Lembram da época da gripe aviária?? Aquela que até levou que alguns países se sentissem tentados a proibir o beijo??? Foi a época do álcool gel, das máscaras de papel, das faltas ao trabalho pela leve suspeita de um espirro... e de como eu conseguia lugar nos transportes públicos só de tossir um pouco :)
A comunicação social fez o seu trabalho divulgando os relatórios e estatísticas da OMS, onde se previa uma pandemia gripal e mortal. De um nada surgiu a tal da vacina da H1N1 que, quase éramos obrigados a tomar, embora os testes com o fármaco não tenham sido aqueles que geralmente se fazem. Mas a malta toda tomou (no meu caso, apesar de ser o grupo de risco B fugi a sete pés) e mesmo assim, aquela enormidade de doses sobrou.
É sem dúvida interessante a capacidade que a indústria farmacêutica tem em conseguir não só prover o medicamento ou vacina num piscar de olhos como ainda por cima lucrar grandemente com o advento. E não gostam de ver o seu poderio posto em causa. A vossa memória pode andar meio que empoeirada, mas vale a pena lembrar que há uns anos, o Brasil travou uma grande batalha contra os gigantes da industria de fármacos quando decidiu produzir genéricos de remédios contra a SIDA. O AZT, medicamento base de todo o tratamento de um seropositivo era inalcançável para a maior parte dos infectados, daí a decisão do Governo Tupiniquim em produzir o genérico. Vencida a batalha judicial pela propriedade ideológica do produto (para um bem maior da saúde pública mundial) o Brasil ajudou que outros países com os mesmos problemas começassem a fazer o mesmo.
Por outro lado, e dado que doença é algo que atravanca a economia de qualquer pais, não há nada que faça lucrar mais do que a gripe: é um tal de vacinas de um vírus que muda rapidamente de disfarce qual mago das mil caras. Daí que fazer uns milhares de milhões de doses de vacina de uma determinada estirpe seja quase uma brincadeira de crianças lucrativa e parva. Bastam dois ingredientes básicos: que uma determinada faixa populacional (idosos e doentes crónicos) morram e um Inverno substancialmente chuvoso e frio para lucrar com a malvada gripe. E os países todos em pânico se atiram de cabeça na compra das tais vacinas... que apenas atenuam os sintomas. Porque basta o vírus gripal entrar em contacto com qualquer pessoa pra mudar logo de roupagem e assumir outra versão upgrade. Por isso é que a vacina não é garantia de total de completa imunidade. Daí que não me diverte nada mesmo saber desta belíssima notícia: milhões de vacinas da gripe A vão ser queimadas, porque passaram o prazo de validade. O dinheiro investido, esse já foi, há que tempos, para as mãos dos laboratórios que a produziram. E ficou o Governo com mais um retumbante gasto que ficou literalmente a arder... :)
Só me causa profunda confusão neste meu T-Zero semi-mobilado uma coisa: porque pesquisas como as que visam a cura do cancro, por exemplo, passam para segundo plano? Ahhhhhh... cabecinha tonta, (diz a minha neurónia Ceiça, olhando com paternalismo para a inocentona neurónia colega de apartamento Marineusa) então não vês que lucram muito mais com quimioterapias, radioterapias, medicamentos com um preço exorbitante para a saúde pública???
Vai daí que a minha boa onda neurónia Marineusa fica olhando pra esta notícia e não entende como a ganância leva vantagem no mundo. É que se for verdade que uma erva daninha possa vir a curar o cancro... como seria o mundo daqui uns anos??? Um mundo produtivo e com gente saudável e com menos sofrimento...mas com menos lucros para alguns, é verdade.
E vamos supor que na verdade a vacina contra a SIDA se torna uma realidade??? Com que preço chegará ao mercado???' Será privilégio de uma pequena parte da população??? Ou será que algum outro país (tipo Cuba, como já li algures) faça como o Brasil e deite abaixo essa merdice de conceito de marca ideológica para um bem maior da humanidade???
E até que ponto as pandemias não farão parte daquilo que a natureza se encarrega de fazer (e aqui não há paternalismos nem paninhos quentes) normalmente chamada da "sobrevivência do mais forte"?? É que vendo friamente pelos olhos da Ceiça, somos milhões não só a povoar como a consumir e a poluir um planeta inteiro. e não contentes com isso, já mandamos olhares pestanudos à uma suposta-futura-colónia-marciana. Ou quem sabe, como alguns lesados mentais já sugeriram, mandar todo o lixo radioactivo pra Lua... cambada...
O certo é que avida vai trocando as voltas a cada momento de pânico, que o digam os açorianos que esperavam ficar sem a ilha com as notícias do furacão que seguia para lá. Imagino que muitos tenham feito reservas de alimentos, estocado velas pro ano inteiro e outras coisas do género....mas o raio do furacão tropical torceu o nariz e foi deambular por outras paragens.
E entre Teorias de Conspiração e Teorias da Inspiração.... venha o capeta e escolha, porque eu cá detesto alarmismos que visam o lucro na desgraça dos outros.
Apareçam
Rakel.
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