Não é toda gente que pode se dar ao luxo de dizer que vive numa cidade com um castelo, muito menos ainda que essa cidade seja bonita, com muito verde e com montes de vida cultural. Privilégio meu então de morar num lugar assim, não é?
Tendo isso como base, passemos ao post em questão: A Feira Medieval de Torres Novas. Ano passado, foi uma estreia absoluta e todos os que organizaram o evento, empenharam-se de corpo e alma para que tudo desse certo. Outras cidades e localidades do país já tem uma certa prática do assunto, portanto, longe estávamos de pensar que ficaria entre uma das melhores...da Europa. :)
Isso, dito da boca dos que participam neste tipo de eventos e acostumados com toda a dinâmica que ronda uma feira medieval. O que pra já, levanta o ego de qualquer pessoa da cidade. Este ano, superando as expectativas, triplicou não só na adesão dos visitantes como também na participação do munícipes. Ora, esta que vos escreve, apaixonada por assuntos históricos, com alma gótica e muito ligada às coisas simples da vida, resolveu participar no evento. E nunca digam que a gente, mesmo com o passar dos anos, não aprende nada. Eu aprendi imenso.
Pra já, compreendi o real motivo pelo qual os medievais andavam descalços...os sapatos massacram os pés de tal maneira, que são mais as bolhas que pele sã. Ou então, tenho a pele igual do conto A Princesa da Ervilha, a tal mocinha que conseguia sentir uma ervilha cozida debaixo de 20 colchões de penas...o que daí justifica-se a minha irmã mais nova dizer que "nascemos princesas". Mote dela, é claro, pra justificar uma data de hábitos nossos...
De pés massacrados, participei o que pude no evento até jogar a toalha no chão: um mar de gente que inevitavelmente acabavam por me pisar justamente onde mais me doía...portanto, munida das minhas famigeradas, confortáveis e confiáveis botas, de pés enfaixados e cheios de pomada, aproveitei como pude este evento. Pés dentro de sapatos medievais... nunca mais.
A verdade é que veio uma verdadeira multidão à cidade, o que me faz confirmar, que afinal, apesar de tanta modernidade, somos fascinados pelo passado. Apenas posso acrescentar que, se este ano não foi possível visitar a feira, pro ano há mais...e que mais uma vez estamos bem situados na lista dos melhores, o que só nos faz sentir orgulho, não só por isso, mas também pelo contributo histórico.
Deixo aqui algumas fotos, umas minhas outras cedidas por amigos que, melhor posicionados do que eu, captaram momentos giros de todos os dias do evento...divirtam-se!
...brincando com fogo...
...o descanso dos músicos...
...outros ofícios...
...duplamente nobres...pela roupa e condição de voluntariado...
...um pastor diferente...
...e o seu cão...
...as torres do castelo...
...a população da cidade participativa...
...uma adesão fantástica!
Apesar de todos os envolvidos no eventos estarem muito cansados, com sonos atrasados, já sentem saudades. A promessa de no próximo ano fazer melhor será talvez o impulso necessário para que na próxima, quem me lê, venha nos visitar.
Não quero deixar de agradecer ao Bruno Oliveira e António Vieira, ambos jornalistas do jornal O Ribatejo, pela cedência de algumas fotos nocturnas... é que a minha máquina não se presta à isso. Um ou outra diurna que eles captaram melhor do que eu também aqui estão. Obrigada!
Apareçam
Rakel.
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