Faça O Que Digo...


Já vou avisando que estou de bom humor. Hoje foi um daqueles dias que as coisas correram bem, ouro sobre azul e estou bem pra caramba. Mas, como toda pessoa com dois olhos na cara, que sabe ler e que procura saber do que se passa no mundo, é óbvio que ao ler uma notícia se passa...

De dedo em riste a dar ralhetes aos gastadores, perdulários e maus administradores, o FMI dita ordens e mete o bedelho nas finanças alheias. Tal como todos aqueles que ditam leis, mostram o quão incompetentes são aqueles que gastam demais sem pensar no futuro ou no bem estar. E vai daí que me sopraram no ouvido esta notícia... e fui comprovar.

Quer dizer, nós, os explorados desenvergonhadamente, vamos andar com a corda no pescoço, num equilibrismo digno dos Cardinalli, para conseguir sobreviver com alguma dignidade. A notícia no jornal espanhol me fez pensar que por aqui tudo tinha passado em águas de bacalhau. Mas não, apesar de não ter ouvido nada nos noticiários (ou ando eu mesmo muito distraída) eis que sai a reportagem do rega-bofe do FMI num jornal português. 


Pois então, nos três andares reservados à essa instituição onde mais de 2.000 pessoas comemoraram o Natal...nada faltou e foi tudo do bom e do melhor. Não houve aqui sermões de contenção, de parcimónia nem de bom senso. O que talvez possa provar que  esse instituição não só lucra demais como ainda reparte alegremente os seus lucros assim.

Aqui neste país das maravilhas, TGV e Magalhães, muitas casas só tiveram Natal por obra e graça, mas também algum sacrifício e empenho, de Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais e Instituições de Solidariedade que distribuíram cabazes de Natal aos mais carenciados... que agora são aos milhares. Mesmo assim, passado o Natal,  a fome se instala nas mesmas mesas e o mais que s epode fazer é conformar-se com o desemprego, uma ou outra ajuda... e desesperar.

Me pergunto se os senhores do FMI, que cá pra mim não só já cá estiveram, como ainda ajudaram na montagem da "Solução Final" do Governo, não tem um pingo de consideração por quem nada tem. Me pergunto se, com a quadra natalícia, o espírito de dar, comunhão e solidariedade não passou perto e foi enxotado como um moscardo incomodo. 

Não é que isto tudo me vá abalar o bom humor e minha fase "very nice", mas que as Instituições estão a deixar muito a desejar... disso não tenho a mais pequena dúvida.

Veremos se em Janeiro ou Fevereiro, na abertura de um noticiário da T.V... não haverá como manchete : "FMI já está a tomar conta das finanças portuguesas" ...é só uma daquelas coisas que me dá no dedo mindinho esquerdo...

Apareçam

Rakel

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