O Papel



Se a gente for discorrer sobre os vários significados da palavra papel, daria para encher este post com dúzias de sinónimos. Mas vamos com calma, o assunto é mesmo o papel feito de umas tantas árvores, até o reciclado. Vivemos numa época informatizada, mas nem por isso livre de impressos, papéis e mais uma avalanche de coisas com suporte físico no dito papel.

Pior ainda é juntar papéis com mala, bolsa, carteira de uma mulher; fatal como o destino, tenha o tamanho que tenha esse apêndice que carregamos ao ombro ou na mão, anda sempre atulhado de uma infinidade de coisas. Não foram poucas as vezes que tive que despejar o conteúdo de uma mala ou bolsa a procura das chaves, porta-moedas ou de um infeliz papel.

Da minha parte, aceito o facto que a minha mala ande sempre numa desorganização caótica monumental, por muito que tente organizar aquele buraco negro ambulante, nunca consigo achar na primeira tentativa seja o que for. Por outro lado, tenho em mim que no desGoverno há gente que passa os dias imaginando formas de lixar o desgraçado cidadão. Porque agora, além da minha desorganização total, ainda tenho que afinfar com as faturas. Vou comprar uma caneta? toma fatura. Um café? Toma lá papel... e eu bem podia chorar o desperdício de tinta, papel e paciência, mas nem vale a pena.

Agora andam para aí espalhados pelas ruas agentes da PSP acompanhados de uns morféticos das finanças a n fiscalizar mesmo a porta dos cafés e supermercados se trazemos ou não as faturas. Não leva consigo o papelzito infame??? Toma lá multa que até cresces mais um tantinho. Digamos que veremos mais agentes a multar do que patrulhar, já que é certo e sabido que, nas noites de fim de semana há sempre autoridade fiscalizando a  saída dos notívagos das casas de diversão, para ver se acusam alguma taxa de álcool no sangue punível. Aí há verbas pra gasóleo e montes de empenho.

Trabalho perto do mercado municipal aqui do burgo, uma das vendedoras da banca de legumes, furiosa com as novas leis, perguntou-me se tinha algum jeito passar uma fatura (no caso dela a mão) de um pepino ou de três cebolas. Reformado vai ao mercado e compra sempre o mínimo que permite a pensão miserável que recebe... e ela bem me perguntou se as putas de rua também vão passar fatura do serviço ou se vão ser multadas. "Ela vende a ..... não é? Então também tem que passar fatura do serviço" e a conversa descambou com a ajuda das outras vendedoras e fiquei pensando na estupidez gigante de quem propôs a lei.

Nada me inibe de todos os dias pensar umas quantas coisas menos.... educadas dessa corja toda que anda a fazer pouco dos cidadãos cumpridores. É de filho da puta pra baixo e quanto mais inventivo melhor será o insulto que faço cá dentro do T-Zero. Mas, gabo e pago pra ver se realmente, o ex- Secretário de Estado cumprirá ou não a sua palavra. Francisco José Viegas, no seu blog conta de que maneira pensa interagir com esta benesse entre fiscal e ele, cidadão deste país.

Pois já bem me basta a bagunça normal da minha mala, quanto mais agora com faturas de uma pastilha elástica ou de um cafe tomado a pressa. É que já se sabe que no Entroncamento, aqui mesmo ao lado do meu burgo, enquanto agentes ficam na porta dos cafés na caça a multa, muita mala é levada em esticão, muito carro é roubado e nada se faz.

E depois querem que uma pessoa leve isto tudo a sério

Apareçam

Rakel.

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