... toca de ler!!
Acho que nunca fez tanto sentido como agora ler, os dias grandes, os jarros de sumo de frutas, os chinelos e as feriras de livros, os amigos que emprestam (e devolvam se faz favor, essa coisa do emprestadado chateia), bibliotecas abarrotadas de livros para ler, não há desculpas.
Já agora que estou com a mão na massa, se ainda não leu, vale a pena pegar no O Príncipe de Nicolau Maquiavel e dar uma lida. Acho que dentro do nosso actual estado social e político esta obra cai em hora certa para entender essa dinâmica única de como ratos de esgoto tornam-se poderosos e como os poderosos nem sempre conseguem ir além.
Falando sério, embora a época tenha sido outra, a personalidade do escritor também fosse um reflexo da época, sinto na boca aquele gosto de "eu já provei isto" em cada capítulo. O que mais uma vez vem a provar que os tempos mudam e as ideias reciclam-se, embora os avanços sejam acada vez menores.
O livro foi escrito em jeito de presente à um Príncipe e vale a pena lembrar que, naquela época, a Itália estava dividida em principados, ou seja, as grandes famílias nobres eram senhores... Príncipes. Então, tentando mostrar com um certo interesse (embora para mim tenha lá paletes de cinismo) a sua devoção e em jeito de "quem lhe avisa amigo é" o percurso correcto dentro dos meandros do poder ao Príncipe em questão.
Das frases do livro que caem como uma luva nos dias de hoje:
"Nunca se deve deixar prosseguir uma crise para escapar a uma guerra, mesmo porque dela não se foge, apenas se adia para a desvantagem própria" (e me pergunto, como se fosse Gabriel o Pensador, até quando meu povo, você vai levando porrada?)
E para não dizerem, ahhh, pois e tal e sei lá aonde arranjo o livro... fica aqui o link dele, com comentário feito por Napoleão Bonaparte. Quem é amiga?
Por outro lado, e vendo como a sociedade embota-se na pequena tela caseira, na modorra do dia a dia e se esquece de si mesma como ser humano, apenas gravitando no próprio umbigo das suas infelicidades comezinhas, fica aqui também em jeito de uma velha "novidade" o livro O Estrangeiro de Albert Camus.
Até que ponto somos estrangeiros em nós mesmo ou da vida, até que ponto a auto-marginalização é o modo operante do indivíduo que apenas sobrevive na monotonia de respirar,comer e mover-se? Boa pergunta...
Minha gente, peguem na espreguiçadeira, metam na varanda, encham a banheira com água tépida, coloquem-se confortáveis no sofá... e leiam. Viagem um pouco pelas letras dos outros e pelas ideias que nem sempre hão de concordar, mas hão de conhecer.
Apareçam
Rakel.
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