A Insustentabilidade da Conveniência ou Memoria de Peixinho Dourado



Das coisas que mais me fazem espécie, é esse argumento muitas vezes atirado em jeito de superioridade, de que já se viu tudo e não há nada a a aprender nesta vida. Ou que nada já espanta o intelecto.

Confesso que embora os anos que vou deixando para trás tem-me dado um rol de experiências que oscilam entre o fascínio e surpresa, acabo por perceber que aprendo uma nova faceta do que já conheço e que se apresenta sob uma nova versão.

Ultimamente, as conveniências tem-se mostrado como que a pedra base da estrutura da nossa sociedade; não que isso venha a trazer algum benefício. Até agora, estas conveniências tem servido para alterar a opinião pública, direccionar e formar grupos convenientes para situações convenientes. E não há nada como anteceder às eleições para fazer tantos ajustes convenientes à quem precise deles. E mesmo de braço dado às conveniências, vem aquela lerpada das ideias, a dona Esquecimento.

Quando fala-se de conveniências, lembro logo do exemplo do elefante na sala e das maneiras inventivas e infrutíferas formas de tentar esconde-lo. Não há naperom que esconda tamanho volume.

Isso enquanto acontece no âmbito reduzido de um grupo social, as conveniências são já um modo de vida. Aquele tipo pesa uns 160 quilos nos seus meros e mal medidos 1,60 mts, mas é um tipo "forte" dado volume e a imensa circunferência abdominal. Ela é uma histérica, mal criada, rude e impossível de aturar, mas descrevem-na como de "personalidade forte". As conveniências estão aí em todos os sentidos possíveis de subterfúgios e eufemismos.

A verdade nem sempre agrada, costuma ser incomodativa e pode prejudicar toda aquela imagem cuidadosamente desenhada e fabricada em prol da aceitação e do prestígio que as pessoas precisam para ter credibilidade, a segurança do seu lugar ao sol.

Vai daí que então a comissão contra o racismo e para igualdade da União Europeia decide aconselhar que os manuais escolares sejam alterados para passar uma imagem de "ai ai, como fomos maus a fazer escravatura" e tal e coisa. Esqueçamos por alguns momentos essa escravatura forçada que são os Programas de Ocupação e os Contractos Emprego Inserção, mais conhecidos como POCs e CEI e CEI+ que não empregam nada e fica tudo por isso mesmo. Isso sim, nos dias de hoje, de uma nova consciência humanista e renascida para a luz, faz todo o sentido, não é verdade?

Vai daí que, com as eleições deste ano, a cornucópia das benesses tem sido quase das Mil e Uma Noites: ele é o IMI em 3 prestações, ele é o IVA da luz a 6%, as propinas da universidade a ficarem 100 euros mais baratas, novos escalões do IRS, manuais gratuitos até ao 12º ano escolar... isto, meus amigos, sem contar que o próprio (des)Governos (o PS, no caso)  chumbou o aumento do salário mínimo nacional. Se este não é um Orçamento de estado Eleitoralista, então eu sou a Fadinha dos Dentes.

Não há-de fazer mal quando ano que vem, enquanto toda gente terá os combustíveis mais baratos, tenhamos que pagar o litro a 2 euros. Náááá... nem os tais impostos colocados a jeito para compensar a derrocadas dos Bancos ou até, quando frutifiquem e cresçam a olhos vistos os parques de campismo como alternativa às rendas das arábias de um T1 na Refeiga do Marmeleiro, pois isto de pagar mil e tal paus por um quarto e cozinha  não vai ficar só em Lisboa e no Porto.

E no meio disto tudo estão aqui deste lado do Oceano preocupadíssimos com o Sr Capitão na reserva, já que o partido do Sindicalista Pinguço não tem mais argumento e nem coloca uma plataforma eleitoral que não passe de apontar dedos e acusações. Não deveriam estar a propor uma plataforma mais justa, mais eficaz e aceitar os erros do passado como assumi-los? Pelo jeito não.
Já vi acusações de que o capitão odeia índios, e tem a sua piada essa afirmação, já que foi no (des)Governo da ex- Terrorista que comunidades indígenas foram expulsas do seu território para a construção de uma barragem. Construção essa que certamente iria favorecer alguns construtores e madeireiros...não os índios.



As acusações agora centram~se no uso de algumas plataformas sociais, que segundo dizem, usam falsos testemunhos para angariar votos; um tipo de influência maléfica que os eleitores sofrerão, pois ninguém pensa por si mesmo. É no entanto interessante pensar que, até bem pouco tempo, tivemos um caso parecido. Foi quando o PS usou indevidamente a imagem de outras pessoas para cartazes e outdoors; pah pensando bem na coisa... não foi numa rede social, estava só escarrapachado na rua e nas rotundas como...sei lá, um chamamento para a "verdade e seriedade". E foi no seguimento destas grandes verdades que um Primeiro Ministro decidiu não só controlar a informação por meios indirectos, como também pagou para que escrevesse bem dele e mal dos outros. E pasmem, esse senhor não era um tipo raivoso da extrema direita ou afins. Era e é um socialista.

E na minha modesta opinião, que vale aquilo que vale qualquer opinião, é que é de uma total hipocrisia dos actuais justiceiros sociais, pós-modernistas e demais subidas criaturas da iluminação mental estarem para aqui agora sentindo-se ultrajados nos seus brios, numa realidade distante demais para comparação. Nem é o país deles, mas já fazem juízo de valores olhando e acreditando naquilo que lhes-é conveniente acreditar agora.

Mas no que o antigo Primeiro ministro falhou no controle da informação, neste actual (des)Governo, descubro que o Nepotismo volta à moda. Congratulem-se por uma mulher estar à frente da informação da Televisão do Estado, não se sintam incomodados pela promiscuidade do parentesco. Nop, deitem "vivas!" por essa clareza e justiça por quota e valores assumidamente tendenciosos.




E fico aqui a pensar que de primos...tenho uns advogados, uns fadistas e irmãos também nas leis e na ciência. Raismaparta a falta de sorte de não ter um parente político...teria a vida feita e um emprego à maneira.

E isto tudo existe, entre os beijinhos aos avós e um profundo silencio do caso CR7 que foi substituído e desviado da atenção deste público que esquece tão bem as coisas que fazem parte o seu quotidiano. Tudo isto é triste... é o actual fado.


Rakel.

* carreguem nas letras vermelhas e recordem as notícias que fizeram base deste post.


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