Teorias da Inspiração

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Publicada por Rakel em fevereiro 17, 2018

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O Nevoeiro

O ar frio da noite húmida e de nevoeiro fazia com que ele puxasse ainda mais para cima a gola da camisola de lã e aconchegasse melhor o fecho do blusão. É verdade que tinha saído apenas para ir ao Centro Comercial comprar cigarros, mas a nova paixão levou-o um bocadinho mais longe. Nem tanto como isso, afinal, a velha muralha de antiga fortificação fica dentro da cidade, oferecendo aos seus visitantes a vista do Tejo e das cidades distantes, apenas reconhecidas pelas luzes aglomeradas. O piso de terra grossa e caminhos feitos de pedra estavam molhados e abafavam os passos no jardim solitário e nocturno. Mais além, ele pode ver um casal de namorados, enroscados em carícias e palavras doces, imunes ao frio, mas velados pela imensa Lua cheia enrodilhada em névoa e meia luz. Nada mais se ouvia do que o murmúrio da água no lago e o silencio da noite. Deu um par de passos, tirou do bolso o maço de cigarros recém comprado e acendeu um... e pôs-se a pensar qual o melhor ângulo para as

Boquinhas Infantis

Lá vai o tempo, que dizer uma asneirita era sinónimo de uma valente chapada e a ameaça de chupar um bocado de sabão azul e branco pra lavar a língua. A gente aprendia desde cedo a cumprimentar os mais velhos com respeito, dizer "com licença", "faz favor" e "obrigada". Havia no meu tempo, um suporte audiovisual chamado CHINELO, que bastava vê-lo em riste na mão da minha querida mamã pra saber que estava a pisar o risco. Mas atenção, os chinelos da minha mãe não eram umas vagabundas havaianas compradas na feira. Não!!! Eram chinelos todos catitas, com sola de pele, saltinho e umas plumas todas frufrus...mas doía como tudo no back side na mesma. Levei muitos NÃO pela frente, não por falta de recursos dos meus pais, mas sim numa vã tentativa deles em obrigarem-me estudar matemática e subir a nota. Escusado será dizer que levei mais não que sim, dado que sou uma verdadeira naba no assunto. Não compreendo certas abstracções, a matemática bate todos os pon

O Mundo Precisa de Um Quarto Alcochoado ou Vaticano Ripa

Não tem como uma pessoa não parar e perguntar-se que raio de mundo é este. Eu pelo menos faço isso vez por outra, não é nem pelo facto de só agora terem chegado a conclusão que o nosso digníssimo ministro das Finanças tem uma pancadita psicopata. Longe disso, acho que todos sofrem de algum tipo de patologia mental que os fazem tomar decisões absurdas como vemos todos os dias. Temos os nossos mentalmente atacados que lembraram daquela infame taxa de ocupação do solo. Como estamos a invadir o habitat e o conforto das minhocas e demais invertebrados com os nossos canos do gás e água, toma lá taxa. Mas não somos só nós bafejados pelo autarca e politico anormal . Nos EUA, há quem agora exija pagamento de taxa pela quantidade de água da chuva que cai no telhado ou terreno. o.0 Mas... contrabando de creme de chocolate com avelãs , não lembra nem mesmo ao mais aberrante vilão. Pois, tem que ser vilão, só essa estirpe rouba, subtrai ou tira algo que não lhe pertence. E sempre com o s

Outra Conversa de Gajas

Uma amiga de há muitos anos, que pelas forças do mal fadado destino, mora um bocado longe pra mantermos o contacto. Adicionando à equação o facto de ela ter uma profissão exigente e que não tem horas pra nada, pouco favorece ao encontro cara a cara. E quem dá o que tem... a gente aceita de boa vontade. Aí numa conversa numas horas pra lá de tardias na última noite, ela num momento de pausa do serão de trabalho e eu na pausa de ver maluqueiras na net começamos uma conversa leve. Assunto em questão...mal de amores...eu bem digo que anda praí uma epidemia... Ela - Sabes, não tenho mesmo sorte nenhuma...mas acho que a culpa é minha...não sou bonita, sofisticada nem atirada... Sou tímida... Eu - Não fala isso não...és gira, independente, boa profissional e ainda nova...vais encontrar a pessoa certa...vais ver (na verdade ela é gira sim, mas acho que ela se auto detona) Ela - Eu gira?? Acho que não sou aquele tipo de mulher gira que provoca tesão... Eu - Sabes que tesão tá mais l

Profissões e Afins

Capa de uma revista com tiques de Cosmo a perguntar se nós estamos na profissão que queremos, pergunta directa e cheia de contradições, com respostas variadas próprias de quem, nos dias de hoje, anda a matar por um emprego que lhe dê um sustento digno. "Onde raios encontro um barbeiro??" perguntou o meu filho mais velho com uma guedelha quase tão grande como a minha. "Pergunta ao teu irmão onde ele foi cortar o cabelo" (pois, o mais novo cortou as melenas e anda arrependido até ao tutano) "Mas eu quero um barbeiro...não quero ir à um cabeleireiro...é pedir muito?" Puxei pela cabeça e fui dando uns lugares onde sabia que havia barbeiro, a cada lugar citado, meu filho ia riscando a lista com um "já fechou", "agora é uma loja". Ok, fiquei sem opções. A crise é tamanha que a malta ou deixa crescer o cabelo e anda de rabo de cavalo ou compra as máquinas de tosquia e passa um pente 3 na cabeça. Como o meu filho mais vel

Uma Questão de Tomates

Debruçamo-nos (eu e a Carla) sobre o tema de duplo sentido, ou quem sabe de triplo, desse produto hortícola e sinónimo de valentia. Do vegetal madurinho que faz as delícias nas saladas, ao verde panado e frito, indispensável num Blood Mary ou até mesmo num muito honesto espaguete, tomate é dos vegetais mais populares do mundo. Se tudo correr bem, até porque choveu bastante pra isso, daqui uns tempinhos há de ser lugar comum ver transitar camiões carregados de tomates pelas estradas aqui do Ribatejo. Sem dúvida o belo tomate de Almeirim não sentirá disputa com os daqui destes lados, mais um bocadinho ao Norte. Em sopas quentes ou frias, em doce de espalhar numa fatia de pão caseiro, no concentrado feito em casa, não podemos viver sem tomates... salve seja. Ou é mesmo isso? Mas por muita chuva que caia, por mais que a terra generosamente nos presenteie com uma bela colheita, há uma falta quase que crónica de tomates... dos outros, se é que me percebem. Tomate pessoal é algo que f

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