... e as violetas não são azuis, serão as campainhas, algumas hortênsias e as rosas nem sempre são vermelhas.
Li uma notícias em que uma senhora dos seus 102 anos falava que o segredo da sua longevidade era o facto abster-se de homens. Uma amiga minha comentava com uma certa tristeza, que no caso dela viveria até aos 120 anos, não por vontade dela, mas pela escassez de pretendentes. Chegando então tão perto esta data funesta que marca o dia dos namorados, a consciência de falta de par remete aos comentários melancólicos de uma larga franja de mulheres e homens em estado de solterice.
Por outro lado, há uma outra vertente um bocado assustadora de mulheres que renegam, como a tal senhora de 102 anos, os homens e que beiram o ódio e derrubam os alicerces que construíram o feminismo. Resumindo, no que o feminismo exigia a igualdade entre homens e mulheres, e se exigem igualdade nos direitos supõe-se que também acatam os deveres, as de agora, as feminazitas, chegam ao cúmulo de pedir a morte dos homens. Há um programa de televisão que numa rubrica coloca num debate um "homem de direita" e uma "mulher de esquerda" a falar de assuntos da actualidade. Das poucas vezes que vi isso, e confesso que não consegui ver até ao fim, só via a mulher engajada a debitar sem ter tempo de respirar e o homem sem um nesga de espaço para rebater, já que a mulher parecia uma metralhadora de palavras de ordem, frases carregadas de acusações. Os tais 5 minutos serviam apenas para mostrar que ela tinha muita "garra" e zero de educação num debate. Debate compreende-se em duas pessoas a ter o direito de rebater ou justificar ideias. Ali o que vi foi o exercício da feminazista contra esse abjecto ser chamado homem.
E querem ser respeitadas por isso. A actual geração que tem mulheres astronautas, Presidente de empresas e países, Primeira Ministra, policiais e nas forças armadas com as mesmas possibilidades de escalão, tornaram-se de uma hora para outra mais raivosas do que todas aquelas mulheres que nos anos 70 queimavam sutiãs e exigiam igualdade. Acabou a igualdade no conceitos destas senhoras, o conceito agora é um tipo de Sarah Connor a exterminar tudo com uma UZI e acabar com a raça masculina.
Tirando o facto que concordo que o sutiã seja uma peça de roupa desconfortável e a primeira coisa a tirar, logo a seguir aos sapatos, quando chegamos em casa, o resto constrói-se com diálogo e com argumentos plausíveis. A proximidade entre duas datas que toda gente gosta de assinalar e reflecte pouco sobre elas leva-me a perguntar se, muitas vezes, somos nós mesmas que sabotamos a nossa vida com questões meramente subjectivas e pouco construtivas. Não é só mulher a sofrer com violência doméstica, nem de assédio, nem de preconceito estético (e todo gordinho, careca ou baixinho carregam estigmas sociais) nem dos demais estereótipos sociais. O rapaz sensível é o maricas, o tipo inacessível é o machão e não há meio termo.
Ano passado, uma destas moças engajadas e cheia de visões futuristas dizia que "no dia dos namorados não queria caixa de bombons nem flores, mas sim respeito e igualdade". Na altura (embora muita gente concordasse com ela e apostava nessa cena de mulher não vai nessas merdas) respondi que eu devia ser uma gananciosa do caraças. Respeito? sim é bom. Igualdade? também. Mas quero tudo o resto também: bombons, beijos e abraços, flores e cartões, cinema e jantar e tudo aquilo que eu acho que tenho direito. Mas sem data marcada, espontâneo. Até mesmos as minhas inconstâncias a serem aceites ou pelo menos compreendidas como uma característica própria de ser mulher. De mudar de opinião e enlouquecer qualquer cérebro que pensa que tudo seria previsível. É prerrogativa feminina, meus senhores.
Dia dos namorados bem perto do dia da mulheres. Dá que pensar.
No que levou décadas a fazer os homens entenderem que não é uma fraqueza ser mais sensível às necessidades femininas, de que mulher não é uma extensão da santa mãe, que quando vivem juntos a casa e trabalho é responsabilidade dos dois (e se aspira o carro com tanto afinco, o quarto onde ele também dorme merece os mesmos cuidados dele) e não caem os parentes na lama por ela nem um ovo saber fritar e ele ser um às dos tachos e panelas. De ele saber trocar fraldas e ela saber trocar um pneu. Somos melhores quando sabemos mais coisas e somos mais capazes. E isso tudo acaba por ser menosprezado em honra de ser mulher forte e sem outra necessidade que não seja rosnar e mostrar que os homens não valem nada.
Para além de toda a "mística" que rodeia este dia e dos amuos e beicinhos por não ter uma prenda ou até um flor que justificam esse amor, fica ainda o peso subtil mas inerente quando soltam a segunda parte das 50 Sombras. Acreditem minhas senhoras, um homem pode ver um filme de acção e tiros com fartura, com perseguições com carros a atravessar cercas e portões, mas eles JAMAIS colocarão isso em prática. Para exemplo, na única vez que vi neve foi dentro carro e não podia sair dele (até porque fez questão de nem parar o popó) já que "deixaria os tapetes do carro molhados". Filme para eles é só distracção. Mas quando uma mulher insiste e bate o pé para que o desgraçado veja o filme é quase como o ponha a sentir-se compelido a ser um Christian na totalidade. Até já vi uma matéria onde dizia que havia 5 maneiras de convencer o namorado/marido a levar para ver o filme. Sejamos francas, quando temos que convencer, é mais do que evidente o desconforto do indivíduo. E ainda estou para perceber a razão que tantas mulheres se sentes seduzidas por essa ficção perneta, com um enredo inverossímil e anos luz de distância de compreender o que realmente implica nesse tipo de relação.
Não sei que quem lê este post sente o mesmo que eu, mas acho que as pessoas andam mais facilmente viradas para odiar e sem contemplações para tomarem posições extremistas. A forma como colocam os grupos, ostracizam outros, culpam estratos sociais e depois assumem uma postura humanista (se percebessem o que isso significa, seria uma sorte) é alarmante.
E não vamos ser idiotas a colocar a mulher de hoje num papel passivo e vitimizado: há mulheres que mutilam homens, largam filhos recém nascidos em sanitários, matam-os a fome durante a trip da droga, que no mau perder ou de uma personalidade triste e mesquinha usam o termo ciúme para fazer negra a vida de muita gente; há mulheres que usam de maneira consciente o corpo para conseguir aquilo que querem; há mulheres horrendas no trato e na personalidade e se por acaso pensam desculpar isso como "fruto das circunstancias", então é caso para dizer que mais uma vez, somos as nossas próprias inimigas, pois sempre há escolha. O problema é quando decidem o lado escuro da Lua.
Minhas senhoras, se tem alguém vos olhe como o Rodolfo Valentino olhava para Vilma Banky no filme do Sheik (se bem que o Rodolfo fazia aquele olhar por que era míope e só os míopes fazem esse tipo de olhar que parece matador, mas é pitosga mesmo) namorem, façam vocês mesmas um enredo de fazer emocionar a sua plateia interna e deixem-se de merdas que os outros acham que vocês precisam sonhar.
Meus senhores, dentre todos os tipos que ela conhece, que andaram atrás dela, ela vos escolheu como sendo alguém importante na vida. Ela pode ser um bocadinho chata, manienta, fica um demónio da Tasmânia naquela semana do TPM, ela implica com o tampo da sanita...mas é ela que te faz mimos e te seduz com sorrisos e jeitos. Não esperem que chegue o aniversário ou o dia tal e tal do calendário para dar uma prenda ou fazer desse dia especial. Todos os dias são.
E às senhoras activistas dessa nova ordem de ódio aos homens...tenham tino, e façam coisas mais construtivas. Já chateiam com essas merdas de acharem que "cartão de cidadão" é sexista, quando vocês são as mais sexistas.
Apareçam
Rakel.
Comentários
Enviar um comentário
Estamos ouvindo