Na Cara Dura



Termo conhecido pela capacidade de enfrentar seja o que seja sem vacilar ou ter uma tendência única para fazer algo errado e não se abalar por isso. Muitas vezes, o facto de omitir um facto com a maior cara dura, pode não só nos livrar de um aperto como também encontrar espaço de manobra em situações em que nos vemos metidos sem culpa nenhuma.

Mas, de uns tempo pra cá, o exercício da actividade de ser cara dura tem chegado a níveis fora do comum. É mais ou menos como se passa aqui no Blog, umas palavritas aparecem em cor diferente e mal passamos o rato por cima abre-se uma janelita a anunciar uma merda qualquer. Essa merda qualquer, esse anunciozito embutido nos MEUS textos apareceram por obra e graça sei lá de quem. E nem sequer uma seduçãozita, um chamego ou um namorico de ocasião surgiu para que tal acontecesse. Simplesmente algum inválido mental achou por bem fazer isso, não só comigo, mas com outros Blogs. E com essas merdas, as garantias da nossa liberdade de escolha, as tais que todos nós temos direito.... vão pro catano.

Da mesma forma, quando fui pagar o gás, uma daquelas senhoras que já devia ter idade para ter juízo, jurou a pés juntos que merecia estar na minha frente na fila, porque me viu dentro do carro, enquanto ela, coitada estava ali de pé toda tarde. Véia do catano, se queria a vez pedisse, porque eu, nem carro tenho! Mas ela dizia que me via bem, que eu estava dentro do carro. Dei uma resposta mesmo torta e disse que não tinha necessidade de mentir, que fosse à frente.

Hoje então foi mesmo a cerejinha em cima do bolo. Ao sair de casa, dou de caras com uma amostra de cão, um nevrótico chiuaua arreando as suas caganitas no revaldo em frente do meu prédio. Um lugar tratado com carinho, regado e apardo com esmero pelo meu vizinho do 2º andar, que trata tanto das roseiras como desse relvado verdejante. Ali poderíamos nos sentar e ler um livro ou até ficar em amena cavaqueira, não fossem os donos dos cães de colo os levarem pra lá...pra cagarem.

Olhei pro porta chaves ali todo espremido a tentar largar a sua poia e dei um "ALTO E PÁRA O BAILE!" que o dono ouviu. Enxotei o rato que late do relvado e fui ter com o dono:

"Tem saquinho pra recolher a cagada do seu cão?"
"hã, pois, ehhh, sabe.... não"
"Então leve o seu cão pra cagar na sua casa ou na porta do seu prédio!"

O dono do Putchi, o nome do pinchavelho, com cara indignada levou o seu cãozito de colo pra outro lado , com o aviso que o cão não tem culpa da incivilidade do dono.


Quer dizer, uma pessoa tem que aturar as merdas do Governo, essa cáfila imensa de políticos que descobriram por fim que o 2015 se segue ao ano 2014, esses que fazem cagada atrás de cagada, nos pedem poucas pieguices. Esses dão o exemplo do que se passa nos dias de hoje, e posam, na maior cara dura, como imaculados exemplos sociais. Como o Ti Mário, que anda no seu popó último modelo (não é dele) numa velocidade muito acima do permitido e ainda por cima diz que como o carro não é dele, ea multa, vai para o Estado a pagar. E quem sustenta esses caras duras??? Somos nós, o povo.

...já não me causa espanto nenhum saber que o povo, igualando-se na imagem dos políticos, só fazem o que for mais fácil e lhes convém...e não o certo.

Apareçam

Rakel.

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