Outro dia comentei com um dos moderadores do blog dos filmes, que eu só gosto da Segunda Feira quando sei que na Quarta Feira é feriado. Acho a semana mal gerida em termos de tempo e que uma pequena quebra pelo meio serve para carregar energias. Se tantos estudos mostram que uma pequena sesta no horário laboral produz mais rentabilidade em termos humanos, porque não trocar as sestas por um dia de folga a meio da semana ? Mas enfim, eu não mando em nada, mudam os horários de Verão para Inverno, ritmos biológicos são alterados porque calha bem na organização do mundo... e vamos em frente.
Hoje, a meio da semana, decidiu-se pela greve geral aqui no país e no país vizinho ( ou como diz o meu puto mais novo, os ranhosos ali do lado, já que ele não perdoa nem os Flipinos e nem a perda de Olivença) e mais uma data de países pela Europa. Uns fazem greves parciais, outros fazem manifes, outros decidiram que não vão fazer greve, nem participar em manifes. É aquilo que chamamos de direito de escolha, uma das bases principais daquilo que chamamos de direito democrático.
De todas as vezes que o povo saiu à rua manifestando o seu desagrado pela opções tomadas pelo Governo resultou em notícias na imprensa, uns quantos presos e uns poucos feridos em escaramuças. Da parte do dito Governo a resposta tem sido um carregar mais na ferida. Mais ou menos em jeito sadista de cutucar o nervo de um dente com o palito de dentes. Estão-se nas tintas pura e simplesmente.
Se pudéssemos pegar num exemplo histórico de governantes lesados mentais que caíram do poder pela revolta popular... vem-me a memória Nero. Aquele anormal que mandou matar a mãe Agripina e o meio irmão Britanicus, e com um talento duvidoso para a música e poesia. No Império Romano matava-se e tirava-se do poder por dá cá uma palha. Algumas fontes dizem que, depois do incêndio de Roma (já que o lesado mental queria construir uma nova capital de seu nome Nerópolis) com fortes suspeitas de ter acontecido a mando do Nero, depois de toda a subsequente desorganização social vinda depois disso... Nero não ficou lá muito popular. Decidiu então jogar a culpa nesse culto novo que surgia e que tinha muitos adeptos, o cristianismo.
E toca de dar ao povo circo e pão, literalmente, aliás quem me lê fica agora a saber que a expressão nasceu desse tempo. Os jogos (torturas) no Circo Máximo (Coliseu) nos tempos do pós incêndio de Roma, servia para não só distrair o povo mas também para distribuir pão... antes que invadissem as casas dos nobres e a pilhagem chegasse ao palácio imperial. No fim e depois de muitas cenas maradas, Nero vê-se obrigado a fugir pela Via Salária, em direcção ao porto para dar de frosques para fora do país. Infelizmente os legionários que antes eram-lhe fiéis vinham no seu encalço e decidiu por isso suicidar-se. Era com um certo orgulho que se matavam para tirar o prazer e a fama de se deixarem matar às mãos de outros.
Nos dias de hoje, que já nos consideramos assim pro lado do civilizado, lemos no jornal digital de hoje que deram um tiro num autocarro nesta manhã em Lisboa, num claro sinal de desagrado ao fura-greves. O direito de escolha do motorista e das pessoas que iam lá dentro não procede, não vale nada. Ou se calhar vale tanto quanto saírem hoje todos à rua e amanhã aparecer mais um anunciozito de outro corte ou imposto. Por outro lado, as coisas não mudam, quem está no poder acha-se no direito como que, quase dado por deus, de governar ao seu bel prazer ou pela vontade de uma senhora dona bovina alemã. E talvez por isso mesmo ao ler isto me faça pensar que só mesmo uma atitude do género mudaria um bocado o perfil da actual situação do país.
De uma clarividência fora do comum, e sabendo que alguém tem que lhes resguardar o coirio e o bundão, na maior cara dura o Governo habilita-se a aumentar em 10% os vencimentos das forças de segurança para o próximo ano. Nunca a frase "quem tem cu tem medo" caiu tão bem numa situação. Porque surgiu uma tal de lista negra de pessoas a abater, um género de possível guerrilha neste país de brandos costumes e do tão conhecido "nacional porreirismo". E aí não vai ter mais meninas agarradas aos polícias com corpo de armário nas manifes que se safe. Vão levar cacetada feito gente grande e pelo bem da ordem e da pátria...
Sintomático será também pensar, que tal como Nero, Hitler pensou numa Europa unificada (segundo a vontade dele e com uma capital feita a medida dos seus sonhos) e deu com os burros n'água. Antes dele e na 1ª Grande Guerra os alemães mais uma vez levaram porrada na medida grande e ficaram com o rabo entre as pernas. Não há nada como o tempo, e eu sei bem disso, e o tal prato que se come frio chamado VINGANÇA, vem hoje a ser servido em quase todos os países da Europa pela mão da dona bovina alemã. É que se não conseguiram vencer com bombardeios e tiros... conseguiram detonar tudo pela forma mais simples... pela economia. Como se costuma dizer... a terceira é de vez...
...ou não?
Apareçam
Rakel.
Como seria de esperar, as forças de segurança reagiram de acordo com aquilo que se espera de alguém que é pago...ou motivado. Discutir o uso de "furões" ou agentes a paisana que ajudavam a açular os ânimos... não me cabe discutir se é ou não verdade.
ResponderEliminarMas uma coisa é certa: aqueles que juraram proteger e servir o povo, aqueles que tem a cunhada no desemprego, o irmão em layoff, ou o pai e mãe que vêem a sua reforma comida... vão sofrer de amnésia. Vão esquecer as declarações de apoio, os comunicados em como não são manipulados pelo poder e tal... e vão arrear porrada em quem ofende ou não.
Nesse caso de amnésia forçada será muito provável que aquilo que se chama de consciência se veja metida em questões de ética. E dormir senhores agentes.... há de ser difícil... tentem valeriana... em doses industriais...