Todo mundo procura deixar uma marca neste mundo, por mais pequena que seja, deixar uma pegada nossa é como continuar por aqui. É difícil conseguir meios pra deixar algo, damos o máximo de nós, damos filhos ao mundo que carregam o nosso nome, o nosso nariz e um pouquinho da nossa maneira de ser.
Mas não basta não é?? O tal do livro e plantar uma árvore...e mesmo assim não chega. E aí somos surpreendidos ao saber que depois de tanto tempo e mesmo sem grande intimidade... não só não somos esquecidas mas, ainda por cima, recordadas em historinhas divertidas...
"Sabes que a minha mãe conhece a mulher do Super Homem??" disse a Stela
"Nossa...que é feito dele?" perguntei
"Falei com ele... ele nãos se esqueceu de nós...lembra-se de mim e de ti, vê lá tu..."
"Porque será né?" :)
E aí ficamos a recordar o tempo do O Super Homem, alcunha que arranjei à um recém formado em Direito que nos foi dar aulas de Relações Públicas e se viu em papos de aranha. Uma sala de perto de 30 miúdas...só miúdas, num Liceu misto. Completamente desaustinadas da cabecinha, com muita efervecencia e nada viradas pras aulas. O pobre gajo me aparece de fato e gravata, muito calado e tímido...e mostrou com essa atitude que quem acabaria por dominar a sala seríamos nós.
Efectivamente, chegávamos tarde às aulas (culpa das sestas ao sol e da jogatina de poker), dávamos-lhe ramos de azedas como desculpa... e era uma risota só. A alcunha ficou, por causa do modo como se vestia, dos óculos a Clark Kent e aquele ar inocente. E não foram poucas as vezes em que a Stela perguntava quando é que ele ia sair a voar pela janela e eu perguntava em qual cabine telefónica ele gostava mais de mudar o fato...
E ele se lembra de tudo... de como só me conseguia ter calada batendo estrondosamente o livro de ponto na mesa...e eu reclamava a seguir que não podia me assustar porque sofria do coração (um desmaio na cozinha deu a pista de um sopro). Ele conta pra todo mundo o que fazíamos e como éramos. De como pegamos o irmão gémeo dele na rua (sem saber que ele tinha um) e o deixamos completamente assustado enquanto nos metíamos com ele...bons temos...
Mas ficou prometido que qualquer dia destes, eu e a Stela vamos passar pelo escritório dele, para tomarmos um café e conversar um pouco. E pra ele ver que agora...até estamos umas gajas calminhas e ajustadinhas (mais ou menos)... crescidinhas ;)
E não é que mesmo bom saber que a gente vive nas lembranças de outros de uma forma boa e engraçada? É assim que quero ser lembrada...
Apareçam
Rakel
Tu queres ser lembrada?
ResponderEliminarPorquê?
E porque não???
ResponderEliminar:) eu fiz mesmo uma pergunta.
ResponderEliminarNão foi minimamente a manifestação de qualquer tipo de contestação.
Será assim tão simples e até algo desassociado "porque não"?
Aesis...Exactamente...porke não? É apenas uma escolha, uma maneira de ser não é? Entre igualdades e diferenças de cada um, estamos sempre vendo e nos espantando com akilo ke os outros kerem... e eu escolhi não passar por este mundinho sem ser lembrada por pelo menos uma pessoa...
ResponderEliminarBjos
Pelo menos os filhos lembrar-se-ão de nós.
ResponderEliminar... se não os desiludirmos ao ponto de lhes ser dificil lembrarem-se de nós...
enquanto filho, sempre tive a certeza de ter feito o melhor pelos meus pais. tantas vezes abdicando de mim próprio.
hoje não tenho a certeza de nada. falhei. sinto culpa. tambem sei que a culpa não é só minha. mas quem sou eu para falar por outras pessoas. amo os meus filhos acima de tudo. sei que tambem erraram... a mãe deles tambem... eu fiz o que esperaram que eu fizesse... evitei-lhes desconforto, protegi-os. foi muito. foi demais para mim. estive sozinho numa missão dificil. era impossivel sair em grande.