Batendo Mal da Bola...




O mundo feito a medida do povo que nele habita, quem como quem diz: faz a cama e deita-te nela tem destas coisas... o grande problema actual que é o CristianoBirrinhasRonaldo ser ou não ser titulado de melhor jogador do mundo. Isso sim é que é o grande problema da nação, não é o desemprego que há de bater nos 20%, nem a falta de investimento nem que o preço dos combustíveis subam pelo menos uma vez por semana...

Não, o problema que gera indignação é o facto de um puto com dinheiro a mais e miolos a menos seja ou não considerado o melhor jogador do mundo. Porque isso, sem dúvida alguma, fará a diferença na nossa vida, nas contas a pagar. Ahhh sei, tá certo... a "imagem" do país está penhorada nas mãos desse miúdo que leva o filho ao colo, sem cinto, enquanto conduz... a viva imagem da responsabilidade.

Mas a imagem de Portugal é tão importante quanto foi a aposta numa propaganda motivacional que até os espanhóis elogiaram, isto no último mundial. Motivando a malta, no lirismo mais bacoco de unidade nacional, quando na verdade a lei que impera é o salve-se quem puder. Não quero com isso dizer que o povo português não seja solidário. É sim, visto que grande parte das ajudas do Banco Alimentar Contra a Fome vem de gente anónima que contribui com pode, assim também se coopera para minorar os conterrâneos que perdem tudo nas cheias e incêndios. Mas limitam-se muito ao que se conhece e acarinham pouco os que lá fora são premiados em outros campos que não seja o mal fadado futebol.

São os cientistas que lá foram encontram condições para as suas pesquisas, os músicos que não sejam pimbas e reconhecidos fora de portas... um assunto que me toca de forma particular. Há uns tempos, falei de um músico chamado Tó Pica, que se não tivesse a teimosia de fazer música cá na Lusitânia, provavelmente teria uma projecção maior e um reconhecimento que merece. Infelizmente, o que leva ao investimento das editoras discográficas nacionais é o pimba puro e simples ou então a música de novela... há pior, aquela que particularmente chamamos as de "tu e eu e eu e tu" ao jeito pinga doce da dor de corno de Alborans, Carreiras e afins.

Acho-me mais ou menos conhecedora (nunca uma expert no assunto) de vários géneros e que admito, que tenho uma certa preferencia pelos chamados sons alternativos. O alternativo ao fim e ao cabo é aquilo que serve de contra-ponto do que toda gente ouve até ao enjoo.

Daí que sem ser uma propaganda praí, até porque não me pagam pra isso, foi com alguma felicidade particular que soube que os Dead Can Dance voltaram a editar um novo trabalho e que a voz fantástica da Lisa Gerrad volta a dar uns bons momentos de relax mental cá à Rakel. Não vou postar aqui nenhum dos novos temas... procurem, façam por isso.
Por outro lado, se perguntar à vocês quem é o Nuno Malo e sem ver na Wikipédia me digam... o que esse rapaz fez?? Pois, provavelmente deve ter ganho uns dois mal medidos minutos num telejornal no ano passado, embora me passe ao lado de todo se foi ou não noticiado. Mas é português, não joga em nenhum clube estrangeiro, nem ganha pra um Ferrari, mas fez a banda sonora do Filme Contraluz, de Fernando Fragata.



No ano passado apenas foi reconhecido como o compositor do ano, em Los Angeles, pela Associação Internacional de Críticos de Música para Cinema. Boa!!!... e lhufas de reconhecimento pelo trabalho no filme Amália... ou o Julgamento. Até porque cinema nacional tem vindo a melhorar com o passar do tempo e nem por isso mais acarinhado, nem sequer pelo desGoverno.

E assim se faz o país que bate mal da bola, que se sente injuriado e toma as dores de um marmanjo que já é pai e ainda faz birra como um bebé, mas esquecem-se de um Rodrigo Leite de Oliveira, de um Nuno Malo, dum Matheus Marreiro, de um João Pedro Filipe entre muitos outros que passam ao lado por simplesmente não fazerem parte da massa futebolística nacional. Grande manchete a de hoje a transferência milionária do jogador Hulk... que vai ser lucro total para o Porto.

Mas eu, pobre de mim... quando digo estas coisas, que a bem ver não deixam de ser verdade, são abébias ácidas... lá com um Ph a nível 0.0, na mais alta corrosividade.  E pra dizer a verdade, estou-me nas tintas para esse tipo de opiniões. E fico de tampa solta de cada vez que penso que, o que faz sucesso cá dentro é de valor duvidoso, e quem ganha reconhecimento é quem vai lá pra fora.
... e a prata de casa é fancaria sobrevalorizada. Feita de Relvas, Coelhos e mais essa corja toda que anda a mamar valentemente e pede paciência à um povo viajando no placebo do futebol...

...mete mas é a chucha na boca puto... e vê se cresces...

Apareçam

Rakel.

Comentários