Coisas de quem escreve...ou sou mesmo pancada...


Até o dia de hoje, mesmo passados uns 5 anos de lides bloguistas, nunca tive razão de queixa do Blogspot. Pode ter um monte de gente que não se sentiu satisfeita, mas da minha parte: nada a declarar... até ontem de noite. Foram 24 horas de pura adrenalina, neura e uma certa raiva...

Qual não foi meu espanto quando anteontem, ao tentar entrar neste pequeno, modesto, mas confortável espaço, levo com um aviso tipo : "Estamos fechados para obras". Bom, o transtorno não foi grande, até porque precisava de dormir e não ficar aqui a me esticar até altas horas da madrugada a dedilhar no PC os meus assuntos de gaja.
Portanto, de consciência e alma aliviada fui me deitar e dormi o sono dos justos. Qual não foi o meu espanto no final do dia, depois de jantar, quando dou de caras com o blog e com a falta do último post?? Mas que raio se passou?? Então uma pessoa escreve o que lhe vai na alma, derrama os seus pensamentos , mais ou menos certeiros, aqui nesta tela... e depois Pffff.. desaparece??

"Escreve tudo de novo" me aconselharam

Mas então pensam que é assim? Substituição automática do que penava naquela hora, naquele pedaço de tempo que me levou a dedilhar pelo teclado? Pensam que isto é como encher chouriços?? Sabem lá o que é isto...
O Raul Solnado tinha razão, que quem escreve, fa-lo por gosto. Não precisa de inspiração, quem vive e se dá conta do mundo que está a sua volta, não precisa de inspiração nem de musas. Mas tudo faz parte do momento, isso não tenho dúvida nenhuma. A única diferença de uma conversa verbal é que fica ali escarrapachado na tela luminosa. Mas o que se pensa, escreve, se coloca pra fora teve a validade daquele bocadinho de tempo. Naquele momento eu pensei assim, dessa maneira.

Daí a tortura constante quando pego na pasta dos contos que, finalmente, estou a colocar em ordem e a acrescentar uma novo.Passo os olhos pelos títulos e me seguro para não abrir nenhum e dar uma olhadinha. Se faço isso, mudo tudo. É uma chatice, mas é verdade, eu começo por mudar uma palavra, depois acrescento um paragrafo inteiro, e quando dou por ela, já mudei o sentido todo do conto. Por que faço isso? Faz tudo parte do dia, do momento, do tempo que levo a amadurecer a ideia...até de uma música ou de um pequeno detalhe que mudou meu dia.

Quando começo um post ou um conto, é de seguida, não paro, mesmo a cair de sono, mesmo que me chegue aquela pressão na nuca a avisar de uma possível enxaqueca..nada. A ideia tá lá e tem que sair da maneira que pensei naquele preciso momento. Por isso, quando me disseram: faz de novo o post, pareceu-me uma ofensa pessoal. Não é uma questão de ser dispersa, ou não ter uma opinião fixa, é apenas a realidade de cada um de nós: os diferentes tipos e graus de tolerância ao que nos perturba, o nosso grau de curiosidade, ou até de sentido de humor. E quem tiver a desfaçatez de dizer que é sempre igual, seja qual for o  momento.. é um grande mentiroso.

Depois  de ter praguejado de tudo quanto me lembrei depois de ter perdido o post, de ter constatado que não foi só comigo que aconteceu.. dei folga ao PC ontem de noite e me enterrei nos livros e li até cair pro lado. Ok, já está tudo nos conformes, já recolocaram o post pedido, e fiquei sem aquela sensação parva de terem tirado um bocadinho meu.. E só por causa das tosses, já passei a pasta dos contos para uma pen, não vá o Pc entrar em morte súbita e perder tudo.
Deixo de aviso que, lá mais pra perto do Inverno, vou publicar o tal livro de contos. Nada ambicioso, nada mais do que uma das formas que há de colocar preto no branco aquilo que penso. Escolhi a época em questão por razões práticas: tempo para escrever mais um bocadinho e na possibilidade de os leitores não gostarem.... sempre poderá ser combustível para a lareira ou virar cartuxo para as castanhas.... 

Até lá, vão-me aguentando por aqui mesmo...

Apareçam

Rakel

Comentários

  1. Ia para dizer ALELUIA,mas se calhar devo perguntar primeiro: Inverno de que ano???

    Jinho

    P.S. Não faças o livro muito caro porque eu vou comprar e quero autógrafo personalizado

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  2. ó mulher sem fé... é este ano...claro! Lá porque demore no caminho não quer dizer que não chegue lá.

    E não, não vai ser caro, porque pra já não quero dar aos gulosos das editoras 90% do meu livro. A realidade é esta: a editora publica e fica com quase tudo...por isso, encontrei uma alternativa bastante boa e barata.

    E podes crer que vou autografar (cá da minha maneira) o teu exemplar...mas espero acima de tdo que gostes...

    bjos

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  3. É preciso ter lata MULHER SEM FÉ? EU???
    É claro k vou gostar, se eu já adoro os post, imagina em livro.

    Jinho

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