Era uma vez uma menina que não nasceu num país onde os meninos que nunca foram à escola empunham uma arma em vez do lápis de cor e fazem guerra como os adultos; não é uma menina de 13 ou 14 anos, forçada pela pobreza e ignorância fomentada pela religião a dá-la em casamento à um baboso de 50 e tal anos que nunca a vai dar mais na vida do que pancada e filho atrás de filho. Não foi excisada logo após a primeira menstruação, como manda os usos e costumes que ultrapassam as fronteiras do bom senso e dignidade.
Não nasceu num país onde as crianças assistem as aulas com salas meio alagadas das cheias, sem material escolar decente, andando bastante para ter alguma educação entre as letras e números. E a fome...a puta da fome.
Também não se vê obrigada, mais uma vez, pelas questões económicas e uma farta ignorância de fazer filho atrás de filho sem condições para criá-los, a ter que ficar 18 horas agarrada à uma máquina de costura a fazer roupa (para ajudar no sustento dos 8 irmãos) que qualquer comprador, até mesmo o mais inocente, venha colocar no mercado.
Não vive num campo de refugiados, escapando de alguma guerra seja acima ou abaixo da linha do Equador. E de todas e mais algumas reportagens feitas nesses lugares, seja por jornalistas independentes ou organizações humanitárias, cada uma dessas crianças, quando são entrevistadas... todas elas falam de um sonho e de um futuro que almejam. Uma delas até ganhou um Nobel (esse reconhecimento parcializado de tendências) pelos seus esforços de uma educação para todas as crianças, independentemente do sexo com que nasceram. Todos tem sonhos e planos para o futuro.
Mas a actual princesa...
Ela nasceu num país onde as garantias de educação e saúde são ideais, perto daquilo que consideramos perfeitas. Tem a garantia de poder fazer uma faculdade, se for o caso, gratuitamente por completo. Tem um sistema de apoios sociais óptimos e pode, com certeza dizer, que vive num país em que não obrigam, ou no caso como aqui em prol do respeito étinco, fecham os olhos e consideram "um hábito étnico de povo livre e ancestral" de "filhos da liberdade" que forçam e prometem casamentos logo à nascença ou em idade em que ainda brincam e tem que obedecer aos pais pois são crianças.
Nop, a princesa tem o que muitas meninas da idade dela dariam tudo para ter : condições para fazer um futuro promissor.
Mas a menina que empunhou um dia um cartaz (mais ou menos como aquela do "por favor não matem os velhinhos" aquando da discussão da eutanásia) em prol do ambiente, começou a debitar uns chavões lidos na net em algum post de um activista ecológico, daqueles que fala muito e pouco mais faz do que abolir as palhinhas de plástico. E vai daí que os lóbis ecológicos (pero los hay, los hay) percebem que conseguem uma cara nova e sem qualquer passado que possa ser comprometido para ser cara de cartaz contra o ambiente, pegam na cachopa de 15 anos, uma entre tantas... e a colocam com um discurso na mão e fazem dela a mais feroz defensora do planeta. Pai actor, mãe bailarina que virou, do dia para a noite uma vegana feroz e por rara coincidência, um mês depois do lançamento do livro de "discursos" da filha, que segundo consta, sofre de Asperger. O que vem mesmo a calhar...
Não tiro valor ou desaprovo, quem sou eu para isso, que os mais novos tomem as suas responsabilidades a sério. Aprovo e aplaudo que tirem a cara e a mente das míseras polegadas do ecrã do telemóvel e de todos os movimentos virais. Acho excelente que percebam que as coisas não andam bem, que o planeta precisa de uma tomada de consciência e acção eficaz. Mas gostaria mais ainda que fossem realistas, que pensassem com a própria cabeça e não fossem mais um elemento da manada dirigida por pastores com interesses próprios.
Uma menina com a idade dela a ter esse foco de atenção, uma que não tem nenhum talento de relevo e só repete aquilo que está num guião fornecido e com o pai como o melhor a fornecer as indicações de como agarrar o público e as massas facilmente impressionáveis. Qual seria a menina que não gostaria de ser o símbolo de uma causa, mesmo com Asperger, que, segundo os sintomas e comportamentos descritos pelos estudos médicos, são : dificuldade de interacção social; problemas de na comunicação e discurso; problemas de empatia e interesses limitados; interpretação literal da linguagem; comportamentos repetitivos e rotineiros; descoordenação motora e hipersensibilidade de estímulos sensoriais. Como é que alguém com problemas de comunicação e discurso, com dificuldade de interacção e empatia consegue ser aquela fúria a discursar e a apontar dedos à toda gente?
Ela não pensa por ela, ela não luta por um todo; proclama, esta menina nascida no reino de todas as possibilidades, que roubaram-lhe os sonhos e o futuro... coloca a raiva dos ANTIFAS, movimento do qual a mamã faz parte há muito, como motor das suas intervenções...mas não apresenta, nem coloca uma única solução na mesa. Será responsabilidade dela apresentar soluções? Quem apresenta problemas e aponta dedos às falhas alheias, não deveria ter pelo menos um plano de soluções, nem que seja só uma? Ou estamos novamente perante ao facilitismo das acusações e sem uma solução realista, cabal e exequível? É que isso de andar praí a gritar que está mal, tudo mal... qualquer um faz e não ganha um tusto com isso. E duvido que a menina esteja a fazer as suas intervenções sem receber o devido caché. Tanto quanto se sabe, a família não tem outro rendimento que não seja... a princesa.
A princesa vai nua, e diante da possível fragilidade emocional dela, com os holofotes em cima, a opinião pública, alguém sequer pensou o quão cruel será quando todos começarem a gritar "A princesa vai nua!" ? Acho que não... e a culpa de quem será? Vai morrer solteira e sem filhos.
Passando por cima de todas as incongruências, daquela que não conhecia o maior financiador de Al Gore, que logo depois foi desmentida pelo próprio, dizendo que sim, já conhecia a menina e foi contactado por ela, ao avô nazista e coisas que mais...
...será que não está já na hora das pessoas começarem a usar a cabecita que lhes foi oferecida com tanto gosto pela nossa natureza de seres pensantes e começar a pô-la a trabalhar? Até que ponto essas influencers financiadas pelos movimentos e empresas continuarão a abrir o caminho da manada e a aproveitar-se a da memória provisória do povo?
Deixo aqui um link que acho que deveriam ler. É importante, é para pensar antes de mandar qualquer tipo de crítica ou radicalismo. Eu ainda estou a digeri-lo. Pensem até que ponto nos colocam as coisas de maneira apelativa ou que nos mexa por dentro com precisão cirúrgica fazendo esquecer ver o outro lado da questão.
é que...
A sério, até há um par de anos atrás, o movimento das feminazis apontavam Chico Buarque como um machista com letras misóginas e que não deveria ser visto com um dos grandes da MPB (música popular brasileira) , tudo para além da construção inventiva de um artista. Agora andam praí outra vez a publicar e tornando viral o problema do Prémio Camões... e vejam lá, agora o coitado do Chico, boicotado pelo Presidente brasileiro...
Ehhh pah... decidam-se. Ou melhor: pensem, ponderem antes sequer de andar praí a mandar abébias... e se as coisas não estiverem bem, façam alguma coisa. Quase 50% de abstenção faz luz ao que hoje é o indignado de sofá ou aos activistas de boca e cartaz...
Rakel.
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