Mundo Louco ou Nem Tanto...

Todo mundo fala que já se aproximam os dias do grande The End. Mourinho perde um jogo numa cabazada de golos, prenuncio de mau agouro...

Mas o mundo ensandecido (e não me venham dizer que anda de boa saúde mental) resolveu piorar. Oscilando entre a loucura soft e a maluqueira pegada, entramos no novo ano em grande: pássaros mortos aos montes em Kansas (ouço ao fundo o tema de abertura do 5ª Dimensão), uma gaja que casa-se com ela mesma, jurando fidelidade e tudo aquilo da praxe.

Como disse antes, mudar de 31 para um, não é fazer de um ano uma coisa nova, se continuam a cometer os mesmos erros, abandonando crianças, animais, matando, magoando e mostrando o pior da humanidade. O mundo é cheio de paradoxos, de surpresas e coisas absurdas. Somos fantásticos ou umas bestas, depende apenas da vontade de perpetuar ódios, erros e se sustentando na mesma muleta e culpando os mancos. Ou apenas parar um bocado, respirar fundo, pensar e dar uma chance à nós mesmos.

Às vezes, o gestos são tão simples, que nem precisa perguntar: "Será que consigo?" Se pergunta é porque já de caras duvida de si mesmo, já são 50%  de chances de já não dar certo. Outras vezes é apenas a necessidade de quebrar um ciclo. Há ciclos que parecem eternos, redundando na mesma equação hereditária de : "já vem dos tempos dos meus antepassados" ou "sempre fui assim". Os dois antagonistas de sempre, lado a lado, numa fronteira tão fininha feito teia de aranha : Amor e Ódio. E há só uma coisa a fazer : perdoar e esquecer, jogar as diferenças pra trás das costas e pelo menos, se não for possível amar de coração aberto, reconhecer que o ódio não trás nada de bom.

E foi com algum entusiasmo que vi no noticiário da noite, aquele grupo que se juntou pela paz e fim da guerra de ódio eterno entre palestinianos e judeus. Ex-combatentes, desertores, ex-futuros-bombas-humanas, largaram mão de ódios herdados e se juntaram pra acabar com a violência. É aquela velha questão, na qual gasto o meu latim e saliva: más palavras, ódios, vingança, são más energias que puxam só mais más energias. Não há nada que prospere com más energias, não há esperança que medre no meio de sangue...

As loucuras vão continuar, é claro, coisas bestas e sem utilidade (feito aquelas pulseiras de plástico com holograma que não serve pra nada, a não ser enriquecer o inventor) detalhes que são feitos para dar uma leve esperança. A tal chucha emocional, o cobertorzinho de conforto que nos dias piores serve pra aconchegar a alma. Pelo menos isso. A ilusão, esse ingrediente necessário mas viciante, que pode atrasar um bocado a realidade, entorpece a vontade, porque ilusão sempre é um bocado com um charro, deita pra debaixo do tapete o dia ruim, a falta de emprego, a miséria emocional. E a loucura e ilusão sempre farão parte do dia-a-dia. Mas é devagar que as coisas andam, não como a gente quer.

Mas não perco a minha esperança que com esses pequenos gestos, como esse grupo de paz, lá no Médio Oriente, lugar mais conturbado e danado pra guerra, sirva de exemplo. Que as coisas mudem, que a humanidade dê mais valor à vida, que todas as formas, animais, plantas e pessoas, são preciosas.  Mudança acontece dentro a mente de cada um, como diz o poeta Gabriel Pensador. Mude a atitude, muda a mente e o mundo muda com a gente e o ano também. 

A minha já começou no começo da semana: saí da lista dos "sem emprego". É certo que não ganho uma fortuna, é verdade que não foi a minha primeira opção, mas acredito que, por algum motivo, esse lugar estava a minha espera. Tem muito a haver com aquilo que eu penso. Que todo mundo merece uma chance de ter um novo começo...mas desde que tenha vontade de mudar. Sem dúvidas, sem receios, sem porquês. Tem que ter firmeza, vontade e empenho. Lutar por aquilo que se quer sem rodeios. Não pergunte se consegue. Pergunte sim, se é isso que realmente deseja pra si.

Apareçam

Rakel.