in- Segurança ou Mais Uma Peça da Máquina



Gosto mesmo de saber o que as pessoas pensam, gosto de saber as suas opiniões e anseios.Não é por coscuvilhice, mas é que assim tento perceber melhor a mente humana e os seus labirinticos caminhos.

Uma das coisas que mais dava valor (e que fique bem frisado o dava) era a segurança que se vivia e respirava neste país. Com a benesse do desemprego e do desespero, os que não saem do país ou são os que vão esmolando os apoios estatais ou partem para o roubo de caras. Até aqui, na pacata parvalheira, as coisas mudaram. Desassossego quando se sai e mesmo quando se está em casa, pois nada detém quem quer mesmo por via mais fácil ter algo. Há notícias de assaltos em residencias... para roubar COMIDA. Isso, eu até entendo, mas para sustentar vício é que não.

Ao mesmo tempo, leio um desabafo de um agente de segurança, que se sente magoado por as pessoas não entenderem que não se agride um agente, já que ele é o Estado e o mesmo exige demasiado dos agente sem dar apoio e recurso. Posso falar claramente? Esse comentário deixou-me emputecida, nos cascos mesmo.

Pra já: o Estado está a detonar o país. Chegado o ano novo vem das Finanças o IMI com uma valorização às casas que a Banca faz questão de desvalorizar cada vez mais. Quer dizer que para a Banca nos vivemos numa palhota e para as Finanças num palácio. Tirando o facto de que o desemprego sobe a um ritmo matematico e galopante, não admira que haja um descontentamento geral na população.

Num passado muito recente, circulou para quem quisesse ler e passar Declarações das forças de segurança a dizer que fariam TUDO para garantir aos cidadãos o DIREITO de manifestarem-se contra as políticas desastrosa do Estado. Que não seriam dobrados pelo poder contra o povo e um bláblablá bem giro. E por 10,8% de aumento venderam-se como Judas, usaram colegas a paisana para inflamarem os já acesos ânimos e baixaram porrada. Escolheram o lado que lhes dava mais lucro, decidiram TODOS serem coniventes com o Estado e por isso mesmo, sendo a cara desse corrupto e covarde corpo de pagadores, selaram a imagem de quem jurou servir e proteger o povo.

Sexta Feira, o carro da minha amiga Stela foi arrombado e roubaram a mala, e como toda cidadã cumpridora e honesta, dirigiu-se aos competentes serviços das forças de segurança pública para fazer o auto de ocorrência  Estava ela a dar os elementos na esquadra, quando uma mulher toda esbaforida entra a dizer que o carro dela tinha sido assaltado no estacionamento do supermercado.
Polícia Técnica foi ao carro da minha amiga? Nááááá... pra quê? Ficou tudo no "vamos investigar" e logo veremos como correm as diligencias...

Há uns meses apareceu até nas notícias o facto de que alguns comerciantes terem apanhado e baixado porrada em um assaltante de uma ourivesaria aqui da cidade. Mal grado o facto de não concordar com justiça feita por mão própria, acho que de agora em diante é o único meio de precaução contra assaltos. É que as forças de segurança estão traumatizadas com o tratamento que recebem da população. Pelas exigências do estado e pela falta de pessoal contra o volume de trabalho. Então se faz favor expliquem-me porque cargas d'água são precisos 14 agentes para proteger aquele fóssil socialista, aquele que foi o maior turista de todos os tempos e ex-presidente da república? Ele não foi um Bill Clinton, nem tão pouco um Arafat. Foi um bem sucedido turista por conta do Estado e do nosso bolso ou se muito, um relações públicas.

Dizer o quê desses 14 agentes é falar de todos os tantos motoristas que fazem parte do pessoal dos senhores ministros e afins. Falta pessoal?? Não, falta uma boa distribuição e vergonha em muita focinheira. Os senhores agentes sentem desrespeitados. Olha, aguentem-se, foi justamente o Estados que agora defendem quem justamente lhes retirou grande parte da vossa credibilidade e respeito. Nas leis e demais formas de regulação das forças de segurança refeitas é que nasceu essa precariedade das actuais forças de segurança. Esse mesmo Estado que, sentido o rabo muito perto da seringa, pagou para que o povo possa ser bem batido como um bife antes de ir pra frigideira.

A face da justiça é aquela que se mostrou com Duarte Lima e os Vale de Azevedo da vida, no papelão inominável que foi o caso Maddie, onde a PJ foi desautorizada e um dos seus elementos feito exemplo. Chega-se a conclusão que, de boas intenções o inferno está cheio e que muita consciência se sente apaziguada pelo preço certo.

E se sentem ofendidos pelo fato de que são agredidos sendo a imagem do Estado, não lamento, já que o Estado não faz outra coisa senão agredir toda gente e toda hora. Em cada mulher que chega à esquadra com medo de apanhar de novo do marido...mas que a lei, pois a lei, diz que só podem intervir só quando ela estiver com um tiro no bucho. Porque assim a lei acoberta em quem, no Estado, goste de fazer de saco de pancada um familiar qualquer. Ou no desespero quando alguém que a tanto custo andou a pagar a casa e já falta tão pouco... fica no desemprego e o Estado e a Banca reclamam a sua "justa" cota. Se calhar é para abrir a porta e servir café... até se calhar ajudar a colocar as algemas no cidadão que sempre cumpriu, pagou impostos, mas que agora se vê na merdunça do desemprego. Mas isso não é culpa do Estado... somos nós uns piegas sem jeito nenhum, que como diz aquele senhor da Banca, ainda aguentamos muita mais crise. É nossa que já  não temos outra via senão aprender a nos defender sozinhos, já que os agentes desistiram de servir o povo e agora são o Estado.

Uma das maiores bases do respeito é esta: Para exigir respeito dá-se respeito e dá-se ao respeito. Quem se deixa comprar pela imagem de "somos o Estado" e "façam o que for necessário para conter o descontentamento" acusando senhoras e crianças como "grupos desordeiros" e que merecem porrada... é perder tudo. Respeito e alma.

E vejam lá se crescem. Faz falta. Não queremos beijinhos e abraços, mas o mesmo respeito que qualquer cidadão cumpridor merece. Não se coloquem num patamar acima... que não existe. Vocês são tal como o resto, mais uma engrenagem da máquina e facilmente substituída.

Apareçam

Rakel.

Comentários