Em Branco - parte I






O meu lado pacifista anda seriamente comprometido; este meu lado boa onda, que valoriza a vida e os meios diplomáticos de diálogo, como ferramentas para o entendimento, está em eminente naufrágio.

Vendo com alguma apreensão o medrar destas novas "consciências" sociais, aquelas que defendem direitos sem respeitar os dos outros, aliás, impondo como incorrecta a escolha dos outros, mas ferozmente impondo as suas grandes verdades revolucionárias, isto leva-me a acreditar que está-se mas é a precisar de uma Grande Guerra. Daquelas que deixam países de rastos e com muita destruição.

Já nos meados do século passado, os cientistas comprovaram, com ratos, que um colónia sobrepovoada leva a que comecem a atacar-se uns aos outros, na defesa de espaço, parceiro e comida. Nós os bípedes pensantes, que já caminhamos a passos largos para os 9 mil milhões de pessoas neste planetinha azul,  já andamos a não bater a fagota com a perdigota no que respeita ao bom senso.

Descobri há poucos dias de onde as nossas moças capazes e bloquistas vão tirar ideias luminosas dessa justiça social fajuta que querem fazer-nos crer ser a melhor. São das moças que governam a Suécia. Realmente, estas ultrapassam em muito os novos conceitos sociais e fomentam de maneira alarmante o fim do direito de escolha, livre expressão e no todo, a Democracia. Estas são profissionais.

Há uma lista criada por elas de ódio aos símbolos e costumes que elas acham que são racistas. E no caso o leite, aquele que sai das tetas das vacas, cabras e burras, é agora parte da lista negra por ser racista, já que o leite é branco. Está criado então um novo precedente, podemos até dizer que ser branco nos dias de hoje, é sofrer de perseguição racista. E livra-te de ser hetero, a coisa ainda corre pior. Dêem mais uns anitos e vão ver que ser branco e hetero é motivo de ódio e exclusão social. Ou então será proibido dizer que passamos a noite em branco, ou que falhamos no exame por que tivemos uma branca.

Não pense o leitor que adicionando o seu achocolatado preferido ao leite ou um bocado de café ou cevada, que a coisa fica melhor: isso pode ser considerado roubo de identidade cultural, já que o leite branco não pode passar por mulato se não nasceu da Mãe África, isto segundo as justiceiras que andam a vomitar estupidezes no Buzzfeed, o canal das recalcadas e com problemas de comportamento social. Isto é assim: se tu não és afro-descendente, mas até gostas de usar uns dreadlocks ou tostar a pele na praia, pode ser considerado, por estas justiceiras sociais, "roubo de identidade cultural". A Beyoncé pode usar o cabelo loiro e liso, e como diria o Caco Antibes, por ser descendente de uma deusa nórdica certamente, mesmo que os papás dela sejam ambos dignos descendentes da Mãe África;  mas ai de ti que passes por uma dessas malucas do mundo justiceiro e protector das questões pluriculturais, com os teus tetés no cabelos e vais ter alguém que vai ser violento na linguagem e que não respeita a tua livre escolha. Ai de ti que pegues naquelas bolachas de chocolate mergulhes no leite; isso é uma simbologia do racismo branco enfraquecendo o poder dos não-brancos.

Isto do "roubo de identidade cultural" chega ao ponto de até artistas serem acusados de"ambiguos" ou ladrões culturais, por essa espécie de gente desocupada e idiota, com problemas sérios de socialização e de um ódio profundo. Sociopatas em potencial. Diria mais, que será caso de energia mal dirigida e que precisam de fazer terapia para começar a colocar os parafusos em ordem. Ou então, é a famosa e tão nossa conhecida, falta de uma boa foda.

Com licença....

Puta que pariu, tá tudo doido...

Até o jornalismo está comprometido na sua livre expressão por estas pressões sociais impostas: já devem ter reparado que em alguns jornais, quando houve aquela morte na porta de uma escola na Nazaré, falaram em indivíduos. Ou no grupo que deu pancada no hospital. Já há estigma de falar da comunidade cigana. E há pior na questão da livre escolha: querem integrá-los na sociedade à força. Isso será correcto? Pensando bem, no caso de alguns grupos que são resistentes à essa integração, é correcto obrigá-los a integrar-se numa comunidade? E os direitos deles de perpetuar uma cultura milenar e muito vincada? Não podem fazê-lo ou tem que fazer parte dos moldes sociais dos "gadjos"? Das duas uma, ou a integração na nossa sociedade é feita dentro dos conceitos que vivemos e comem todos por igual a terem os mesmo direitos e deveres, ou então aqueles que decidem ser e estar dentro dos seus próprios hábitos e costumes, que aguentem-se a bomboca.

Mas voltando à vaca (salve seja) fria da Suécia: a democracia por lá é coisa em vias de extinção; nessas cabeças pensadoras, que é o actual governo sueco, as pessoas são coagidas a não reportar, reclamar sobre os ataques e violações sofridos depois da recepção dos imigrantes e refugiados que vem desaguando na Dona Europa. Ir à polícia, fazer queixa e ter sequer uma opinião contrária do governo, pode dar direito a ficar sem emprego, ostracização social, e por isso, neste paraíso de direitos e de uma vida justa que todos pensam ser este país nórdico, há uma ditadura que ultrapassa todas aquelas do século passado e que hoje ainda são odiadas. E vejam lá, essas senhoras, pois o desGoverno é maioritariamente feminino, são de esquerda. Camaradas, onde param os direitos do povo? Mas porque estas senhoras, as do governo, vivem na parte de só suecos e não lá no meio das vítimas pluriculturais, dos recém chegados que formaram guetos que nem a polícia lá entra? Hipocrisia...senhores, quanta hipocrisia...





É nestas horas, a ver gente que nunca passou por provações, que cresceu num bom ambiente e com condições excelentes de vida, e assim, não sabendo valorizar nada, arranjando problemas aonde não existem, é que eu acho que precisamos de uma guerra a sério. Daquelas  com racionamento de alimentos, a levar com um míssil pela casa ou então como a Rússia fazia: o método terra queimada, não deixando nada que se aproveitasse aos invasores. Só para abrirem a pestana e acordarem para a realidade. Estas e outras meninas que acham que mudam a sociedade aqui do país com mudanças na nomenclatura do Cartão do Cidadão e afins, precisam de ficar sem manicure, sem as idas ao shopping e começar a hospedar sem tectos que andam praí na chuva (e parece um dilúvio nestes dias) em vez de inventarem e importarem conceitos e ideias que no mínimo, mostram falta do que fazer e de uma enxada na mão a cavar. Isso sim é intervenção social. Cuidem primeiro dos sem tecto, dando lar e trabalho, depois preocupem-se com os desvalidos de outros países.

Uma guerra até seria bom para estas senhoras terem o tão almejado estatuto de igualdade e pegarem nas armas e andarem nas trincheiras comendo pó e lama. Mostrando que não ficam nada atrás e que até são umas grandes gajas.



...anda tudo com o juízo a arder...


Rakel.



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