Não há Fome que não dê em Fartura...





Salve, Aleluia e mais todos os salamaleques em agradecimento ao santos e deuses da devoção de cada um, a Jessy escreveu finalmente aqui no blog. E logo 3 posts...

Eu, Rakel, achei extremamente inquietante ler que as supresas dela não acabaram...e que sou o alvo dessas próximas "surpresas". Vou ter que tomar muito Valdispert pra poder encarar estas semanas.

Mas um dos pontos de discordia entre a Jessy e eu é o facto de que eu não ligo muito pra mim mesma. Passo a explicar:

Fui convidada, ou melhor intimada pra um casamento. Já de si a ocasião é um pouco deprimente, acrescido do facto de que o casamento era o segundo do noivo, que casava pelas mesmas razões que foi o 1º. Aquela história besta de que não quer que a futura mãe do filho seja mãe solteira.  E na verdade, o casamento, segundo palavras do noivo, era para a noiva...

O noivo, meu primo muito querido, daqueles que a gente confia até debaixo d'água, casou novo demais, tem já um filho com 23 anos e sou muito amiga, pelo menos eu acho que sim, da ex-mulher. Que foi também ao casamento e matamos saudades das nossas conversas e maluquices.

Mas como toda gente sabe, ir à um casamento acaba por ser uma verdadeira odisseia de fatos, sapatos, cabeleireiros e todo esse circo necessário pra foto da praxe e para parecer bem. E eu faço o impossível por passar desapercebida. Quando estou entre amigos, falo pelos cotovelos, entre desconhecidos, observo e fico muito quieta num canto qualquer e mal abro a boca. Porque? Pra que não olhem pra mim, para que não notem o sotaque diferente, pra não aturar bêbado chato, perguntas que não me apetece respoder, e nem que saia uma resposta torta e brutal da minha boca.

Daí que em conversa do msn, quando disse que ia ao casamento do primo, a Jessy começou logo:

-Vais amanhã ao cabeleireiro?
-Não, não dá né?
-Posso te dar um presente?
-Não! (porque eu já sabia a onda dela)

E aí saiu a discussão.  Tô numa fase muito ruim entre a minha vaidade e o que sobrou dela, e falando bem, ter que lidar com este "eu" de agora. E pra falar a verdade, eu nunca liguei muito às aparências, sempre achei mais importante o conteúdo. Daí que não sou capaz de martirizar meus pobres pezinhos com saltos altos, apenas em nome da moda, nem me estrafego dentro de roupas que não me são confortáveis. Só pra parecer bem.

"Tens sapatos de gaja pra ir ao casamento? Livra-te de ir com aquelas botas da tropa!!!" disse a Jessy com aquela sobrancelha esquerda erguida e diabólica...

Pra já, não são botas da tropa, são botas que são uma versão feminina dos motards, cheia de fivelas, atilhos, lindona!! Rasa, confortável, já sou alta quanto baste. E pena minha que ainda não posso comprar umas Doc Martens, mas um dia lá chegarei, mas as tradicionais, as pretas. Agora até colorida e cheia de fornicoques tem...

Pronto, no fim de contas, fui ao cabeleireiro da Jessy, fui apresentável ao casamento, mas a verdade é esta: A Jessy é minha amiga e uma irmã de alma. Somos as duas teimosas à nossa maneira. E se ela tem vaidade a mais eu tenho de menos, mas não é um assunto gratuito. É apenas uma fase. Há de passar.

Mas isso não quer dizer que vou deixar de gostar das coisas que gosto, de fazer as coisas que gosto, apenas  vai ser a diferença de uma melhoria por dentro que se vai reflectir por fora. E por dentro, tenho muitas reformas pra fazer.

Dei uma olhada pros meus olhos no espelho sim, fiz exactamente aquilo que eu escrevi num post anterior, e não gostei do que vi lá dentro, e por isso tenho consciência que tenho que mudar muita coisa. Mas a minha cabeça não consegue entender é que , como posso cobrir tudo isto com maquilhagem, roupas de marca e sapatos de gaja, que mordem os pés dão cabo dos joelhos? É a mesma coisa que colocar uma bonita cortinar pra tapar as rachaduras de uma parede que precisa ser concertada.

Primeiro, se concerta a parede, depois se quiser, pendura um quadro, qualquer coisa. Mas fingir, parecer ser o que não sou...isso não sou capaz. E não acredito em bajulação barata, nem elogio batido. Nem na conversa de que a vida é sempre passarinhos e borboletas. E enquanto estiver assim, "EM OBRAS", terei de ter muita paciencia comigo mesma, pedir aos demais um pouco de paciencia comigo, por que um dia as obras acabam. E sem promessas eleitorais.

Apareçam

Rakel.





                                                                                                              


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