Com um fim de semana prolongado, decidindo se resolve ou não entrar directo no Outono, achei que seria a altura ideal de colocar a leitura em dia. Durante o dia, vaguei pelos livros começados em simultâneo, coloquei a vista em alguns por começar e de noite a minha ronda pela Net.
Livros e música, meus dois amantes que nunca me decepcionam. Estão sempre disponíveis para a minha vontade e muito complacentes quando não estou para aí virada. Perfeitos.
Mas uma coisa é certa, tenho muita dificuldade em me rever nas coisas que outras pessoas escrevem. Dificuldade digo eu, má vontade, dizem alguns. Não sei quem tem razão, porque desisti um pouco de tentar traduzir-me. Prefiro que me traduzam. Da mesma forma, me recuso a aceitar que alguém me explique assim, num livro, a tradução da vida e dos sentimentos. Não é uma tradução, é uma versão pessoal dos factos vistos pelo lado de quem escreveu. E então, como pode essa pessoa que desconheço ser capaz de traduzir tudo? Acho que aquilo que dá mais "pica" em viver é justamente essa capacidade de que cada pessoa seja capaz de encontrar uma tradução pessoal da sua vida.
Espelhar-se no livro que eu li, na música que eu ouvi...é pouco. Mas pode servir de base para esta dialéctica do pensamento, do exercício da palavra. Não acredito que alguém tenha a receita certa das paixões, do amor e da vida. Essas coisas, são escritas pela nossa mão, pelas nossas ideias, pelos nossos conceitos. E antes de eu tentar traduzir-me, prefiro que me leiam. E duvido que consigam decifrar-me apenas lendo, mas que pensem no que leram. Ou naquilo que ficaram nas entrelinhas, subentendido, mas que cada um tire o seu significado.
Nem procuro nas palavras de outros a justificação do que faço, do que penso e do que sou. Eu não preciso de justificar. Dou a conhecer, dou a liberdade de discordar e concordar, a liberdade de combater, aceitar ou rejeitar. Mas nunca seguir as pisadas alheias. Por que nunca tive o espírito de bando. Sempre achei que, esta bolota inchada que separa as orelhas, serve pra mais do que exibir cabelo. Serve pra pensar, formar novas ideias e conceitos, sonhar, divagar...
E se tenho esta bolota pensadora, é quase uma necessidade fazer uso dela de forma muito pessoal. Daí este blog, onde coloco uns pensamentos mais ou menos acertados, mas que antes de mais, gostaria que fizesse pensar e não ser visto como um caminho para seguir. Não me sigam, por favor. Eu ainda não sei para onde vou, não sei sequer aonde quero chegar e muito menos ainda se quero chegar à algum lado.
Apareçam
Rakel
ótimo texto, gostei daqui, gostei de ti.
ResponderEliminarMaurizio