... e cá tou eu :)

Há coisas interessantes...isso há, basta que se perca um bocadinho de tempo em ligar pontos, arejar as ideias e voilá!!! vem mesmo um assunto para o regresso aqui ao blog :)

Não sei porque cargas d'água, mas o mês de Setembro é emblemático, talvez seja o sentir da mudança da estação, mesmo que o tempo faça birra e diga que não..ainda é cedo pra chegar o frio. Será a inevitável inclinação da Terra... sei lá. Passaram as férias, o regresso à dura realidade de trabalhar mais, cortar mais, empurrando a vida pra frente. 

Pra mim, coincidiu uma série de factores nesta conjunção outonal para fazer um apanhado geral deste mundo onde faço parte...me parecer cada vez mais louco.

Sem dúvida nenhuma o 11 de Setembro é aquela data que fica nas meninges, o marco absoluto da estupidez humana, que usa o que está acima de nós espiritualmente como modo de colmatar as frustrações e ambiguidades das culturas.

Uns, por consideram-se acima de tudo e de todos, a potencia em geral que manda e desmanda. Outros que julgam-se o braço da justiça divina, embora não sejam mais do que o o brinquedo predileto de um punhado de mimados, que com algum dinheiro e a forças da palavra em ouvidos ignorantes se fazem valer. E o mundo gira mais ou menos em torno disso, a ignorância tomando força nos braços de uns quantos que se julgam o braço da justiça divina, outros que vivem a sombra de um passado mais ou menos glorioso e duvidoso e que acham que ninguém se mete com eles.

Isto de ter ficado sem o PC (o que sobra do Adérito agora jaz numa caixita de disco externo) deu-me para ler um bocado mais, escrever mais (a mão...nossa, quanta coisa pra passar para aqui) e ver alguns documentários e filmes do canal 2. Sintomático foi o facto de nas vésperas do 11 de Setembro ter passado na TV o filme Crash (Colisão aqui pra estes lados) e achei-o fenomenal.


Todas as cidades são uma colcha de retalhos de crenças, etnias, raízes e vivências. Uma simples amolgadela de chapas deu-nos a ver o que em cada vida se passava e quanto são parecidas com qualquer lugar do mundo. O homem que caça votos enquanto tem uma mulher neurastênica e que só sabe gritar. O comerciante iraniano que toda gente chama de árabe (uma diferença tão grande como chamar de espanhol à um português ou de argentino à um brasileiro) e o culpa de tudo de mal do mundo, que por outro lado não sabe se adaptar a vida nova que escolheu. O ex-membro de gang  que resolveu mudar de vida, que conseguiu um trabalho honesto e dar um lar seguro à filha, mas sempre preso ao stigma da marginalidade. A vítima de atropelamento que afinal era um vendedor de carne humana, lenocínio puro e simples.O afro-americano que acusa todo branco de tudo que lhe acontece de mal...embora seja ele quem mete a pata da poça. Enfim...

Uns gritam porque estão desmesuradamente sós, outros lutam por dignidade enquanto outros se prendem pelas aparências...
No momento que aqueles dois aviões embateram nas torres em Nova York... só havia uma coisa: vítimas da estupidez humana. Tanto faz que fossem bons ou mau, ricos ou pobres, branco, preto, amarelo ou vermelho. Gente, apenas isso. Que naquele dia saiu de casa como todos os dias, sabendo o que iam fazer, que tinham uma vida inteirinha pela frente e que...por causa de um paranoico mimado que queria mostrar que podia fazer o que bem entendesse...bem...não tem explicação.

Perder alguém é sempre muito trágico, a nossa cabeça sabe, entendemos que as pessoas não duram para sempre, mas mesmo assim nos custa imenso a perda de alguém. Custa ainda mais, quando a pessoa em questão, nem tivemos a oportunidade de nos despedirmos dela. É tudo tão louco...

A cerejinha no topo do cup cake foi apanhar gripe com este tempo. Maravilha...não bastando os 37º sufocantes lá fora, ainda tive que gramar uns chatérrimos 39º de febre. Perdi a voz, duas semanas caladita como um rato, mas que nem por isso impediu que ouvisse muito. Muita gente sem alento na vida, não tendo por onde achar optimismo para seguir em frente. Lágrimas e lenços de papel quanto baste de muita gente que acha a vida uma merda e que se assim é, mais vale dar um tiro nos cornos (frase ouvida várias vezes). Por outro lado, as lágrimas de contentamento de uma amiga que já tem o cabelito a crescer um bocadito, o fim da quimio, o começo da reconstituição mamária e uma vontade infinita de lutar e viver.

Uma actriz que que explode a casa por se achar sem saída, um outro actor em depressão a dizer que se tiver que se suicidar... não há problemas nem medos.
Uns com tanto para desistir...lutam, outros que só por causa de um punhado de dificuldades se acovardam e querem sair de cena.

Costumam dizer que sou um bocadinho pro lado do maluco...só porque tenho umas ideias pouco convencionais. Mas faço minhas as palavras da Balada do Louco dos Mutantes:

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz
...mais feliz ficaria, se a estupidez humana reduzisse tanto quanto o meu salário... 
Apareçam
Rakel
PS: como loucura pouca é bobagem... minha irmã casou-se em Setembro   :) 

Comentários

  1. Amiga

    Passando o português: Benvinda de volta!!!
    Estava com saudades.
    Ainda bem que já estás melhor.

    E, espero sinceramente que não tenhas perdido a tua musica, senão ... ai Adérito!!!

    Jinho

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  2. ...felizmente sacou-se fora o disco rígido e foi possível salvar tudo o que tinha no Adérito. Montes de coisas e músicas...e agora mais espaço pra carregar com mais música e coisas interessantes. Eu? sempre na boa :)

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