Não me passaria pela cabeça ver o que vi hoje, uma jovem de estatura baixa, roliça, de cabelos ao vento e com um vestido até aos pés às riscas brancas e vermelhas. Uma autentica tenda de circo ambulante e sem outra motivação do que a tal da moda. A moda que agora diz que a tendencia é que os homens andem com jeans slim, uma coisa que, sinceramente, é limitador pra muita gente. Embora ache um bocado estranho ainda que, supondo que as calças fiquem bem ao tipo, aparecem lá em baixo aqueles sapatões e pesongas ao estilo lancha sem boias. O mundo da moda que especifica quem pode ou não usar o que, relegando como fez uma determinada marca que além do roliços, coloca de lado os feios (um conceito difícil de quantificar) é tão aterrador como isso. E vindo de alguém com um ar aterrador.
A vendedora terá que ser uma especialista em beleza? Serão os padrões de moda levados a que limitam quem e como? Sinceramente, admiro aquela cachopa que, ao desapego às estéticas, desfilava com a sua tenda de circo, ou como eu chamo, moda código de barras, borrifando-se para o conceito de beleza estereotipado. Meus ricos jeans, as minhas T-shirts estrambóticas e sapatilhas a maneira. Hoje com o sol despontando e quente a queimar as cabeças, calor e apetecendo ter pele de fora, foi um desfilar de moda código de barras em todos os feitios: blusas, calças de algodão, corsários, calções curtos, vestidos e saias. E do começo da rua sem transito, a ver aquele mundo de riscas a flutuar, balançar e requebrar, dei-me conta que, esta moda deve ter saído de algum tipo com um sentido de humor torto... ou alguém que experimenta ver até que ponto as pessoas precisam sentirem-se fazendo parte de um todo social.
Sempre achei castrador os gémeos usarem roupas iguais, quando é certo e sabido que cada um, mesmo sendo a fotocópia do outro, tem personalidades próprias e bem diferentes. O que direi então de tanta gente que procura ser diferente... sendo exactamente igual à todos?
Apareçam
Rakel.
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