estou para perceber essa moda de dar tabefes no focinho dos cães "para ensiná-los" a comportar-se, quando a sua natureza quase sempre amigável é tida como mau comportamento e leva tabefe nas fuças para aprender. Assim como ver ele ou ela sem dar lugar à idoso ou grávida nos transportes públicos. As pessoas preferem fazer de conta que não estão a ver nada e apenas restringem-se aos tempos ruins que correm.

4 - Ele não espalha os assuntos de cama (tema do link)
      Respeitar a honra das mulheres (código dos Cavaleiros)

Pior coisa que pode existir é aquele cidadão ou cidadã que fala das façanhas ou falta de jeito com quem vai para a cama, nomeando, fazendo rank dos melhores e piores e todas essas coisas. Hoje por gostarem tanto dessa popularidade instantânea das redes sociais, há que coloque para quem quer ver tudo e mais um par de botas, filme e fotografe assuntos que deveriam ser única e exclusivamente de foro íntimo. E nisso tão são culpados os filhos de Marte como as filhas de Vénus.

5 - Ele mantém a sua palavra (tema do link)
     Viver pela honra (código dos Cavaleiros)
     Meyo - a honra   (código do Bushido)
      
 Prometer e não cumprir é dos assuntos mais complicados de lidar; muitas vezes fazemos promessas sem pensar e muitas vezes  não sabemos se somos capazes ou não de cumpri-las. Outra vezes, o caráter do compromisso assumido vai mudando com o passar do tempo e perdendo identidade ou, aquilo que levou ao compromisso. Não deveria tornar-se um sacrifício ou uma obrigação pesada de cumprir; não há benefício para ninguém que uma promessa seja levada avante quando há quem esteja já sacrificando algo de muito precioso para si. É nessa hora que a honestidade e frontalidade de assumir que há-que ter uma conversa franca e tomar decisões difíceis são um sinal de respeito e de honestidade. Se estão mal, sejam honestos e digam.

6 - Ele presta atenção (tema do link)
     
Aqui não encontrei correspondência nos diversos códigos de cavalheirismo, provavelmente será uma característica ancestral e sem nacionalidade da distracção genética e selectiva masculina. No entanto é de salientar que as mulheres podem também sofrer do mesmo mal. Depende do que realmente é o foco de cada um e na natureza distraída que cada um tem. Confesso que muitas vezes passam-me ao lado coisas e que certas conversas acabam por ser música de fundo quando é desinteressante ou estúpida. Fico ali só em termos presenciais e não ligo ponta ao que está a dizer. É vero.

7 - Ele é gentil com toda gente (tema do link)
      Respeitar os superiores e nobres e ser complacente com os inferiores (código dos Cavaleiros)

 É Pobre.
 É Gordo/a
 É burro (pela estimativa pessoal e muito subjectiva)

Não há nada de mais boçal e irritante do que aquela pessoa (isto serve para os dois) que trata mal os balconistas, empregados de mesa ou qualquer tipo de pessoa. Aquele arzinho superior de que é a última bolacha do pacote e pode tudo irrita qualquer pessoa que tem o mínimo de educação. E há gente que gosta de ou precise disso para sentir-se superior. Nunca se esqueçam de uma coisa: a última bolacha do pacote é sempre aquela que está toda esmigalhada e essa superioridade toda é sinal de um personalidade muito fraquinha.

8 - Ele anda do lado de fora da calçada deixando o interior para ela (tema do link)

Embora isso não fosse objecto nos tempos idos, era costume mostrar deferência e cortesia dando os braço às mulheres para que ela colocassem a mão para serem acompanhadas. A mulher naqueles tempos era vista como algo frágil e que precisava do amparo; era um sinal de que estava a ser protegida e amparada por alguém. Era costume dos cavaleiros, desde o tempo que começavam como pajens, a perceber que um um homem digno deveria acompanhar, independentemente da idade, as senhoras de forma respeitosa e protectora. Nos tempos actuais, se não estiverem a andar e ao mesmo tempo a olhar para o telemóvel, já é uma sorte. O ficar no lado do fim da calçada como forma de proteger, acaba quando um condutor espírito de porco passa em alta velocidade pelas poças de água e molha tudo e todos. Nem mesmo é um dispositivo anti-roubo eficaz, já que assaltante não é só de esticão. Pergunto-me então se as actuais feminazis estão de acordo ou não com o assunto.

9 - Ele é pontual (tema do link)

Isto pressupõe que faz parte da honra e por isso cabe no âmbito da promessa feita; acho mal que seja visto como parte do caráter feminino o atraso militante. O fazer-se difícil e por esperar, fazer sofrer e essas idiotices todas, não é charme - é falta de respeito. Como é óbvio, ninguém manda no trânsito ou nos transportes públicos, mas fica bem avisar que vamos chegar atrasados.


10 - Ele oferece o casaco, o lugar ou o braço (tema do link)

E aqui bate o busílis da questão. No ponto 8 falei do papel de fragilidade que era suposto ser da mulher medieval, dessa necessidade de protecção preenchida pelo papel do homem. Vamos assumir que precisamos, vez por outra, que não somos essa fortaleza toda que alardeamos ser? Que gostamos dessas pequenas atenções que nos fazem sentir seguras (talvez algo tão ancestral como a distracção masculina), do casaco que nos colocam pelos ombros quando a brisa é mais fria ou oferecendo o braço quando os saltos brigam com a calçada e dando uma certa intimidade ao acompanhamento? Colide muito com o papel independente e moderno que assume-se ou é a nossa maneira de fazê-lo sentir que apreciamos a atenção e a protecção que oferecem? Um homem há-de ficar confuso sem saber se ela ficará ofendida nos seus brasões independentistas ou seduzida pela galantaria. É situação que vale a pena correr o risco e perceber qual a reacção.

11 - Ele paga a conta (tema do link)

Em continuação do ponto 8 e 10 o tema gera controvérsias. Segundo o site, a mulher até pode argumentar que quer dividir a despesa. Ele mostra-se disposto mas no fim paga a totalidade. E o site acha isso sinal de cavalheirismo. No meu ponto de vista, se ele aceita que seja dividida a conta, que honre a palavra dada e aceite, desta vez, que as coisas sejam assim. Ou então negue, negocie (para a próxima vez dividimos, ok?)  mas não façam aquele ar condescendente e depois paguem como se tivéssemos falado para o ar. Honestidade foi o ponto 1, né? E não é prerrogativa feminina que o homem pague tudo por elas. ou então, onde cabe o seu lado de mulher moderna quando tem um preço estampado na testa???

12 - Ele segura a porta para ela passar (tema do link)

É a continuação da saga das pequenas atenções e o choque com os poderes independentistas adquiridos. É um sinal de atenção ou uma clara noção que somos aleijadinhas e nem sabemos abrir uma porta?
Há no entanto uma questão que tem a ver com sair de um carro que aqui no link não se coloca; já não se usa, pelo menos por sentido prático, que a mulher fique dentro do carro a espera que o homem abra a porta do mesmo para ela sair. No entanto, nos dias de chuva e com a catrefada de coisas que carregamos, como a maldita mala, sacola ou aquela coisinha que ocupa a mão e não leva nada dentro chamada clutch, um guarda-chuva aberto e uma mão que ajude é bom. Eles são mais práticos e carregam menos tralhas do que nós e por isso, mais mãos livres. Entretanto, as senhoras deveriam aprender a sair do carro com saias de maneira que não se visse a roupa interior ou daquela maneira pata choca deselegante, quando estão arreadas à maneira chique. Do que vale bem maquilhadas, de roupa de marca e parecendo uma girafa a sair de um mini???

13 - Ele diz Obrigado e se faz favor (tema do link)

Educação é para todos, sem olhar a sexo, condição social ou credo. O saber dizer as frases de educação e  cortesia deveria ser ponto base que qualquer família deveria incutir nos seus membros mais novos e fazer uso na frente deles desses hábitos. Não é papel da escola educar nesse ponto; a escola serve para ensinar matérias e direccionar para a vida profissional. A educação base é de casa e isso pode gerar pessoas bem educadas ou os cavernícolas que vemos um pouco por todo lado, que nem bom dia dão à ninguém. Fica bem nele, como fica também bem nela.


E no fim...

Há nas mulheres este conflito entre aquilo que esperamos, o que esperam delas e aquilo que realmente querem. Se por um lado assume-se que conquistou-se direitos iguais (a base do feminismo que não é o feminazismo actual) aos homens, isso implica que todo direito tem obrigações. Por esse ponto de vista, a mulher tem tanto a cumprir em atenções como o homem. Uma mulher que  define os seus limites e que não permite que os homens vejam nela um jogo fácil e manipulável, não deveriam ter então essa garantia adquirida de que ele paga tudo, ele tem que ser honrado, cumpridor, pontual e educado e ela pode estar-se nas tintas e fazer o que lhe dá na gana. Quando exigimos um determinado comportamento é suposto que da nossa parte haja o mesmo tipo de hábitos. Não posso exigir educação ou cortesia se eu sou uma bestinha mimada e mal educada que quando contrariada faz birra.


Bushido - traduzido literalmente é "o caminho do guerreiro" um código de conduta que vem desde o século IX no Japão e que era a pedra base do modo de vida dos Samurais.

Rakel.



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