Não tenho tido muito tempo, nem mesmo grande vontade, de ficar em frente a Tv. para ver os noticiários. Chego em casa tarde e más horas, assim pro lado do cansada e derreada fisicamente e "cacholamente", daí que passo dias seguidos sem saber as coisas que se passam pelo mundinho que nos calhou na rifa.
Dada tamanha falta de pachorra televisiva, quando a alma pede um upgrade de informação, recorro aos jornais e revistas online... e hoje foi uma verdadeira orvedose de informações.. que cada vez mais justificam aquilo que ando sempre a pensar: o mundo anda cheio de pessoas frustradas com a sua profissão. Ou então anda tudo a fazer pouco do povo.
LIBERDADE é uma palavra que tem muito que se lhe diga, significa sem barreiras ou limites do pensamento, palavra e acção do ser humano. Certo?
Vivi o começo da minha vida num país com o chamado Regime Militar Ditatorial, mas nem por isso isso foi impedimento que o pensamento, a palavra ou as acções não existissem. Muito pelo contrário, quanto mais repressivo fosse o regime, mais engenho se achava para poder libertar o pensamento. Mesmo com o famigerado AI5, Acto Instuicional 5, que previa a deportação de indivíduos lesa pátria (uma coisa já de si bastante ambígua), nem Chico Buarque, nem Caetano, nem Geraldo Vandré deixaram de produzir, através das suas letras e músicas a insatisfação geral.
Infelizmente, a gente pensa que o mundo muda com o passar das décadas e da aprenderem com os erros. Muitas coisas mudaram, é verdade, ainda existe a censura em países que se dizem democráticos, ainda há repressão do pensamento e acção. Porque é muito mais fácil manipular quem anda manietado. O grande intersse actual não é a LIBERDADE, mas sim lamber as botas e solas de todo país economicamente forte. Já que o mundo anda de tanga, os que andam assim vestidos prestam vassalagem aos que ditam as regras e mais nada. Agora, com os meios de comunicação tão a nossa mão, é muito mais fácil colocar em segundos o nosso pensamento escarrapachado para que o mundo veja. Mas muda alguma coisa? Há alguma reacção visível?
Muito bem, tiraram o ditador do Egipto e agora vão à urnas decidir o Governo, mas como já andava a cogitar, no lugar de todo ditador, toma lugar um fundamentalista qualquer, neste caso, a linha dura dos conservadores. Agora uma mocinha resolveu fazer guerra aberta num país maioritariamente mulçumano, fazendo publicar no blog dela fotos da autora com as carrapetas de fora (vulgo nua). Faz assim uso da sua imagem para lutar pela liberdade de expressão. Tenho alguma contra isso?? Podem ter a certeza que não.. na falta de argumento melhor de lógica e discurso, ataca-se com o que tem né? Portanto, a moça usa o corpo... ok, next!
A invasão do Iraque fez-se (dizem) para libertarem o povo de um ditador perigoso que podia atacar o mundo com armas químicas. O ditador morreu e armas químicas só se fossem os peidos dele...nada se achou. Mas que a questão do petróleo pesou em muito na invasão para LIBERDADE do povo.. ahhhh isso contou. O mundo acompanhou de perto tudo, a queda das estátuas e os subsequentes carros bomba e suícidas de todos os lado...Mas tudo em nome da liberdade do povo.
Vai daí que, esta notícia aqui, me deixou mais uma vez com amargos de boca...porque a questão da ditadura chinesa é um caso bem mais sério. Cortam a Liberdade das pessoas pela raíz obrigando a actos extremos. Eles invadem e destroçam uma cultura milenar, tudo em nome do... medo?? Medo da diferença, ganância de poder.. do que afinal?? E algo se faz com isso? Há reacção das pessoas??
Aí a LIBERDADE pega boleia com quem afinal?? Racionalidade? Motivação?? Dinheiro?? Ahhhhh pois.. PODER. E aqui bate uma questão que orbita cá no meu T-Zero. Acho que todo político é um actor ou actriz frustrado. Há decerto desde cedo uma sede da luz da ribalta que é cortado pela raíz quando os pais dizem que não, o menino tem que ser importante. E na cabeça de muitos, ser actor não é uma profissão, até porque em muitos países as artes não são acarinhadas e andam pelas ruas da amargura e necessidades imensas. Então aquele menino ou menina que queria cantar e representar ou dedicar-se à outra arte, vê-se na contingência de ser.. político. Sempre há flashs de máquinas a disparar, os olhos dos repórteres e paparazzis em cima do acontecimento. Uma troca dúbia de escolhas... e por isso, nos acessos de raivinha contida tomam medidas que só tira a dignidade da política.
...porque só assim se justifica um Saddam que escreveu dois romances bem pinga amor, um Hugo Chávez que editou um Cd de músicas românticas... e agora até o safado comedor de ninfetas, o tal do Berlusconi anda numa de cantor romântico e lança CD... meu, a gente já tem bagulho demais nessa área!! É o Tony Carreira do capachinho...o Júlio Iglésias da dor de estômago... já chega!!!
E tudo se justifica num mundo em que a LIBERDADE é usada pra justificar ou ser condenada por tudo, que ela acaba hipotecada nas mãos desta gente: cantores e poetas frustrados...
... vou ali beber uns sais de frutos pra ver se consigo digerir isto tudo...
Apareçam
Rakel
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