Bate Boca

"Tu não vais fazer isso!!!"

"Claro que vou..." respondi

"Mas tu tás maluca?? Já pensaste nas consequências? No que tu perdes?"

"Ganha calma.... se eu não tinha nada e ficar outra vez sem nada, fico como entrei não é?" expliquei

"Mas tu não pensas... já tens na mão uma boa vantagem, vais por tudo a perder?"

"E vou ficar aqui de braços cruzados, pensando se deveria ter arriscado ou não por medo de perder???" Nem morta!!"

E é assim que as coisas se passam, os medos e as incertezas de quem anda na vida pensando que só pode perder. Acomodações, deixar andar, não ligar. Pelo simples facto de que muitas vezes já se perdeu demais.
E tudo vira um risco. Um risco calculado até ao milímetro, acertando incertezas e jogando pelo seguro. E perdendo sem dar conta. E vendo as chances desfilando na nossa frente, sendo tomadas por outros e aplaudindo as vitórias alheias... que poderiam ser nossas.

Medo, nervoso miudinho, cagaço... a gente apanha sempre. E até é saudável saber os limites do medo, saber até onde podemos ir. Mas da mesma forma é saudável tentar ver até que ponto conseguimos jogar a cartada sem medos, com a coragem necessária, pra que mesmo depois da derrota, saber que se jogou limpo, com as cartas todas em cima da mesa.

E foi isso que eu fiz....

Com um duque de ouros e um terno de espadas na mão...apostei tudo...às cegas, sem ver as cartas em cima da mesa...

" Eu nem quero ver..."

"Que se dane..." respondi

E aí eu festejei um Full House de duques e ternos...e ganhei tudo!!!

E assim ensinei pro meu filho, que por vezes, mesmo com uma mão tão fraquinha como a minha... vale a pena arriscar. E que pra próxima vez que me veja a jogar Póker no computador, não venha meter o bedelho...até porque não é online e o dinheiro é virtual...não perco nem ganho.

Apareçam

Rakel.