O vício dos mangas anda a bater forte e feio e alguns títulos caíram no goto pela originalidade dos temas; alguns conteúdos são mais fortes em termos visuais, mas no conjunto, fazem uma boa estória.
Um dos que tenho seguido com regularidade é o Lookism, pondo a nu o conceito da imagem como empurrão do mundo em que vivemos. O personagem, um tipo baixinho, gordinho, tímido e pobre, vê-se continuamente centro de atracção dos bullies. Apanha, é humilhado e entra naquela fase de querer sumir do mundo. Num determinado momento, e depois de uma série de acontecimentos, acorda de manhã e olha-se ao espelho...e é já um gajo todo jeitoso. Para sua surpresa o antigo corpo dele, o tal gordinho e pouco atractivo, continua na cama a dormir a sono solto. Um novo corpo com a velha consciência no primeiro dia de aulas numa nova escola longe da cidade que o viu nascer. E tudo muda. De dia é o gajo jeitoso, de noite é o gordinho que aproveitando o facto de ter dois corpos, trabalha numa loja de conveniência enquanto o corpo jeitoso dorme. Até que ponto a nova imagem muda a personalidade deste tipo? É o que vamos vendo acontecer em cada capítulo.
Um tipo normal que debate-se com um problema que toca a muitos: segurar um relacionamento; ele só sonha em ter a namorada ideal, uma que não o deixe tão depressivo e ansioso em cada discussão. Love Parameter conta a estória de um rapaz que depois de mais um rompimento amoroso cai, quebra os óculos e ao comprar uns novos repara que eles mostram em cima da cabeça de cada pessoa os parâmetros de personalidade. Se usar o paninho que limpa as lentes de uma determinada cor, ainda aprecem mais probabilidades nesse jogo de sedução e descobertas. A primeira coisa que pensei foi, pah...vamos lá ver como correm com os parâmetros de honestidade mais altos. E foi surpreendente, os mais altos eram honestamente, cruamente horrendos. E de phoda em phoda o personagem anda a procura da mulher ideal e já faço de antemão a previsão que, de tanto escolher, ainda acaba na mão. De salientar que o conteúdo é adulto embora que, como é hábito nestas publicações, tudo que seja fálico é embaciado ou pixelizado. Mas percebe-se fortemente o conteúdo sexual.
Um dos mais emblemáticos e que pouco ainda posso dizer sobre: Berserk. Há 30 anos sustentando uma estória nos tempos medievais: lutas, demónios, violência, intrigas palacianas e o furor da guerra. É possivelmente um novo aditivo a adicionar aos meus actuais vícios em BD, aconselhado por quem também gosta destes assuntos; é coisa para ir levando pelo Verão e depois ver se vale mesmo a legião de fãs que o acompanha há 3 décadas.
Rakel.
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