Pecados



Palavrinha pesada, mas usada e convertida em chantagem. durante séculos usada e abusada conforme a conveniência pelos padres de papas, levou gente demais pras fogueiras ou guilhotinas. Depois de muitas combinações, acertos, discussões, decidiram que Sete deles seriam os piores. E cá a gaja vai falar sobre eles.

Orgulho/ Vaidade

Este pecado mortal, baseia-se no facto de que temos que ser humildes, nada vistosos. Então não vale a pena bazófias (histórias de pescadores ficam definitivamente proibidas, assim como quantidade de gajas que já passaram pelas mãos e não só de um gajo), temos que ser comedidos e humildes.

Mas há uma coisa que me incomoda... porque não hei de ter orgulho no facto que tenho dois filhos fantásticos, poucos mas bons amigos? Porque não posso me orgulhar, de uma forma saudável, por uma vitória pessoal?
Aquele pequeno momento que danço a dança da vitória no meio da sala, em que faço um YES!!!! que sai da alma?? Não me exibo, nem procuro aceitação ou afirmação pessoal. É um gostinho meu...portanto, não considero pecado.


Inveja

Sabe aquele olhar que até seca pé de piri-piri?? Aquela frase mal amanhada que largam depois de alguém dar uma boa notícia e que foi simplesmente detonada por uma boca invejosa??  Todo mundo já levou com uma mirada de alto a baixo e depois ouviu uma coisinha qualquer que estragou o dia.
Não cultivo a inveja, mas tenho imensa pena de ver oportunidades desperdiçadas por covardia ou comodismo.
Pecado não é , mas um grave defeito...

Ira/ Ódio  (há esta dualidade)

Odiar corrói a alma, não serve de nada e só tem prejudicado. Há ódios passados de geração em geração, cultivando o racismo, preconceitos e outras coisas menos recomendáveis. Não vou ser hipócrita e dizer que não tenho os meus odiozinhos pessoais, nem vou justificar a sua validade. Mas não prejudicam ninguém, a não ser os dignos leitores que acabam lendo aqui algumas das minhas epístolas e que podem ignorar ou contra-opinar. Deixo ao vosso critério. Agora, perder o meu tempo em constantemente destilar palavras de ódio, desejar o mal de alguém... isso não sou capaz. Acho que mais cedo ou mais tarde, cada um de nós recebe na sua justa medida o retorno do que fazemos. É uma lei da natureza que não se cola nas divindades.
Pecado não será...mas um grande defeito.

Preguiça

Domingo, meio dia, acabados de sair da cama...pra mim é o dia mundial da preguiça. Mas a preguiça que se considera pecado é daqueles que não trabalham, que ficam a mandriar e a gastar o dinheiro que não lhes pertence. Só com este pequeno pecado, mais da metade dos políticos já ganharam passagem só de ida ao Inferno. Tenho meus dias de preguiça sim, como todos os mortais...mas será isto um pecado?

Avareza

Nos dias que correm a gente não sofre de avareza, mas de bolsos magros e constantemente atacados. Nem vos digo nada do nervoso miudinho que me dá cada chegada de um novo ano escolar. Sim, porque o ensino não é gratuito como apregoam. Um filho no 10º ano e outro num curso profissional de nível III...até me surgem cólicas só de pensar... além dos livros, o resto do material. Dois em escolas diferentes, dois que precisam de calculadora gráficas...cadernos e toda aquela tralha que carregam nas mochilas pesadas. Valei meu são kitkat... mas conto todos os cêntimos, não por avareza, mas porque o meu dinheiro é macho e não se multiplica. 

Gula

Chegando aos quarenta, como bem diz a Stela, a gente ganha rápido peso, mas custa muito a perde-lo. Adicionando ao facto que o custo de vida nos obrigam não ao pecado aí de cima, mas à uma grande ginástica de economia familiar, gula não existe. Pronto, tenho os meus dias de chantilly  em spray, que é só apertar dentro da boca e ir esvaziando...   :) aos poucos...
Depois é passar uma semana inteira me lamentando esse pequeno deslize na dieta. Nááááááá... gula não, a palavra agora é economia e amor à artérias coronárias.

Luxúria

Bom, uma pessoa pode viver sem odiar, sem invejar, sem orgulho ou vaidade, mas no que toca nesse ponto... até a preguiça passa. Minha gente, esta é das poucas alegrias que nos restam nesta época de penúrias mil. Luxuria não será necessariamente uma coisa má. Quando se fala de uma floresta luxuriante... 
fala-se de algo exótico, que agrada à vista e aos demais sentidos. Talvez por uma questão de linguagem ou falta de um argumento melhor, no tempo que esta lista foi feita, acreditavam que o sexo era um grande pecado. Vem por arrasto com o adultério, porque acreditavam que o adultério acontecia apenas por uma questão de desejo sexual.. Amor e sentimentos não eram pra aqui chamados. E como o sexo era uma questão de reprodução dentro do sagrado casamento... só muito mais tarde é que o lado divertido da coisa foi considerado.Portanto, a luxuria era tão somente uma queca por queca, mais ou menos a questão corrente nos dias de hoje que ninguém liga.
Não acho que seja um pecado, nem nada que o valha. 


Pecado, para mim é uma questão de consciência e de formação. Se levamos uma vida honesta e honrada, se deitamos a cabeça no travesseiro sabendo que não magoamos ninguém, que não prejudicamos ninguém... a gente sabe que a nossa vida corre bem por conta disso.

E acreditem, a vida não corre bem pra quem sempre usou da sua prepotência, que magoam por puro prazer e por falta do que fazer, quem tirou aquilo que não lhe pertencia. Tudo retorna à quem fez asneirada... e cada dia que passa vejo isso acontecer... mais cedo ou mais tarde.

Se tivessem que fazer uma revisão destes sete "pecados"... como seriam??

Apareçam

Rakel

Comentários

  1. Como é k uma catekista, católica por convicção, concorda com tudo o k disseste?
    Permite-me apenas complementar o k escreveste:

    - Orgulho: é óbvio k devemos ficar felizes com o k nos acontece de bom e com as nossas vitórias, (aliás, é um dos objectivos do ser humano tornar-se a si próprio cada vez melhor), não devemos é considerarmo-nos superiores a ninguém, seja porque motivo for, se a mim me corre algo bem, ao outro corre outra coisa. Eu chamaria a este pecado - prepotência.
    - Inveja: Este é o k continua mais actual, k prejudica quem a sente, e pelo tal principio da natureza, afecta o alvo deste sentimento.
    - Ira /Ódio: Mais uma vez a questão do mal a quem sente (no caso do ódiozinho de estimação, porque enquanto se sente não somos livres desse assunto, e a ira que é a sua manifestação exterior e k machuca quem está à nossa volta.
    - Preguiça: A tua análise refere-se ao descanso a k todos temos direito (k eu saiba até Ele descansou ao sétimo dia ... não resisti). Este pecado verifica-se quando deixamos k os tempos de lazer se sobreponham ao contributo k todo o ser humano deve dar ao seu semelhante (trabalho: dentro e fora de casa, voluntariado, etc.)
    - Avareza: Tens razão amiga, hoje temos k ser todos ávaros. Mas esta é outra, é deixarmos k a nossa sede de ter, a nossa ganância se sobreponha ao respeito mútuo k todos devemos ter uns pelos outros.
    - Gula: É óbvio k todos nos temos k alimentar, a questão é, mais uma vez, a ganância, neste caso pelo alimento ("O pão nosso de cada dia nos Dai hoje", não da semana toda, nem o de todo o mês). Citando o guarda-redes de matraquilhos (lembras-te dele, roi-te com um dos pecados lá de cima, está no Japão?) quando um protestante lhe disse k na Bíblia estava escrito o k se podia comer, ele responde simplesmente: "Toda a gente sabe k comer muito faz mal!" Eu sei k foi uma resposta muito teológica mas, eu não teria dito melhor.
    - Luxúria: É certo k começou pelo motivo k escreveste, mas hoje continua a ter lógica (moralmente falando, claro). A questão hoje coloca-se por se practicar o sexo fora de uma relação (e eu disse relação, não casamento) e sem qualquer espécie de afecto pelo outro, transformando o acto em si apenas numa satisfação dos instintos mais básicos (mas nem por isso menos importantes), reduzindo o outro a um mero objecto de satisfação desses mesmos instintos, ignorando pura e simplesmente a pessoa k ali está.

    Por fim acho k podemos resumir estes sete pecados da seguinte forma: são os sentimentos normais no ser humano k, levados ao extremo, afectam a nossa vida, a nossa saúde (física, psicológica e emocional) e a dos k nos rodeiam.

    "Não faças aos outros (nem a ti) aquilo k não queres k te façam!!!"

    Eu sei k sabias k eu tinha k comentar.
    Eu sei k me estiquei, mas espero k tenha contribuido!!!


    Jinho

    P.S. Hoje comi eu melância, e se ela estava boa!!!!

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  2. Catekista... te estiques a vontade, o espaço permite os comentários na medida da imaginação do leitor.

    Hummm... não tenho inveja do filé de borboleta andar pelo Japão. Tenho é pena dos japoneses...

    :)

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  3. Não sejas má, gostei do filé de borboleta. (Agora quem é k está a ser má?)

    Mas desta vez, gostava de saber a tua opinião sobre o real conteúdo do comentário.

    Estou curiosa eh! eh!

    Jinho

    P.S. Se quiseres (se for muitas páginas, eu sei k me arrisquei) responde-me para o mail.

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