Uma Estratégia e Duas Receitas


A estratégia é uma necessidade quando temos que dar por bem empregue  os nossos recursos  económicos e dar uma certa objectividade ao que nos propomos fazer. Daí que estou a levar muito a sério a minha resolução de "horta de varanda", um assunto não só educacional como mais um pequeno passo de satisfação pessoal e sentido de auto-suficiência. Mas há uns anos, quando vivia numa casa rés do chão, com um terraço que, embora fosse todo de cimento não me impediu de ter plantas, sempre me debati com as pragas que atacavam as minhas flores e plantas. O maior problema era que como os meninos eram pequenos e brincavam nesse terraço, não poderia usar nada que fosse perigoso para eles a nível de saúde, portanto os pesticidas estavam fora da equação.

Quando alguma praga de pulgões atacavam, a minha única saída era queimar a planta infectada  :( e deitar num terreno qualquer a terra desse vaso. Quando as plantas eram atacadas por lesmas e caracóis (daí a minha aversão aos ranhosos) munia-me de lanterna e ia a altas horas da noite seguir o rastro brilhante deles e apanha-los em flagrante delito. Além de nos dar um ar patético de lanterna na mão a cata dos gambozinos, não impede que alguns ranhosos se escapem da nossa vigilância e roam uma avenca toda. Podem ser lerdos, mas são manhosos os ranhosos...

Daí que, antes de fazer a dita horta de varanda , procurei antes de mais nada um insecticida natural, é certo que já não tenho crianças pequenas, mas tenho o gato, curioso como o ditado. E foi com muita satisfação que encontrei não só um insecticida natural como também mais pessoas dedicadas a terapia ocupacional e auto-  suficiente de horticultura em apartamentos. 
As formas de fazer uma horta de varanda são simples e baratas, o retorno a nível pessoal é enorme. E pensando bem... é um bom projecto para fazer em família (vale até pra família monoparental), tirando os putos da frente das consolas e Pcs. É convívio, é aprender mais sobre a natureza e sistemas biológicos. E não há nada mais giro que fazer uma salada com coisas lá da varanda. 








A receita é simples, e já tinha usado uma variante antes que deu resultados. 

Receita de Pesticida Biológico

meio litro de água
1 dente de alho pequeno
2 piri piri pequenos (malaguetas)
1 colher de sopa de vinagre
2 gotas de detergente de lavar a louça

Como preparar:

Misturar tudo e passar pela varinha mágica ou lidificador. Aconselho vivamente que só adicione o detergente da louça depois da mistura triturada e coada, pois haverá o risco de fazer muita espuma. Colocar em frasco pulverizador e pulverizar as plantas.

Dar uma boa pulverizada e acompanhar os efeitos é a melhor táctica, já que pode numa só aplicação erradicar os pulgões.
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Mudando de assunto para coisas mais doces..


A outra receita segue na contínua entrada da palavra farófias aqui no blog, um doce de uma simplicidade grande e apenas dependendo do tempo e dedicação que tem para oferecer.

Os ingredientes para Farófias:

7 ovos
litro e meio de leite (no caso uso meio gordo, meus filhos estão em fase de crescimento)
açúcar
Baunilha (essência ou vagem)
Canela (a gosto)
Cravinho da Índia (a gosto, mas não abusem, 4 bastam)
uma casca de limão.

Modo de fazer:

Separar as claras das gemas, bater as claras em ponto de castelo firme (ponto de neve), assim que as claras estiverem mesmo bem firmes, juntar uma colher de sopa de açúcar peneirado para cada clara, neste caso 7 colheres de sopa. Fazer um ponto de suspiro forte, daqueles que faz pontinhas quando levantamos as pás da batedeira. A parte comecem a ferver o leite com o pau de canela, os cravinhos, uma tampinha de essência e baunilha e a casca de limão numa panela larga, que permita virar as farófias. Baixe o lume assim que a fervura levantar e deixe em lume baixo por mais dois minutos, depois dos quais retirará a canela, o cravinho e a casca de limão.
Enquanto isto tudo acontece, aproveite para bater bem as gemas e passa-las por uma peneira fina, de forma que não fiquem pedacinhos de clara. Deixe assim a  coar enquanto cozemos as farófias... as gemas levam o seu tempo a escorrerem.
Peguem em duas colheres grandes (uso aquelas de servir nas travessas) e  faço como nos pastéis de bacalhau, moldo as bolas de suspiro nessas colheres e deito no leite ainda em lume baixo. Use uma garfo e uma colher para virar as farófias e cozerem por igual no leite. Retire cada farófia com uma escumadeira, escorra bem e coloque numa forma ou tigela onde elas irão ser servidas. Não se esqueçam que tem que ser fundas, pois ainda vão levar o molho por cima...

Faça toda a massa de suspiro no leite, e depois de acabado, passe o leite todo por uma peneira para uma nova panela. Deixe arrefecer um bom bocado, até o leite ficar morno. Tenham o cuidado de ir tirando a capa de nata que se forma. Quando o leite estiver morno, juntar as gemas peneiradas em fio, mexendo para que não cozam logo, e logo que as gemas estiverem misturadas com o leite, juntar 4 colheres de sopa de açúcar.
Levar novamente ao lume para cozinhar as gemas e verão que fica um creme liso e encorpado. Assim que a colher de pau ficar com uma leve capa de creme, desligar o lume e deixar arrefecer. Só depois que este molho fique frio é que se juntam às bolas de Farófias. Leve a travessa ao frigorífico tapada por película aderente e deixe gelar um bocadinho. Depois é só servir, e quem gostar, pode polvilhar na sua tacinha com canela em pó.

Se agora ficar aqui a matutar as calorias que vão ganhar com cada tacinha de farófias com molhanga de leite creme... invistam numa caminhada progressiva. Vão aumentando a distancia em cada semana e vai ver que o corpo agradece.

Apareçam

Rakel

PS. para maiores pesquisas podem ir à Plantar Portugal, um site de educação ecológica com muitas iniciativas giras...

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