Praga




Sabemos que em cada geração que cresce na nossa história humana, nasce com ela pontos de vista e ideias direccionadas tão variadas quantas são as possíveis a mente engendrar. Algumas vezes, repescando ou reciclando ideias antigas, adicionando mais "tempero" ao assunto, formam vagas que muitas vezes estão longe do discernimento, conhecimento da história ou até mesmo de alguma lógica.

Há vertentes que excluem qualquer razão e apostam firmemente no ódio puro e simples. Dirá talvez quem me lê que o crescimento da extrema direita pelo mundo é algo reciclado e extremamente perigoso, assim como as perseguições religiosas que raiam os tempos da reconquista de Jerusalém com monges guerreiros e políticas idiotas. É vero.

Mas aquilo que realmente me deixa preocupada é essa vaga que estão a querer importar dos SJW, sigla que significa esse movimento de Social Justice Warrior, que vai dar num Guerreiro da Justiça Social. É alguém que muitas vezes, até ao momento, nem sequer picou um ponto ou teve mais alcance do que repetir palavras de outros e importando ideias que não fazem parte do nosso meio social. É ódio por ódio ou apenas e muito simplesmente bullying (aquilo que acusam os outros de fazerem) como forma de "impor" as suas avançadas ideias. Não há para essas pessoas espaço para diálogo, debate significa não respeitar ideias, liberdade de escolha e expressão e apenas chacinar tudo em nome de um justiça que eles mesmos atravancam.

Há pouco tempo li um tipo de meia crónica de uma senhora "capaz" que expressava a sua preocupação pelo facto de não haver uma apresentadora negra (já agora e aproveitando a embalagem, agregue-se a escolha sexual ou de género) no Festival da Canção deste ano, que até é aqui em Portugal, como factor de igualdade. Agora, numa outra crónica do jornal Público, uma outra senhora tece o seu ponto de vista sobre os lugares de topo, a questão racial, acusando mesmo de racismo a situação de empobrecimento de uma determinada etnia. Em nenhum momento foi colocada por estas duas senhoras o termo "capacidade". Pelos vistos não interessa se a pessoa tem ou não capacidade, se é uma pessoa com qualidades profissionais de mérito. Ou se quer entrar realmente de igual para igual na sociedade (sem essa história dos apoios e subsídios e sim a trabalhar e pagar impostos como qualquer cidadão).  O que interessa é que seja de uma minoria (uma das grandes bases de luta de qualquer SJW). E percebe-se que  também não sabe realmente como funciona a questão cigana.

Quer dizer, já é mau o suficiente que pelas terras do Tio Sam tudo seja ofensivo, ao ponto de, se um homem pedir informações sobre um endereço na rua e topar com uma SJW, podendo ser acusado de assédio sexual. Vamos importar também esse modo de vida?

Com tantos problemas reais e mais que sabidos, há gente preocupada em importar modos de vida absurdos e idiotas apenas para fazer de si mesma/o alguém interventor no plano social. Como mulher, sinto-me envergonhada de ver não só essa pré-disposição para odiar por odiar como essa maneira pouco inteligente de mostrar o papel preponderante da mulher na sociedade. Somos importantes, mas não vai ser nessa base de vitimizar-se por questões de minoria, cor, raça ou credo que as coisas vão ser melhores ou justas.

Gostaria que fossem menos aditas das modas e usassem mais essa caixinha que tem entre as orelhas; o papel deste país na escravatura (que foi o segundo do MUNDO a aboli-la), é dos menores. Aliás, no caso da solícita senhora da crónica do Público, deveria pegar em alguns livros da própria história africana e ler sobre as tribos que tinham, como costume ancestral, arrebanhar de tribos inimigas pessoas à quem escravizavam. No caso, se surgisse alguém interessado (e nisso eram democráticos, nem olhavam à cor de pele) vendiam. E tanto poderiam ser os romanos (que já nessa época faziam negócios com europeus) como ao povo de origem árabe ou quem pagasse o preço justo.

Afonso de Albuquerque, que governou na Índia uma das possessões de Portugal nesse território, incentivou os casamentos entre portugueses e naturais da Índia, dando inclusive benesses aos casais, que era um dote chorudo, terras e cavalos. O caso é que os Narais, uma das castas mais altas, não estavam "alinhados" nessa onda de miscigenação, já que por questões de castas e religiosas, só podiam fazer casamentos com Brâmanes. Até um padre na altura dizia que era vontade de deus que essas misturas se fizessem.

Os SJW deveriam ler mais e ver menos o Buzzfeed, que é um tipo de púlpito de ódio desse povo, isso sim é que era uma boa aposta. Não estou a dizer contudo que estas duas senhoras são efectivamente SJW, mas nota-se já que sentem um apelo à causa.

Se eu pudesse fazer um pedido à essa energia universal tão falada e que dizem tão certeira será:

Não importem lixo social pensando que vão justiçar assim as minorias; apostem em clarificar a política, exercendo com consciência o direito do voto, protestando pelos meios legais  e, acima de tudo, respeitando o direito básico de livre expressão e escolha. Não adianta fazer bullying, perdão, manifestar-se contra injustiças sociais na base do berro e na falta de diálogo, distorcendo conceitos e ideias.

As pessoas deveriam ter cargos políticos, empresariais não por questões de cotas, de apadrinhamentos partidários ou ter pertencido à liga dos jovens partidários, mas sim pela capacidade, mérito e pela competitividade normal, do que ganhe o melhor.

Nestas horas, a ver estes heróis sem capa e de ideias copy past made in USA, que eu penso seriamente que isto está a precisar de uma 3ª guerra mundial a sério ou então de uma super peste negra. Pode também ser um meteoro, não tenho preferência. Isto está a precisar de um reset e com gente com noção do que é a vida e realidade.

Outra coisa que pensei foi, se estas senhoras e demais SJW, ofereceram a sua casa e o seu suporte económico para ajudar estas minorias, seja um refugiado ou mesmo um sem tecto teriam o meu maior respeito. E olhem bem, há muito sem tecto e desfavorecido que o sistema não tem solução. Isso sim seria um acto digno de herói, de defensor social. Se é um problema social e se somos uma peça desta sociedade, adopte um desfavorecido e lute com ele, dando-lhe o vosso apoio efectivo para que tenham igualdade, não favoritismo. O resto... é pura falta do que fazer. Deixo aqui um video de uma entrevistadora ao estilo SJW, que querendo distorcer por completo aquilo que o entrevistado estava a dizer...foi apanhada na própria ratoeira.





Rakel.



Comentários