Andava aqui, esta que vos escreve, a saltitar de nenúfar em nenúfar após saber que o BENFIIIIIICAAAAAA ganhou a taça de Hockey em Patins, pela desistência dos espanhóis (tiveram medoooo), quando ouço a notícia do tal do meteoro. Ou coisa que o valha. Ahhh pois, asteróide. Depois de Plutão ter descido de divisão e deixou de ser planeta e agora é planetóide ou planeta anão, me perco um pouco com as classificações. Anão?? Isso é feio... verticalmente prejudicado, fica socialmente correcto.
Como ia dizendo, saltitava alegremente pela sala (sempre dá jeito pra aquecer os pés) quando ouvi a boca foleira que não era por medo do BENFICA que os espanhóis amarelaram e não vieram jogar a final, mas sim por ser um clube português. A clássica tirada de um nacionalista, que pouco lhe falta pra reclamar de novo Olivença. Tomara eu que pudéssemos dar de presente a Madeira com o João Jardim aos espanhóis... sempre saía mais barato ao país. Aí caiu a ficha...
Passará, lá pelas 9 da noite, rasando o planeta.. o tal do coiso, ahhh o asteróide. De outras vezes tem acontecido o mesmo, passam de raspão, pregam cagaços à quem assiste o fenómeno... e vai embora feito bicho papão depois da luz ligada. Pensamos assim: bem, temos a mão do criador a tomar conta da sua criação. Discutível, ele também não criou o asteróide? Seguindo.
Supondo que, o tal do vulcão submarino, que é só o maior do mundo, está aqui a beirinha deste país que é uma beliscadura no mapa da Europa, que porventura se lembre de tossir ou se acomodar melhor e possa causar o desaparecimento de Portugal, desta que vos escreve e de todas as coisas boas que há na vida...dá que pensar. Ou aquele vulcão gigante lá na Islândia, que se tossir ou espirrar vai ser um caos...
Pensando bem, apostamos que temos garantido o futuro, que amanhã o sol aparece no horizonte, que é um dia totalmente novo pra começar e acabar. Nada é garantido. Nem as pessoas que estavam no ataque de 11 de Setembro faziam a menor ideia que iam desta pra melhor, nem quando um anónimo tem um ataque cardíaco ao entrar no restaurante.
Por um motivo bem válido, Dalai Lama diz que o que temos garantido é o agora. Por isso mesmo, o exercício das coisas menos produtivas são sinonimo de perda de tempo precioso.
Rancor, um veneno quase homeopático, tomado gota a gota, remoendo e fazendo um permanente replay de um momento, é pura perda de tempo. Esperar, como eu ouvi, viver muitos anos para poder esperar assistir a vingança.. é das coisas que me deixa mais aterrada. E quem diz isso, nem saboreia o presente. Lá no post de baixo, falo da lei do retorno. Por si só vale-se bem, não carece da atenção ou dedicação de ninguém.
Pode parecer uma estupidez pegada que eu fique aos pulinhos pela vitória do BENFICA, mas sei lá se amanhã, quando sair de casa, o meu coração se canse de soprar e resolve engasgar? Hoje eu ri, pulei, cantei (mesmo com os meus filhos a dizerem que os vidros são frágeis), dancei (vale tudo) e fiz todas aquelas coisas menos agradáveis de casa. Mas tenho casa, tenho algo de meu, coisas que me são úteis e que ajudam. Enrosquei-me com uma manta e um livro... e soube-me bem. Daqui nada pego na prancha e vou passar a ferro, fingindo que tou a surfar. Eu só tenho agora, e faço dele o melhor que posso e consigo, é verdade, tenho dias menos bons, mas felizmente e com a graça dos deuses passa-me logo.
Há que dar prioridade às coisas boas da vida, aos que estão perto de nós e do nosso coração, de dar o nosso sorriso e abraço sem data marcada. Aos pequenos detalhes da vida, saber dar valor e fazer deles os nossos oásis mentais. Nunca se sabe...talvez um dia um asteróide se lembre de mudar de rota e acerte em cheio aqui no planetinha azul.
Rakel
PS: a foto é a minha singela homenagem aos vitoriosos, embora gostasse de ter assistido uma vitória como deve de ser.. a jogar!
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