Quem não tem muito que fazer geralmente arruma coisas que ninguém lembra de fazer ou pensar, e como continua na ociosidade aporrinham quem não tem tempo para perder. Realmente, uma mente ociosa e sem muito recheio começa a ler coisas e a indrominar situações do caneco. Ano passado fui bombardeada por um familiar, já entrado e bem na casa dos 70 anos, daqueles que quando vai à um quiosque de jornais e revistas só procura aquelas revistas espanholas pejadinhas de mistérios por desvendar e catástrofes anunciadas. Portanto, no ano passado por causa da troca de polaridade do Sol, bombardeou-me com telefonemas de precaução: de ter rações em casa, água potável, lanternas suplentes, fogão daqueles de campismo... porque o mundo ficaria em pantanas por causa da interferência magnética e de tudo e tudo.
Até sacolas com bem essenciais deixou um par de vezes em minha casa mostrando que cada item estava com um prazo de validade de pelo menos 2 anos. Trouxe uma carrada de lanternas, das que a gente dá a manivela (assim não precisa de pilhas, inteligente hã?) e deixou fotocópias e mais um par de botas de como sobreviver sem energia eléctrica. E não veio o fim do mundo, nem os motins que ele esperava, nem a baderna mundial. Antes disso, foi a fase em que o desGoverno andou a espalhar pelos supermercados o que fazer em caso de um grande terremoto. Aí foi a mesma base dos kits de sobrevivência, as lanternas e tal e coisa.
É interessante até que ponto uma pessoa que tenha tempo para isso possa debruçar-se e entrar em pânico com o que os outros julgam ou acreditam que vai acontecer ao nosso mundinho azul. E nunca, ninguém fala de uma uma transformação para melhor, é tudo para arrasar, destruir e acabar com o planeta. Temos esta pontinha mórbida, este lado funcional puxado ao necrotério de diminuir a marcha quando há acidentes. Somos uma caca.
Muito bem fazem os investigadores de só depois do "tudo bem" lançar a notícia que um calhau voador do espaço sideral passou perto de nós. Imaginem lá as possibilidades de toda esta amálgama humana, dos profetas aos vendedores de terrenos no paraíso aos Jim Jones da vida. Sem contar com os velhinhos que ficam a ler revistas espanholas de conspiração mundial e catástrofe. Só por conta: há mais de 2500 pedregulhos vagando pelo espaço e na nossa rota, com base nisso, dividimos os pedregulhos por dias do ano e teremos praí uns 7 anos (número emblemático) e qualquer coisa de meses para ficar em pânico (todos os dias uma alegria pegada) e pensar que é desta.
O mal é só nosso do homem moderno e evoluído, dono de iPad e uma data de tranqueiras electrónicas? Nop, isto já vem de longe. Já tivemos o momento Maia (não a taróloga) "fim do mundo" de 12-12- 2012 e que deu no que deu, ano passado a tal mudança de polaridade solar... e este ano, temos o fim do mundo predito nas sagas Viking. Regnarok ou o Harmagedon deles, conta como a batalha dos deuses acaba mal e tudo se afunda no mar. Tomando como base que a calota polar norte anda a derreter e as subidas das marés é o que temos visto neste inverno, não custa nada deixar que este pânico entre junto com o calhau espacial do dia e mais um tremorzito de terra para aconchegar. Tudo beleza para quem vive e adora um bocado de pensar no que pode acontecer mesmo que nunca venha acontecer. E se acontecer, me perguntam. Olha, aconteceu.
O mais giro disso tudo, é que segundo quem pesquisa as Sagas, hoje é o dia R de Rognarok, dia 22 de Fevereiro calha nas estatísticas e nas predições vikings. Maravilha, hoje, se o mundo se afundar, fiquem certos que não será um fim completo da humanidae... não, o ser humano é pior que a barata, um sobrevivente. Conta a lenda que sobrarão dois humanos que repovoarão o planeta...
... o meu medo é que, se calha de um dos dois descobrir-se gay, a coisa não vai dar muito certo. É que não é por nada não, tenho amigos e colegas gays, mas isto não está um bocado... como direi, como uma moda??
Veremos como chega o dia seguinte...
Apareçam
Rakel.
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