Ditado muito usado pela minha avó alentejana de cada vez que fazia algum prato com natas ou queijo; meu avô, um tipo que só era tradicional naquilo que comia, torcia o nariz ou até mesmo recusava-se a comer se por acaso encontrava na bancada um pacotinho vazio de natas ou aquela penca enorme dava conta do cheiro de queijo num gratinado. Olfato de perdigueiro e olhar de falcão comeu mais vezes "dessas coisas de modas" do que imaginou. Era o saber de transformar e de convencer por artes de palavras e o afivelar o ar mais inocente do mundo, que aquele bacalhau no forno à Dona Laurentina (receita que puxa pela paciência de qualquer cidadão) não levava natas nenhumas.
E meu avô comia e repetia...
...e é mais ou menos a nova/velha história de amor largamente divulgada pelos média.
Parece que a história de amor entre Emmanuel Macron e Brigitte Trognoux é um Amo-te Teresa que deu certo. Nem Brigitte foi dar com os costados num tribunal e acossada pela populaça, nem o pobre anjinho Macron foi seduzido pela pérfida criatura e colocado como vítima inocente nas manchetes dos jornais. E só quem não conhece um adolescente assoberbado pelos ímpetos hormonais e pelos ideais emocionais os acham inocentes e que nunca se tocaram ou experimentaram ir mais além do namoro Braille.
Se realmente, nas várias matérias apresentam como uma história que simboliza que amor não tem idade...ficamos como? Certo ou Errado?
E dá que pensar que a mesma técnica de saber dar a palha na mesa com natas e queijo é usada pela comunicação social e aplica-se ao consumidor asino, que afinal somos todos nós, não é?
Mas... o amor é lindo, no final das contas.
Rakel.
* tal e qual a avó Maria dizia.
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