Cada qual tem as suas ideias e preferências, somos pessoas com crescimentos culturais (umas mais do que outras) diferentes e vamos formando opiniões.
É saudável cada um formar os seus próprios caminhos, suas directrizes de vida, visando um objectivo de vida ou uma filosofia dela. Saber viver bem.
Pra chegar nesse ponto há duas possibilidades: a de procurar por si mesmo as respostas às perguntas que carecem de respostas ou apenas aceitar os preceitos morais, sociais e religiosos que a sociedade onde vive oferece.
Enquanto que a primeira é uma construção pessoal, bastante morosa e cheia de percalços, a segunda é uma visão comodista de aceitação sem perguntas : é assim e pronto.
Pessoalmente prefiro a busca pessoal, acho pouco atractivo o lado dogmático da vida : é assim e pronto. Essa aceitação passiva de tudo, desencoraja o avanço pessoal. Porque todos andam pelos mesmos caminhos feitos por outros. Mas o mais giro disto tudo (se é que pode-se achar giro) é que cada sociedade formada por leis dogmáticas e intocáveis não aceitam as que vivem da mesma forma (dogmáticas e intocáveis) e de ideias diferentes.
Passados milénios, Palestina e o Estado de Israel continuam a batatada por causa de Jerusalém e territórios, cada qual com seus fundamentalismos. O mais interessante disto tudo, é que ambas as nações partilham o mesmo começo: as duas são filhas de Abraão. Os filhos deste homem, Ismael e Isaaque, formaram as duas grandes nações. E como todos os irmãos, andam na disputa de um pedaço de terra e de um símbolo de poder. Lamentável que com o passar dos anos, das coisas todas que a história mostra, ninguém aprendeu que, na tentativa de alcançar o poder, vidas inocentes são perdidas.
Seja fundamentalismo religioso, seja político, a verdade é que nada se resolve nessa necessidade de ser o único. O verdadeiro e do bom. Em nome destes interesses caducos, a sociedade não avança, e mesmo nós, ocidentalizados e mais abertos, continuamos com fundamentalismos baratos e sem futuro. Já desisti pura e simplesmente de dar motivo de discussão com alguns tipos de fundamentalismo. Não consigo fazer ver à um Vegan, por exemplo, que embora sua filosofia de vida seja interessante, não me agrada. Nascemos com uma dentição de omnívoros, o que quer dizer que tanto comemos do reino vegetal, como do animal.
Se digo que gosto de ver uma tourada, quase sou colocada na pira funerária...mas que eu saiba, touro só serve pra cobrir as vacas e virar bife. E o caracol? Esse ranhoso pequenino, que selvaticamente é colocado vivo em panelas cheias de temperos, pra depois servirem de petisco pra malta? Será o caracol menos que o touro? Há VIPs no reino animal??? E a melga??? Não serão estas empresas dos insecticidas verdadeiros assassinos, que colocam em causa o equilíbrio ecológico ao quebrar um dos elos de alimentação de alguns pássaros, batráquios e outros bicharocos??
Da mesma forma desisti de ter uma conversa saudável com qualquer militante de esquerda, da vermelha mesmo, pelo simples facto de que ninguém ainda me explicou que:
Se é um direito do povo poder dialogar e encontrar as suas formas de luta para alcançar uma democracia, expliquem-me então o que se passou na Praça de Tiananmen, em Pequim no ano de 1989...onde estão todos os que foram presos quando pediam diálogo com os chefes do poder? O que foi feito desses que ainda hoje são dados como desaparecidos? Isso é democracia? Esse é o direito do povo?
E chegamos agora neste país a beira mar plantado, onde bairrismos são levados aos extremos ridículos de usarem T-shirts com : "Antes puta que benfiquista", em que se seguram opiniões baseadas em palavras de senhores senis e com a única ambição de encher os bolsos. Um país pequeno demais para caber este tipo de ignorância, do anti- qualquer- coisa. Anti cor de pele, anti cor de partido, anti nacionalidade diferente, anti religião tal...
Aqui bate de frente um dos direitos fundamentais de todo ser humano: de ter opção de ter uma opinião diferente. Este direito, infelizmente, é o único que não é tratado com fundamentalismo: eu posso pensar diferente, ou posso me expressar de forma diferente, sem que com isso, seja obrigada a me mostrarem a porta da rua a dizer: tás mal, vai-te embora...
Cada qual tem o direito básico de livre pensamento, de livre expressão, de ser o que quiser. Escolhendo a corrente que todos usam, escolhendo a nossa própria, cada qual é livre de ser o que quiser. Até o ignorante o bastante pra recusar a aceitar os outros. Até isso é um direito. Muito embora a história já tenha mostrado que esse tipo de atitude inflexível nunca deu avanços à humanidade, há que dar espaço aos que se sentem bem vivendo no limbo do tempo.
E mesmo me deixando penalizada a ver mulheres a serem apedrejadas por terem sido violadas (e o violador sai ileso), por ver a estupidez de discutir sobre o uso do véu islâmico em alguns países europeus, quando o nosso grande problema é o desemprego...mesmo assim...é o direito de ser e pensar de cada um é primordial.
Mesmo que esse direito beba das fontes da ignorância...mesmo que nada avance...e que haja gente que ainda ensine aos seus filhos, que o papel da mulher é servir ao homem e família e ser uma reprodutora. Ainda há alarves que pregam isso aos filhos pequenos...
E eu, Rakel, Wiccan de corpo e alma, Esperantista ainda em aprendizagem, Anarquista desde que me lembro, adoro um bom bife com frutas, de escrever o que penso e sinto, que não olho pra cor, nacionalidade ou sentido político ou religioso. Que gostaria de ver a malta a enxergar mais do que as palas deixam ver, que tenham a curiosidade... ou a ousadia de querer saber mais do que o rame- rame da vida. Ela é pequena demais...não a gastem em ofensas, em dividir, separar.
Quem sabe, um dia, um desses fanáticos fundamentalistas, por uma daquelas ironias da vida, não acabe por receber um coração, sangue ou outra coisa que lhe dê vida... de um benfiquista, de cor diferente, de outro partido...
...porque por dentro... somos todos iguais...
Gis revido mia amikoj !
Rakel
Concordo com tudo, mas adorei a imagem!!!!!!
ResponderEliminarGira né??? Há escritos na Índia que falam de Jesus, quem sabe , naquela época que ele andou sumido até chegar às Bodas de Canaã ele não andou por essas bandas a aprender meditação, cura por imposição das mãos e outras cenas transcedentais né?
ResponderEliminarBjosssss
na mouche. Estou contigo. E só não gosto de dizer que sou contra todos os fundsmentalismos, porque até assumir qualquer posição sobre algo pode ser considerado 1 forma de fundamentalismo. É ele que mina a natureza humana.
ResponderEliminarBellona.. tens toda a razão...dizer ser contra, que nunca é uma forma light de fundamentalismo.
ResponderEliminarMas a sempre um pontinha do contra... e justo eu que nasci do contra.... não poderia deixar de dar a mão à palmatória, sabendo que sou assim...mas me regulo.
Bjos
É conheço essa teoria de que Ele desde os 12 anos até aos 30 (para quem não sabe, eu sei k tu sabes, período da Sua vida de que nada se sabe)terá andado pela India, como por outros lados.
ResponderEliminarNão digo k não, nem k sim.
É certo k há determinados procedimentos Dele que são semelhantes não só aos da India, mas também de outras culturas.
Sabes o k te digo, nesse assunto sou como São Tomé, ver para crer (provas históricas, bem entendido)!!!
Mas continuo na minha, gostei da imagem, não tanto pelo que eventualmente tenha acontecido mas pelo k significa agora. A conjugação do que nos une e não o realce do que nos separa.
Jinho