Se há um universo especial de encantamento, será sem dúvida o universo da animação; e nesse universo mágico de fantasia ou de uma possível realidade, sem dúvida a animação nipónica, ou anime como é conhecido, é um dos mais interessantes do género.
É que me dá no nervo ciático a cantoria da Disney, que me perdoem os fãs. No caso dos animes japoneses há no entanto um cuidado estético e uma história que geralmente nos toca ou enternece. Geralmente como há um espírito fatídico no conceito japonês de vida, nem sempre há um final feliz.
No entanto, quando é para fazer rir e divertir também são capazes, mas do ponto de vista de anime de culto, pode-se dizer que há pérolas que só não ganharam mais notoriedade, pela falta de espaço que outros grandes estúdios vão apanhando e ferozmente guardam como território.
Admito que em alguns fiquei ali a fungar, de lenço de papel nas mãos ou então de cérebro retorcido pelo enredo nada fácil. Há tão bons enredos que acabam por levarem para as grandes telas para estragar, como no caso do Ghost In The Shell, agora nas salas de cinema.
Não há princesas a cantar com passarinhos e a serem beijadas por príncipes encantados vindos do nada, que se apaixonam por dá cá uma palha e que lutam contra bruxas más por elas.
Há um Spike que procura Júlia num Cowboy Bebop, voando entre mundos e a difícil vida de caçador de recompensas; com a fantástica banda sonora de Yoko Kanno e um enredo futurista mas fatidicamente actual e é cult no meio anime.
Há um Serial Experiments Lain, que nos faz pensar seriamente naquilo que é a solidão, realidade, deus, a tecnologia e o que somos. Digamos que é preciso ter mesmo atenção ao anime para entender a amplitude dos temas que aborda. Lain não é princesa, é algo bem maior e muito possível num futuro próximo demais.
Ghost In The Shell é aquele apelo antigo da consciência humana num corpo robótico e o mundo que não sai da cepa torta da criminalidade e corrupção. Do ponto de vista futurista, não há avanço social na humanidade mas sim uma continuidade de maus hábitos, e no caso, há que usar de meios radicais para resolver topicamente os assuntos.
Death Note, imagine que ao escrever um nome na folha em branco de um caderno consegue que uma pessoa morra. O poder de decidir quem vive ou morre e a consciência de poder decidir, com alguma justiça. O que faríamos nós com um caderno desses nas mãos?
Ergo Proxys ganha em enredo e estética num cunho que lhe vai dar título de cult não tarda nada; o cuidado com a estória no que concerne o suspense e ficção não é fácil de apanhar logo de caras, mas absorve a nossa atenção.
No caso de anime de entretenimento há uma vasta colecção que vem desde um jogador de futebol Oliver and Benji, um louco Furi Kuri, um Naruto (que já acabou e continua com o filho, Boruto) Dragon Balls, Rurouni Kenshi (Samurai X), Doraemon, Iayba, Digimon, Pokemon e por aí vai.
Agora há praí uma malta, que se calhar até é simpatizante da causa Cristas/Câmara Pereira, dos bons hábitos e costumes e de uma sociedade sem espartilhos e saia travada justa (amigo, espartilho é do lado de dentro da roupa das senhoras do século XIX, agora usam-se corsets e é do lado de fora) que resolveram pegar de ponta o Shin Chan. Shin Chan é um puto reguila, que manda piropos às educadoras do jardim de infância onde vai relutantemente todos os dias e que pega em falso os descuidos parentais. Tem a mãe, que ele diz ter o rabo grande, tem uma fixação no Richard Gere e que está sempre a ralhar e um pai que sofre nas mãos desses dois. Ok, o miúdo tem uma fixação com a pilinha, mas qual gajo não tem?
Depois daquele pregador americano de televisão ter condenado um dos Teletubbies de pró gay por ser roxo e ter um triangulo no alto da cabeça (o terceiro sexo), agora temos estes militantes da moral e bons costumes que apontam o dedo aos maus exemplos do Shin Chan. Um puto de ficção, de anime. Tomem tino...
Rakel.
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