Em Jeito de Pos It - Top Secret




Explique as quatro teorias da conspiração


Esta frase apareceu aqui entre as demais que fizeram que os leitores chegassem ao blogue. Confesso que achei que esta frase por si só dava direito à um post só para ela. Embora saiba que o leitor com esta frase esteja mais virado para os grandes mistérios, conspirações cabeludas do estilo Caso Camarate ou dos UFOs, perdoe-me o leitor, mas deixei-me levar por aquilo que na minha vida prática assenta como uma luva naquilo que se determina como uma conspiração.


Ficam então aqui as quatro Teorias da Conspiração:



A Meteorológica.

Há poderes além do nosso conhecimento que abusam do direito de abrir a torneira lá em cima ou que mexem no termostato do ambiente. A gente vê uma semana esplendorosa de céu azul, sol radiante e quentinho, preparam-se um sem fim de planos e petiscos num inocente piquenique. E podem apostar, chove. Mas não chove logo de caras... não nem por isso. O dia começa bonito e aberto e durante o caminho começa a fazer birras, cara de azia, respinga mau humor e desata em chuva forte.

A questão é: planejamento e piquenique não podem ficar na mesma frase ou linha. "Eles" lá em cima escutam isso, seguem cada detalhe de cada mensagem ou conversa telefónica. Aí, para dar um gostinho diferente ao fim de semana planeado ao milímetro, eles decidem largar uma carga d'água diluviana. As coisas tem que ser feitas mesmo em cima do joelho e sem falar ou pensar sequer na palavra piquenique.

"Boda molhada, boda abençoada". Na minha choveu a potes e foi o que foi, segundo rezam as lendas, as noivas nunca devem usar pérolas, pois significam lágrimas a derramar durante a vida de casada. E eu feita cretina, além de me casar ainda na idade de viver a vida,  levei brincos e uma fiada ao pescoço. Duvido que um noiva que gaste em média uns 3 à 7 mil euros num vestido todo branco, queira que ele ande a chafurdar nas poças de água e lama. E bonito nisso tudo, é quando todos os convidados em farpela veronil, vaporoza e de sandalinhas apanha com frio e chuva da... boda abençoada.

Numa casa com pelo menos quatro pessoas, ficar uma semana sem lavar roupa significa... muita roupa por lavar. Aí, chegado o fim de semana, o tal que muita gente tira para casar e ir aos piqueniques, e que a gente precisa MESMO lavar aquela tranqueira toda, chove até mais não.

A Teoria desta Conspiração tem então como base os lá de cima sem noção que em virtude de abençoar bodas e funhanhar os piqueniques da malta, faz chover de maneira tão escandalosa, que nos vemos a secar a roupa estendida com o abanico de assar sardinhas.


Casa de banho - Onde mora o Ninguém

O Ninguém da casa de banho é aquele personagem que assombra várias casas de banho privadas ou públicas. Misteriosamente molha o chão todo e não sabe onde fica a esfregona para limpar; mija a tampa da sanita e escusa de limpar ou avisar aos demais. É aquele que acaba com o rolo do papel higiénico e nunca troca por outro ou abastece o armário da casa de banho. Deixa a prova do crime dentro da sanita ou então a auto-estrada pintada na mesma, deixando um odor de fabrica de celulose no ar. Notoriamente cego ou de um grau de miopia avançada, nunca vê o piaçaba e nunca lhe deu importância ou uso devido. Toalha encharcada aparece na beirada da cama...voou para lá sabe-se lá como.

Na chanfarrica onde trabalhei, havia um mistério que deu direito à apostas: quem era o mijão que não acertava na sanita e sim no chão adjacente? Eu apostei em dois, um por causa do uso abusivo do telemóvel e falta de auricular, o outro... por ser alguém com a cabecita no mundo da Lua e verdadeiramente noutras paragens e com SDA. Depois de muitos cartazes e avisos colocados, descobriu-se que era um pós almoço meio ébrio de um personagem que aparecia sempre na mesma altura que os dois outros da minha aposta.

Fila do supermercado - A sua nunca anda

Se já de começo entra na fila com pressa, assinou o destino de que vai demorar nessa fila o triplo que deveria demorar. Há de ter a velhinha, com todo respeito, que coloca em cada saquinho e saqueta que leva de casa devidamente dobrados, cada compra. Ou então aquela senhora que faz uma compra gigantesca e na hora de pagar abre a carteira e nada, abre o porta moedas dos trocos... e nada, faz um sorriso sem graça e desculpa-se que está sem dinheiro. E aí quem está na caixa tem anular item por item de compra.
Há também os caixas novatos, que são largados a sua sorte com uma formação de cerca de um dia, e entre tremeliques e nervosos dos nervos, tem que anular a tal compra gigantesca item por item, ou preços que não estão ainda registados no caixa... melhor ainda, desgraçados deles e nós a ouvir que foram ao Portal das Finanças e não viram lá nenhuma das facturas das compras feitas com NIF.

Entre na fila para pagar na desportiva, sem pressas, sem planos e deixe fluir o ritmo das coisas e veja o lado caricato da vida.


Bem me Quer, Mal Me Quer

Dizia um colega meu, que andou anos sozinho, sem ninguém que lhe fizesse um cafuné, um agrado, que lhe chamasse de meu bem. Depois desta travessia no deserto, encontrou a alma gémea que lhe veio alegrar a vida e a tirar uns anos de atraso. Inesperadamente, depois desse dia, apareceram mais candidatas a quererem tirar os escritos daquela janelinha do coração. Ora gaita, mas então antes não viam o rapaz ali sozinho, ainda na pujança da vida, com tanto para dar?

Há também o caso daquela rapariga que andou anos de paixoneta perdida por um tipo que nem sequer se deu conta da existência dela. Ela andava sempre esfarrapada com cada nova conquista dele, com cada nova namorada e ela ali... só a ver. Até que um belo dia, e foi preciso muita conversa, muita terapia de grupo, muitas noites etílicas, que resolveu riscar o nome dele da agenda e partir para outras coisas. Investiu nos estudos, saiu, viajou e... o desgraçado então notou a presença dela e resolveu partir para o ataque. E ela já não estava pelos ajustes, nem para requentar sentimentos já há muito colocados no congelador.

A culpa é desta raça desgraçada de cupidos que ficam com o nariz colado no LivrodaTromba, e no InstanteGrama. Em vez de fazerem o serviço bem feito, ficam ali a cuscar. Uns janados que andam na erva e que esquecem que tem trabalhinho a fazer.

Verdade, verdadinha, é que nestas andanças de amores as coisas nunca correm da maneira que deveriam: quando estamos numa fase Greta Garbo, aparecem praí uma data deles que não interessam nada. Quando andamos já a precisar de aconchego, de colo e carinho, certo como dia vem depois da noite, tornamos-nos invisíveis. E se colocamos um fito em alguém, se nos caiu no goto aquele fulano... ele só nos vai dar bola quando já não estamos aí pros ajustes.



Apareçam

Rakel.


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