Uma gaja, já nem pode ficar surda...




Para quem como eu, já cansou desses bate bocas intermináveis das eleições, do que o PR comunicou fora de tempo, do João Jardim, dos mala sem alça desta vida, ficar surdo é uma bênção.

No meu caso específico, uma bênção bem vinda. Assim que meu desconfiometro dispara sinal de chato à vista, saco logo do meu MP3, arrolho os fones nos ouvidos, levanto o som no máximo e entro no meu mundo. Uma autista com  consciência do seu autismo. Necessário.

Da mesma forma que acho que todo drogado ou alcoólico seja um suicida consciente, eu acho que cada utilizador de MP3 com música alta é um candidato à surdez voluntária. Mas também, que gaita né? Não posso fumar no café, nos shoppings, restaurantes, na casa de amigas que defendem a sua saúde, mas respiram ar poluído, e só me deixam fumar  na varanda, nem que chova canivetes. Esta vida cheia de proibições me irrita profundamente.

Sendo a música, uma parte fundamental da minha (pouca) sanidade mental, meterem o bedelho nesse assunto é tão insultante como decidirem escolher o tipo de tampão que devo usar.

Assim, a Comissão Europeia decidiu que vai meter a sua enorme penca nesse assunto e se meter com os fabricantes. Gaita!!!

Tenho a sensatez, ainda, de não perturbar a vizinhança com o volume do som, pois tenho bem clara na minha consciência, que a minha liberdade acaba quando interfere com as dos outros. Daí o meu uso quase que diário dos fones. Mas com a música bem alta. No máximo se possível.

Aliás, tem música que só dá pra ouvir mesmo bem alta, baixinha fica sem sal. Mais uma proibição, mais um veto na nossa liberdade de escolha. E vivemos numa democracia? Jura???

Ahhh Mafalda...que falta fazes neste mundo, pena que teu pai, Quino, tenha deixado de lado o lápis e as ideias...

Mas cá a menina há de arranjar maneira de ouvir Disturbed, Slipknot e Rammstein no volume que lhe der na gana... nem que pra isso os vizinhos façam uma reunião de condomínio e votem a insonorização do meu andar. Seria meu sonho tornado realidade.


Apareçam.

Rakel

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