Pedaços de ontem



Ontem, depois de ter conversado com um colega do meu filho mais novo, onde falamos de lembranças traumatizantes (para o caso, foi o Zé Cabra), me peguei lembrando de pedacinhos de ontem. Do ontem bem ontem mesmo, aquele tipo que recua no tempo em que eu era adolescente, com imensos planos e tempo pela frente. E nessa época fui fazendo uma caixa de lembranças. A primeira ida à um teatro à sério, a primeira saída com amigas/os lá pelos 13 anos... de noite...fotos, pulseiras, cartas e todas essas coisas que deixamos de lado.

Há quem chame lixo, acumulação desnecessária de coisas sem importância. Eu chamo, memórias e minha história pessoal. Tem também umas coisas que escrevi quando fui suspensa pela segunda vez, escritos esses que a minha irmã gentilmente me mandou. E me lembrei como se tivesse sido no dia anterior como tudo aconteceu. Escrever vem de longe, sempre meio atabalhoada, mas fazia questão de ir deixando a minha opinião registada para a posteridade. Lembranças. Momentos.

E não me canso de pensar que coloquei pouco, que deveria ter acumulado mais memórias. Assim como me dei conta que comecei, num determinado momento, a acumular poucas memórias que sejam só minhas. As minhas tornaram-se repartidas pelas dos meus filhos, os diários e fotos, (podem se horrorizar à vontade, mas tenho guardado o toco de cordão umbilical seco e mumificado, do meu filho mais velho), mechas de cabelos e dentinhos de leite. Mais lembranças.

Acho que chegou o momento ideal de começar a juntar memórias apenas minhas, que mesmo misturadas com os demais intervenientes, poderão ser só minhas. Parece que permaneci parada num hiato qualquer do tempo que não me deixou fazer mais nada, a não ser ficar como uma espectadora.

E para guardar essas lembranças, terei que forçosamente de vive-las.

Que venham elas!!!!


Apareçam

Rakel



Comentários