É verdade que tenho, entre o nojinho e a repulsa e uma certa aversão pelas publicações cor de rosa, ou melhor dizendo, o marketing das celebridades e/ou em vias disso. Aquelas que ficam nos escaparates dos supermercados falando da grande coragem de fulana e ou ciclana, que decidiu deixar o trabalho para levar uma gravidez até ao fim ou outra que não pôde cuidar da filha enquanto doente.
As mesmas que criticam e dão polegar in ou out para as modas de todas as colunáveis, que criticam as regueifas e celulites alheias. Os amores, desamores e traições de toda essa gente, muitas das quais ainda por cima se deixam pagar, só para os tais 15 minutos de fama e uma foto na capa das revistas.
Muitas vezes passeio pelos blogues e sites de entretenimento, mais na base de saber os filmes que estão a estrear, do que pra ver as bimbas da Lady Gagá a sair das bordas das cuecas. Ou para ver as mamocas de uma actriz (?) adolescente que postou no Twitter ou se a cantora voltou ou não ao namorado, naquele estilo de "quanto mais me bates, mais gosto de ti". Vida alheia é alheia, não me aquece grandemente no frio do Inverno, a não ser que enrole as revistas e use como lenha. Se bem que, a maior parte das pessoas que saem nessas revistas de coscuvilhice acha bem e fazem por isso mesmo. As mesmas que se fazem pagar nas discotecas e bares in e que adoram a luz da ribalta, quais mariposas a ver se queimam as asas nessas luzes temporárias.
Me pergunto muitas vezes, se quem escreve nos sites e nas revistas criticando não só a estética dos famosos assim como as suas atitudes, são eles mesmo a perfeição humana. Sim, será que são todos lindos, glamourosos e cheios de charme? Terão eles horas e horas de ginástica e dieta perfeita, modos de ser e estar imaculados, enfim, toda essa perfeição que lhes permite apontar o dedo aos outros? Gostaria de conhecê-los, ver uma foto, sem ser daquelas tiradas de cima para baixo e que tira uns 10 quilos de cima, mas uma foto real, de todos os dias ou de descontracção em casa. Seria deveras surpreendente. Já ouvimos falar de muitos famosos que perderam as estribeiras e foram às fuças de algum paparazzo, de gente que já se deixou fotografar com o dedo do meio bem esticado. De certeza que um paparazzo não deve de ter vida própria, porque isso de seguir 24 horas podia na procura de uma foto boa ou de um flagrante não deve de deixar grande espaço de manobra em termos de vida pessoal. E se a tem, sabe-se lá como, também seria digna de ser seguida. Porque nenhum famoso não colocou a hipótese de seguir e documentar por fotos a vida pessoal de um paparazzo? E depois fazer uma publicação de autor, bem ao estilo da National Geographic : "O Mundo Secreto do Paparazzo: hábitos e reprodução".
Isso é o mundo dos famosos, o pior é quando as coisas saem fora do controle das pessoas comuns. Imagine-se então que, o normal e anónimo cidadão do mundo, aquele que ninguém olha duas vezes ao passar, vê a sua foto publicada num site da internet... em um momento íntimo e revelador. Já lá vai o tempo em que a confiança era uma honra não só oferecida como acarinhada por quem a recebia. Hoje, qualquer namorado ou namorada ressabiada pode detonar a vida do ou da ex... pegando numa foto íntima e entregando à um invertebrado e anormal como este aqui. A diferença dos acima citados e dos famosos será assim tão diferente? Não sei, mas acho que há uma grande diferença no facto de quem vive da imagem, que tem um ego posicionado nas 300 fotos que publica de si mesmo por dia num site ou rede social, do pacato cidadão que num momento intimo e pessoal deu uma borla à pessoa amada do momento. Felizmente, alguém pegou nas mãos o caso, e não foi a justiça, que infelizmente anda sem venda e com a balança pendendo sempre para o pior lado. E que detonem esse gajo de uma vez...
Deixo aqui um filme da terra brasislis que conta a estória de um tipo, que depois de ser apanhado em flagrante se viu na net num momento vexatório. A vida das pessoas saiu bastante da sua zona de conforto de cada vez que há um celerado mental que coloca câmaras em locais que não deve e abusa da confiança que cada qual tem nos seus momentos íntimos... E isso é crime, tanto de má fé como de abuso de confiança e danos morais.
O filme está completo... e tá giro, sem ser pretensioso.
Apareçam
Rakel.
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