Hoje estou como o tempo, meio cinzenta e nublada.
Não vejo qualquer tipo de inconveniente em saber das coisas, de ouvir o que os demais tem pra me dizer, ou então receber más notícias. Mas tem dias que custam mais um pouquinho que os outros, e por muito boa vontade que tenha...tem dias que não dá pra levar com muito bom humor. Ou dar esperanças.
Hoje é um desses dias.
Ontem de noite, uma conversa por telemóvel me deixou desesperançada.
" Eu não acredito que haja alguém para mim, vou acabar sozinha, sem ninguém pra dividir a minha vida"
Eu já escutei isso uma vez de uma outra boca, e nem faz assim tanto tempo. Da boca de uma pessoa cheia de auto estima, de uma força fantástica e que soube sair de uma situação bastante ruim de cabeça erguida.
Pois então, ouvir isso assim, com uma certeza tão firme, me deixa desalentada da vida. É perder mais do que a fé nos sentimentos, é perder fé de si mesmo. Bolas, será de crer que uma pessoa tem que viver nessa solidão particular? E de a aceitar assim sem dar luta? Eu não sou capaz de aceitar isso...
Seria aceitar a minha própria derrota,(sou má perdedora) de que só posso ter meia vida e que nada vale a pena. E me recuso. Meu lado Guevara se eleva nessas horas (mas de banho tomado, ao contrario do comandante Che, que não era muito lavadinho) e proclama "Revolucion!!!" contra esse baixo astral e derrotismo militante.
Minhas amigas, senhoras e também senhores, a coisa é assim: se querem desistir de ter alguém na vossa vida, força, é escolha vossa. Se não encontram quem encaixe nos vossos parâmetros de ideal, tudo bem. Se não se sentem satisfeitos com a vida que tem...mudem. Ou nem mudem. Carreguem o vosso cartaz "Tadinha/o de mim, sou vítima" mas carreguem longe de mim.
Porque e, apesar de tudo, acredito com muita certeza que cada pessoa tem o seu par, a parte que lhe completa. Pode ainda não ter chegado a hora, nem o momento oportuno, mas essa pessoa existe. E o mais importante e ter noção de que isso vai acontecer.
Nem sempre é fácil ter fé, ter esperança. Mais fácil é deixar-se levar pelo pessimismo, a desesperança e pelo mau humor.
Tenho muita pena, mas eu não aceito, vou fazer birra, bater o pé e todas as escandaleiras possíveis pra fazer valer a minha visão do mundo: a de que podemos ser felizes, que podemos mudar e que podemos acreditar que a solidão é apenas um pequeno momento de pausa na nossa vida
Ainda tem muito filme pra se ver.
E apesar desse telefonema ter me estragado o começo da manhã, não vou deixar que isso me influencie mais o meu dia. Daqui até amanhã, tem muito chão pela frente, boas notícias por chegar e motivos para rir. é ir tocando o dia!!
E como dizia a minha avó : "Pra trás mija a burra"
Apareçam
Rakel
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