Dias Bons...


Apetece-me puxar o lustro ao meu EGO, geralmente ele não precisa de muita assistência técnica, valendo-se da sua própria capacidade. Vez por outra, cai um elogio sincero que sempre guardo com muito carinho...

Perguntamos a base de muitas coisas, do amor, da amizade, da vida...e vou me valendo da experiência para categoricamente dizer que, para mim, a confiança é a base de tudo. Essa palavrinha muito usada e pouco estimada por muitos é aquilo que dá sentido à tudo. E pra mim é um verdadeiro barómetro de como sou tida e havida por aqueles que me conhecem e rodeiam. Só por aí consigo distinguir quem realmente me conhece e sabe quem sou.

Ontem, enquanto lidava com a mesmice de novamente arrumar, limpar, colocar no lugar as coisas de casa (ô vida besta de dona de casa...) toca-me o telelé. 

"Olá  Rakel...tás ocupada?"

Bom, com o auricular arrolhado na orelha tinha as mãos livres e podia dar atenção ao mesmo tempo que acabava de recolher roupa. 

"Não, diz lá... o que se passa?"

"É que eu tou na rua..."

"Olha que bom pra ti... eu não."

"Tás no PC?"

A maior parte das pessoas acham que eu fico no PC o dia todo, e por obra e graça da fadinha do lar, tudo aparece feito. Mas não, deixo o bichinho a fazer buscas automáticas, a... recolher músicas ou filmes, e se escuto um dlin.dlin...vou ver e respondo ao chat.  :) É a famosa polivalência feminina...o malabarismo de fazer 3 ou 4 coisas ao mesmo tempo... e bem!!

"Neste momento não, mas precisas de alguma coisa?"

"É que eu estou na loja da X@## e preciso que me faças um favor. Preciso que vás ao meu MSN e pegues na caixa de correio o nome de uma colaboradora da mesma firma que está lá num mail..."

"Ok, tudo bem, me dá a password, te mando o nome por sms tá certo?" e  ela deu...

Poderá parecer coisa de pequena monta, poderá ser aos olhos de outros nada de mais. Mas, tamanha confiança não se oferece hoje em dia nem pra nossa própria mãe. Eu jamais daria uma password à minha... valha-me são kitkat...eu sei o tamanho da...como direi.... da curiosidade dela...e a capacidade de senso crítico azedo dela.

Confiança é uma coisa que leva o seu tempo para dar e ganhar. Não é mercadoria que se venda ou compre, é uma coisa que vai surgindo de acordo com a nossa maneira de ser e levar a vida. Precisa de empenho e muita honestidade, dá trabalho.. é verdade, mas compensa.
Há desaires pelo meio? Com certeza que sim, muitas vezes apostamos a nossa confiança nas pessoas, acreditamos que valorizam a nossa e enxergam a que oferecemos. Mas, lá está, há quem confunda confiar em abusar, ou confundem que confiar não é uma boa aposta.

Estar constantemente debaixo da mira de um ou uma desconfiado/a é dose. É um estado constante de arrelias e desmotivação. É verdade, há quem abuse da nossa confiança pra depois desmerecer essa benesse. Desvalorizam ao ponto mínimo todo o empenho colocado nessa relação ou amizade. Faz parecer que nada valeu a pena. Todo o investimento que se fez, foi simplesmente desnecessário. 
Pior, quando perdemos a nossa confiança em alguém ou algo dificilmente recuperamos a mesma magnitude, a mesma aposta. Reconquistar a confiança de alguém, alcançar a possibilidade de dar novamente a nossa confiança para alguém...é muito difícil, mais ainda do que passar a ferro e escrever no chat e falar ao telefone. Há sempre aquela pontinha que fica, um pé atrás constante...e é cansativo demais.

Mas felizmente, além desta pequena forma de mostrar confiança da minha amiga, tenho outras (muitas até) demonstrações de que sou uma pessoa em quem se pode confiar. E isso, muitas vezes, fazem parecer pequeninos os meus defeitos, as minhas pancadas e falhas. Dá um lustro no meu EGO que nem vos conto...

Apareçam

Rakel.

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