Eram 8 da madrugada de um sábado (fim de semana é sagrado pra mim), quando meu telemóvel toca e olho pra ver quem é o/a infeliz que se lembrou de me acordar.
Uma amiga de Lisboa, eufórica e muito confusa, tentando me explicar o "encontro" do dia anterior. Como eu estava deitada de lado, pousei o telemóvel no ouvido e fui dizendo pois...conforme ela ia falando. Até que entendi a história:
Ela andava encantada com um tipo, conversavam, tinham amigos em comum, trocavam sms, essas coisas. Mas o assunto não desenvolvia. Até que naquela Sexta Feira, numa ida às compras, ela dá de caras com o tipo numa grande superfície e em menos de um nada resolvem ir pra casa dele...Tudo bem? Não!
Só chegando lá ela se lembrou que estava com umas cuequinhas...com um furo bem na frente. Aquele furo que as vezes o fecho da calça faz ou uma malha escapa. E ela ficou muito atrapalhada O dito buraquinho deixava passar uma "franjinha" cá pra fora muito insolente e visível no fundo branco da dita cuequinha. Porque gaja tem destas coisas que não se explicam. Tem umas que tem as cuequinhas para "os tais dias" que se transformam por preguiça e desesperança em todos os dias. E essa são sempre furadinhas, de elástico meio frouxo ou com desenhos estranhos, tipo Simpsons.
Se o tipo reparou, nem eu, nem ela sabemos, porque não fez qualquer comentário...mas ela ficou bastante envergonhada. Uma boa lição a tirar daí: nunca sair de casa sem roupa interior decente, pois como diz a Jessy, imagina só se a gente tem um acidente, vai pro hospital e dá de caras com um médico tipo Mac Dream??? Embora a minha experiencia diga que, em hospital a gente só veja médicos que são o resultado de uma mistura de um mau humorado, assustador e meio tosco Godzilla com o ego de um Dr. House. Mas enfim, cada um na sua.
E me lembrei da Bridget Jones e seu terrível dilema com a roupa de baixo ou com a roupa em geral. Noutras conversas pode ser o peso, aquela pergunta transcendental de "porque tudo o que como vai pro rabo e não pro peito?" ou "será que só me aparecem canalhas na vida" ou a tal pergunta: "será que eu vou acabar solteirona?" Perguntas de gajas.
E as gafes então...nem se fala, cada uma pior do que a outra. Mas tudo muito parecidas umas com as outras. E nesse filme, apesar de não ir muito com a cara da actriz, me fez ver que ela, a Bridget é um pouco como uma colcha de retalhos de cada uma de nós. A que se atira de cabeça no trabalho, a que não sabe que tipo de homem escolher, as gafes, os problemas entre amigos, a solidão e como lidar com ela. O peso, baixa auto estima, subida súbita dela um tempo depois, esperança, depressão. Fazer das tripas coração, ajudar a família...somos todas nós.
Somos um universo interessante, complicadinho, mas sem isso não teria graça nenhuma ser gaja não é?
E naqueles dias, em que uma gaja se olha no espelho e pede por tudo pra poder usar uma buka, pra tapar a refeigas, a celulite...que apareça sempre uma alma caridosa qualquer que diga que não, que agora podemos não estar bem, mas amanhã é outro dia.
Apareçam
Rakel.
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