Chegando ao fim é sempre um novo começo




É inevitável pensar, agora que o ano está chegando no seu final, como ficaram tantas coisas pra fazer. E ao mesmo tempo dar-se conta de quantas coisas conseguimos mudar sem dar muito conta disso.

E também, na evidencia de um novo ano aproximando-se a passos largos, que queremos mais e mais coisas como objectivo de vida.

E aí vem aquelas resoluções, feitas a toque de espumante e já antes bem atestados de vinhos, licores e mais toda a adega, traçando metas e desejos. E as vezes somos um pouco megalómanos nos nossos desejos, nas nossas ânsias. Tá certo, regra geral a gente quer e procura o máximo que a vida nos oferece, porque no desconto da vida real, a gente acaba ficando com pelo menos metade do que queríamos.

Aí vem as resoluções, aquelas que a gente promete a nós mesmos que iremos cumprir. Desde acabar com o mau hábito de roer unhas, ao desmame das bolachinhas de chocolate, de acordar cedo pra fazer 20 minutos de ginástica...enfim...

Sempre pensei que uma pessoa, quando realmente quer uma coisa, usa da sua própria disciplina pra levar os seus projectos avante. Promessa é uma faca de dois gumes. E as promessas são ditas e juradas de forma tão banal que perdem o seu quê de razão. Fazem-se promessas com a mesma facilidade com que se conta uma anedota. E acabam virando anedotas mesmo. Eu aprendi da pior maneira que as promessas não se cumprem,   que para a maior parte das pessoas, promessa e uma fórmula fácil de aquietar um momento de tensão (eu disse TENSÃO) ou então, apenas conseguir uma pausa na batalha.

Pra mim, promessa é promessa. E talvez por isso mesmo raramente as faço. E se as faço, são no meu bate papo interior, por aí, a única pessoa que vou desiludir sou eu mesma, mais ninguém. Mas quando faço uma promessa, uma resolução, sei que vou cumprir até ao final, seja como for.

Acredito muito na força das palavras, num poder oculto nelas mesmas que fazem delas mais do que sons ou símbolos no papel.

Por respeito pelo acto da palavra, pela crença de que prometer ou resolver fazer algo é mais do que um punhado de palavras lançadas no papel ou no ar, decidi que este ano não vou fazer ou ter em conta as resoluções que ouço.

Acho que tenho de fazer mais e esperar menos das promessas. E deixar as passas e as estrelas cadentes em paz.

Porque não há nada que funcione sem a nossa vontade. E já tá na hora de eu acreditar menos em coisas que nunca vão acontecer.

Vida real. Tá aí uma grande evidencia. Começar a abrir a pestana...

Apareçam

Rakel.

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