(Pre)Conceitos



Gorda, magra, alta, baixa. Cor, sexo, estado civil, emprego, desemprego, status, idade, nacionalidade. Isso é só um cheirinho daquilo que muita gente usa pra catalogar as pessoas, segundo os seus conceitos. Ou Preconceitos.

Embora todo mundo tente se encaixar num modelo qualquer, socialmente correcto, nem sempre isso dá certo. Porque somos o que somos. É impossível fingir 24 sobre 24 horas seguidas. Tem aquele momento que todas as manhãs temos que enfrentar, de olhar pra aquela cara amarrotada, meio ensonada , e olhar pra nós mesmos. Alguém já experimentou olhar, fixamente pra os próprios olhos? Não né? A gente olha pra bagunça do cabelo, um ponto negro ou uma borbulha inconveniente pós empaturramento de chocolate, ou para os homens, a barba por fazer. Mas olhar nos nossos próprios olhos é uma coisa meio transcendente. Ter que se ver. E será que a gente vê a forma como constrói os preconceitos, como se engana ou como se esconde?

Preconceito, juntamente com paternalismo e ignorância são das coisas que mais me irritam, além de andar de chapéu de chuva e tomar sopa com garfo. Já disse aqui que música e livros fazem parte do meu modo de vida, apesar de não ser capaz de tocar ou cantar uma nota afinada. E quanto à isso, não há nada a fazer. Mas quanto aos preconceitos, isso não. Isso me afecta directamente. Ser julgada, ou até muito erroneamente ser catalogada num tipo, é irritante. E por isso mesmo não julgo, pergunto. Sofro de uma curiosidade insaciável. Não aceito de caras o que o mundo acha que é melhor pra mim. Não gosto de me encaixar em modelos, em limites predeterminados, ou ainda no socialmente correcto.

Procuro com muita cautela não cair nas armadilhas próprias de quem vive neste meio, e procuro não fazer conceitos logo a partida. Eu sei que nem sempre tenho muita paciencia, mas procuro entender.

E na música, sempre vejo a coisa assim: ou gosto, ou não gosto. Mas não me prendo a modelos, nacionalidades, ao sucesso relativo. Escuto aquilo que me diz alguma coisa. E nessa base muito simples, deixo aqui um clip de uma música que acho bonita. E já pra não ouvir bocas foleiras, aviso que tenho dias de ouvir Korn, Rammstein, como tenho dias de Etta James, Ella Fitzgerald, ou ainda Vanessa Mae.






Apareçam

Rakel




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