...E Lilith Deu o Pontapé de Saída...



Eu poderia dizer sem falsa modéstia, que se as mulheres de todo o mundo soubessem até que ponto são poderosas e o quão são temidas, teriam deixado de lado o papel passivo que querem aceitar "para o bem de todos" e tomavam o mundo de assalto.

Desde tempos imemoriais o papel feminino sempre causou alvoroço e algum desconforto dentro dos círculos mais altos. Da Lilith, primeira mulher de Adão, feita tal como ele de barro e sopro divino e que não achou piada nenhuma a ter que ter um papel secundário,(sendo por isso mesmo banida do paraíso e substituída pela sonsa Eva) as coisas foram sempre assim: complicadas. Não se apoquentem pelo facto de desconhecerem Lilith, já que não foi só o actual Papa a fazer mudanças radicais na religião, conforme a necessidade ou a telha com que acordou. Como ela não estava pelos ajustes de ficar com o papel passivo/decorativo, deus, na sua infinita bondade, misericórdia e complacência * não só a expulsou do paraíso como também a tornou num ser imortal e que nunca teria filhos nem ninguém. Sozinha vagando pela noite e sem problemas de concepções indesejadas, a Lilith tornou-se naquele personagem que acomete os jovenzitos e adultos celibatários para os fazerem sonhar coisas eróticas. Ela come os gajos durante o sono e sabe-se lá de que formas.

Quem alguma vez se deu ao trabalho de ler a bíblia (o que eu incentivo grandemente para ver as disparidades de comportamento bipolar do altíssimo) verão que as mulheres foram sempre temidas pelas suas capacidades e o homens sempre muito pouco capazes de suportar os encantos delas. Portanto a culpa é das mulheres. De um Sansão crédulo à um sábio Salomão que fez os Salmos em honra da amada rainha de Sabá, uma virgem que pariu o filho de deus (que é deus e o espirito santo e filho na mesma, numa salganhada parentesca) à Maria de Magdala, mais conhecida como Madalena, todas tiveram a importância de um coadjuvante, serviram à um propósito. Esquecem que os que ficam com o papel secundário, são os que mais fãs arranjam, que o diga o Scratch., da Idade do Gelo.  :)

Com o passar do tempo as coisas não foram melhorando, as principais religiões basearam a falta de caráter e as incapacidades dos homens no comportamento "impuro" das mulheres. A fé deles era e é abalada pela própria criação de deus, uma coisa que ainda não entendi lá muito bem. Daí que o facto de obrigarem as mulheres a abrir mão do próprio prazer pelo meio da excisão, mostra até que ponto somos assustadoras e como o altíssimo permite mais à uns dos que à outros. E não pense que seja algo distante no tempo... acontece ainda nos dias de hoje como todos bem sabem.

Duas notícias esta semana colocaram-me perante o papel do homem e mulher nos primeiros anos do século XXI e em como parece que, tal como digo no post anterior, fazemos por avançar para trás. É bem verdade que pouco ou nada avança nos mais inseguros de todos os homens, aqueles que pela fé islâmica ainda preferem os véus como forma de esconder dos olhos e da cobiça alheia a mulher (ou mulheres, já que podem ter mais do que uma, assunto deveras interessante) que dizem amar. O que não lhes impede de,por um não bem dado, se tornarem uns ressabiados  e não aceitarem outra forma de compensação do que uma cabeça cortada, ácido na cara e coisas afins. Ahhhhh.... pois, homens não ficam ressabiados, ficam com... como é mesmo? Pois, a honra ou dignidade ofendida.  :) estes eufemismos são giros não são?

Pensando que, já que na América existe até um tipo de Óscar para melhor filme de adultos, (porno filme para falar mais claro) inusitado será ler que o LivrodaTromba encerrou a conta de uma moça...por causa dos cotovelos escandalosamente eróticos e expostos em mural público contra as regras vigentes nessa rede social. Isso é uma miopia digna de um Mr. Magoo que confunde cotovelos com mamas. Ou uma mente frustrada e recalcada que não pode ver um par de mamocas tamanho XL pra ter pensamentos normais em todo ser masculino e indignar-se. Digamos que ver uma tanga toda metida no rabo, uma paxareca mal escondida na cueca pode aparecer em várias fotos em murais masculinos, mas cotovelos disfarçados de mamocas não pode. Num país onde foi colonizado  pelos Puritanos, que viam iniquidade em tudo, não parece que desde que o May Flower chegou ao novo mundo, as discrepâncias tenham mudado muito. É caso para dizer que, o moderador que vigia os murais do LivrodaTromba, tenha que passar por um divã de psiquiatra para uma profunda análise ao estilo freudiano.

... e de todas as vezes que debatia assuntos desta natureza religiosa/social e dizia que ao meu ver, Jesus era casado com Maria Madalena, eu tava certa, já que, quando ele esteve preso antes da crucificação, nem as irmãs, nem a mãe foram cuidar dele, mas sim Madalena, a coisa ficou clara para mim. É que se um preso fosse casado, só a mulher poderia entrar para se despedir dele, no caso de solteiro, aí sim a família original poderia vê-lo. E isto é um facto histórico e não inventado ou alegoria. E desde que encontraram e traduziram aquele pedacito de papiro onde alega-se que Jesus era casado... tanto faz que a vaca e o burro sejam desalojados do presépio. Além de,finalmente, retificarem a data de nascimento do menino/homem-filho de deus e deus. Chiça que confusão.
E vai dar das duas uma: ou a igreja simplesmente menospreza e ignora o caso... ou há uma reestruturação já há muito necessária.

Mas a grande mudança será no dia que, os homens passem a ser chamados de ressabiados e não de honra ferida e que uma mulher quando diz NÃO, será porque assim o pensa e não por fazer-se difícil. E que o facto de andar de pernas ao léu, de cabelo ao vento não sejam vistas como pecaminosas em comparação às que ficam dentro de burcas e mal se lhes ouve a voz. Porque o pecado está mais vezes nos olhos de quem os encontra do que quem os tem.

Porque desde Lilith até aos dias de hoje, continuamos a confundir as mentes, a atrair as atenções e a nos temerem... pelo simples facto de sermos como somos. A face visível e a invisível da Lua, o que se conhece maravilha... o que não se conhece assusta...

Apareçam

Rakel.

* pequeno apontamento de ironia  :)

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