Em Nome do Pai

Tem dias que não me incomoda nada ver como uma pessoa se expõe ao ridículo, pelo simples facto de querer  ter os seus tias 15 minutos de fama. Muitas vezes, a pessoa se expõe de tal forma, que o único beneficiado e prejudicado é o próprio.

Portanto, tanto se me dá que não tenham pejo nenhum, nem senso de auto-crítica e se vendam tão baixo pela fama. Depois, com o passar do tempo, o Tube possibilitou que muita gente conseguisse eternizar os seus momentos de boçalidade e fazer disso o seu cartão de visita. São felizes assim, nesse mundinho virtual de famosos, mostrando que não tem pena de serem ridículos. De certa forma, será uma forma de coragem para queimar a própria imagem e  dignidade. Mas cada um é para o que nasce...    :)

Mas enquanto haja quem se auto-detone e somente se prejudica, há quem se ache o dono do mundo e com a verdade do seu lado. Sem papas na língua se denominam um tipo de Arcanjo Miguel , a mão de deus, que faz justiça em nome do pai. E foi justamente isso que aquele pregador americano, energúmeno, que resolveu fazer aquela campanha cretina de: "Vamos queimar o Al Coran , pois com isso vamos mostrar como estamos revoltadinhos..."

Antes de mais, aquele sr. justificou tal acção, julgando ele que, o tal livro, era o culpado de todos os infortúnios da América e por conseguinte, do Mundo. Porque para americano, o mundo se resume ao próprio umbigo da América. Mais ainda, me pergunto se o tal pregador, pastor ou seja lá o que for , alguma vez se deu ao trabalho de ler o Al Coran. Porque provavelmente, se tivesse lido, veria que lá se fala de misericórdia, perdão, em combater aqueles que não são justos... coisas muito parecidas com um livro chamado...ahhhh... lembrei!!! Bíblia... pois é.
O mal é que, como aconteceu com a cristandade, as pessoas deram o significado  das escrituras à aquele que mais lhe convinha na altura. Portanto, combater o mal, resumiu-se à matar e mandar pra fogueira tudo que não encaixasse no modelo exigido. Paganismo, heresia, coisas muito subjectivas, foram base de verdadeiras chacinas em nome do pai.

E passados séculos, as coisas continuam na mesmas: judeus e palestinianos a se pegarem no tapa por Jerusalém e faixa de Gaza. Muçulmanos a acharem que a verdadeira glória da vida é matar tudo aquilo que for contra Alá. E muitos desses mártires que morrem em nome do pai, muitas vezes nunca leram eles mesmos o Coran ou a Bíblia como forma de comparação. Apenas escutam e acatam cegamente as ordens dos dirigentes ou se vêem no engodo das 72 virgens no paraíso.

Me pergunto, se deus existe e vê esta merda toda a acontecer, se não lhe dá um aperto por dentro, nem se sinta um bocado injuriado de ver as barbaridades que se fazem em nome dele? E me desculpe Catekista, mas tamanha passividade de uma entidade maior, que não sente nojo de ver tantos inocentes pelo meio a morrerem e serem feridos... é de um ser covarde. E não, não aceito essa coisa de "são escolhas de cada um". Quem escolhe ser cretino, que se prejudique sozinho!!

Não se luta em nome do pai, não se luta assim por uma ideologia. Isso é cultura do ódio pela sede de poder. E não tem nada a haver com fé.

Ou então, é aquela coisa dos 15 minutos de fama, que qualquer pastor obscuro tenta ter na vida, ou de um Bin que se faz saber vivo só pra achincalhar com os americanos e aliados. E isso também não é fé: é arrogância sustentada na ignorância e boçalidade. Pessoas venais aparecem em todos os sabores... infelizmente.

Apareçam

Rakel