O Grupo M Negativo




Poderia arranjar uma data de desculpas, de atenuantes, de exceção à regra, qualquer coisa que justifique e que dê uma motivo cabal para o facto de que o pior inimigo da mulher é a própria classe feminina. Falem o que apetecer, deitem todas as culpas à fauna masculina, mas muitas vezes somos nós que nos sabotamos continuamente. Apaixonadas demais, dizem algumas, armam barraca, fazem escândalo de atirar com o que tiver na mão, gritos e choro compulsivo...perdem a razão pela intempestividade sentimental de que são feitas.

Outras, de sangue polar, calculam ao milímetro a vingança pessoal cozinhada em azoto líquido e na mais requintada forma de estratégia, gastam tempo e dinheiro nas mais rocambolescas ousadias calculadas. A cabra profissional, seja como for, espezinha e passa por cima de quem for para chegar aos seus objectivos.

Há Também aquela classe que agora será conhecida (pelo menos eu apelidei assim) das Juditinhas, as ressabiadas, as que por infelicidade própria, apenas se sentem satisfeitas quando detonam em cima de um personagem da fauna masculina que mais não faz do que viver numa permanente infância (com seus fetiches das séries) e que tem o defeito de ter dinheiro, sem custas ao povo, e que pode dar-se ao luxo de fazer o que lhe der na gana. Essas, na mágoa interna mal gerida, precisa exorcizar os seus demónios e vê em todos os homens um inimigo a atacar, algo em que bater, mas de preferencia quem não tenha competência pra dar luta. Dessas, as que levam com um par deles pela testa, que descobrem que o mundo não gravita ao redor delas, que descobrem, finalmente, que amor eterno tem prazo de validade... essas, que são tantas, acabam por serem as piores inimigas, não os homens.

Da minha parte, não encontro qualquer tipo de justificativa, qualquer forma de desculpa, depois de dar de caras com isto hoje neste jornal sobejamente conhecido do público.


Bater em mulher não é crime, que o diga as 27 mulheres mortas até agora vítimas de violência doméstica só neste ano. Isso quer dizer que, se calhar e se me der na moca, chego lá no Tribunal de Mação, vou ter com a Juíza, espeto-lhe uma galheta na tromba e saio de lá ilesa, sem culpa. Olha D. Juíza, cá de mulher para mulher.... ou vive com um homem por quem está perdidamente apaixonada e não se importa (como algumas pensam) que as bofetas e murros são para o bem dela e que tudo isso é apenas uma má fase...ou não bates bem, mas é da cachola. Que com o tempo ele muda... que o "amor" vence tudo, blábláblá...e assim vê nas outras todas umas covardes que não sabem amar... ou então é uma Juditinha. Ressabiada, mal amada, corneada quem sabe, trocada por uma mais nova, e que agora veja-se a dar tiros nos próprios pés.

No mínimo é inconcebível acreditar que uma juíza, em sã consciência, livre de conceitos particulares (e aqui me lembro de uma vertente cristã que acha que o marido pode e deve punir fisicamente a mulher, um serzinho inferior) e que veja na lei uma saída airosa para quem agride verbal e fisicamente outra pessoa.

Não há na face da Terra ser mais perigoso no mundo que uma mulher ressabiada, aquela que no meio das conversas, quando não se vê com as atenções suficientes, desfolham os defeitos possíveis e imaginados em todas ao redor dela. Se ela não tem atenção por bem, há de conseguir detonando todas à volta dela.

O Grupo M Negativo é aquele grupo de mulheres que desune a classe, que a envergonha e a desmoraliza com atitudes, que tomam de posição e tiram destaque da forma mais aberrante que apenas prejudica, e a tentativa de sentir-se vingada, apenas denota o quão tristes são.

Mas que raio se passa nessas cabecinhas???

Apareçam

Rakel

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