Eu ando a pé. Acho que é saudável e dos poucos exercícios físicos que não exige mais do que colocar um pé na frente do outro e ir no passo que mais der jeito. Portanto, bastante fácil, barato e sem hora marcada.
Além do que, me dá oportunidade de ver, cumprimentar, conversar, sem ficar contando os minutos ou o numero de passadas. Gosto de ver o que me rodeia, detesto andar stressada, buzinadelas, neuras, essas coisas todas. E como vivo numa cidade pequena, com bastante verde, limpa e relativamente segura, tenho gosto em andar. Acho que além de tudo, dou meu contributo para um ambiente mais limpo e ecológico.
Sei que a Jess nesta altura deve estar me chamando de tudo e mais alguma coisa, porque ela farta-se de me chamar para fazer caminhadas. Só que a agenda dela não bate certo com a minha, na hora que ela está livre, tenho eu já em casa os meus filhotes e vise versa. Ou não me apetece mesmo.
Mas mesmo assim, detesto conduzir, não só pelo facto de que fico tensa, mas por não poder apreciar a paisagem. E como a cidade disponibiliza transportes urbanos, se necessito de ir mais longe faço uso deles. Pena que ainda não usem biodiesel, aí sim, andaria ainda mais.
Mas como peão, tenho que dizer que ando muito insatisfeita. Pouco é o respeito de quem está atrás do volante e nem quero lembrar de quando começar o Invernos à sério, porque aí é um verdadeiro ataque de nervos. Os condutores esquecem com facilidade de quem anda a pé. E tem aqueles anormais que parecem que fazem questão de passar pelos charcos para nos molhar de propósito. Perdi a conta das vezes que cheguei em casa molhada até às cuecas.
Assim como as passadeiras. Perdi a conta das vezes em que os para choques paravam nas minhas pernas... e eu no meio da passadeira. Dos pontapés que tive que dar nessas alturas (e aí, abençoadas "botas da tropa"), ou ter que largar o meu vocabulário mais colorido ao lerdo mental que fica muito surpreendido por não ter me visto, no meio da passadeira a meio do dia. Já disse que não sou baixinha, geralmente no Inverno, uso casacão preto....impossível não me ver. E ficam ali, com aquele olhar bovino, uns pedem desculpas, mas outros não.
Mas o pior mesmo são as mulheres... me desculpem amigas, mas sim são vocês. Como ando a pé, posso dizer que as mulheres são as menos simpáticas... Pura e simplesmente não param para deixar um peão passar na passadeira. Chegam ao cúmulo de olhar pra gente e acelerar...Se numa semana, eu tiver que atravessar 50 passadeiras e dessas 25 mulheres estiverem ao volante, uma para pra dar passagem. O resto, nem aí.
Eu sei que mulher tem um monte de coisas na cabeça, e apesar de não serem umas aceleras, são muito distraídas. Pensam nos filhos que tem que buscar na escola, a ida ao supermercado, a natação dos filhos, o jantar pra fazer, a roupa que ainda não foi estendida, o trabalho que trouxe pra casa e ainda tem que fazer sem vontade ou não.
Tudo bem. Mas quem tem um volante na mão, tem responsabilidade. Carro mata, machuca. E desde que não haja excesso de confiança... do tipo: "não faço pisca porque eles sabem pra onde eu vou (???)", ou só acontece com os outros...a coisa vai.
Há uns tempos, dei-me conta que a música pode fazer horrores no volante. Fiz um CD de música pra Jess, e ela gostou tanto, que conforme ia esganiçando as canções ia acelerando o carro. E eu, lá no lado do pendura, perguntei:
- Tá gostando né?
-Tá muito bom - respondeu ela
-Então desacelera pá!!
Apareçam...
Rakel
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