Florbela Espanca, apesar do lado mais magoado dos seus poemas, de fazer a morte como um fim (quase) almejado, ainda foi dizendo coisas que fazem o exacto sentido. No entanto percebo que a morte que ela tanto fala nesses poemas é também aquela que vem dos vivos, a morte imposta por sabe-se lá a razão, de tudo o que pretende-se colocar à distancia. E jogam palavras, realmente palavras que não tem um sentido dúbio; é exacto, cirúrgico e mesmo no alvo. Mas sempre permanece a dúvida da veracidade do que se diz.
Mas como disse Florbela,
" O costume português é deixar-se tudo em palavras, mas palavras que são bolas de sabão deitadas ao ar para distrair pequeninos de seis anos".
E não há nada que me deixe mais furiosa e magoada como palavras de bolas de sabão e agradecimentos de rigor. Desmerece tudo.
Rakel.
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