Estudo despretensioso, pessoal e muito pouco elaborado sobre uma classe que nos termos antropológicos conhecemos como "fazem parte da espécie" e dos quais sobejamente conhecemos.
Já de caras: há o incompetente consciente e há aquele que não se dá conta de que é. O incompetente consciente é aquele oportunista que, na falta de uma real capacidade para gerir ou efectuar o seu trabalho, aprende por outro lado a parecer ocupado; licencia-se na arte de passear papéis, descabelar-se e ter ar stressado. Na maior parte dos casos, delega à terceiros as matérias aonde fica a boiar, que lhes passa ao alto, mas recolhe os louros da conquista de objectivos do local aonde trabalha, mesmo sem saber ponta de corno do que se tratava. Temos um caso desse tipo de simbiose do incompetente/oportunista na pele de um tipo que tem nome de pasto de minhocas e rima com Elvas.
Não engana nada: mete-se em todos os esquemas que encontra e que serve para subir mais no patamar do poder e ainda por cima, mostra a ignorância em cada calinada que dá. Engravata-se, perfuma-se, sofre de uma amnésia selectiva e dos tempos de jantar pão com mortadela e café com leite (quando havia) dos amigos relativos à mesma época e de como é precário o lugar que ocupa.
Temos paletes destes espécimes nos mais altos cargos do nosso desGoverno, e um dos muitos mundialmente conhecido como Presidente de uma das super potências: o George Bush Jr. A única pessoa que conheci ser incapaz de comer e ao mesmo tempo ver televisão sem correr o risco de engasgar-se. Este fenómeno de incompetência, antes de ser Mr. President, conseguiu a proeza de falir com uma companhia de petróleo... o que não faria com um país... pergunto eu.
Depois temos aquela classe secundária, a classe dos incompetentes involuntários, aqueles que, por maior boa vontade que tenham, por mais esforços que façam, baralham-se nas curvas sinuosas do trabalho. Aceita tudo de boa vontade, mas a realização torna-se deveras complicada já que, de si tem um toque de lírico e pouco realista. Embora acreditem piamente que tudo vai correr bem e que há de dar certo, fatalmente prendem-se a detalhes menores esquecendo os de fundo. O malabarismo de justificações é imenso, fica mesmo com os nervos em franja vendo todo o trabalho por fazer...embora continue apegado aos pormenores desinteressantes. O lugar que ocupa, a sua especialização nem sempre é bem aproveitada, não pela entidade patronal, mas por si mesmo que deixa passar momentos reais em que poderia brilhar e se deixa menosprezar em favor do detalhismo desnecessário. Olhem lá o fantasminha, ex-finanças: boa vontade, óptimo fiscalista, mas uma rotunda nulidade em economia...
Dentro dos incompetentes inconscientes temos também aqueles que pensam que são competentes, que puxam dos galões das suas habilitações.. e no fim das contas, lhufas de nada. Ficam acomodados pelo básico dos básicos, mas mesmo assim, empinam a narigaça e fazem da sua imagem e posição a sua única mais valia... e mais valia muitas vezes estarem quietos e calados. A mãezinha ou o paizinho, muitas vezes na sua adoração babosa, devem ter dito à pessoa em questão que, sim senhor, hás de ser um grande homem/mulher, que isso de ter um diploma transforma-te num doutor logo assim que tens o canudo na mão. E por força destas conversas fiadas e desfiadas, muitos crescem pensando que sucesso e competência cai no colo após o primeiro emprego. Pensam que não será necessário esforço, trabalho e dedicação. Não, só lhes chega o estatuto do canudo, que todos os demais hão de os ver subir e alcançar a cadeira do conforto e da permanência sem custos.
E nos dias que correm, o que mais se vê nesta vida irónica, são os incompetentes a mandarem no país e no mundo...
... e agente deixa.
Apareçam
Rakel.
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