Eu, que tinha acordado bem, que me senti inspirada, nem sei bem porque, falei de beijos e gulodices, apanhei uma amargo de boca.
Há coisa de mais ou menos meia hora, telefonou-me uma amiga de longa data, mora mais a Norte, perto da fronteira com Espanha e com uma vida profissional exigente. Disso tudo, temos pouco contacto actualmente, mas sempre que possível tentamos nos manter a par uma da outra.
Ela e o marido, são daqueles casais que a gente chama de amorosos, tanto que, eu dei de alcunha particular os "Periquitos", porque estavam sempre com mimos, palavras ternas...até ao limite do enjoo. Pareciam que não podiam ficar um sem o outro. Uma coisa única de se ver e saber.
Até hoje foi assim na minha cabeça.
Hoje me liga uma amiga chorosa, pra baixo, humilhada e triste. Primeira coisa que me passou pela cabeça, foi que o marido tivesse tido um acidente, ou doente, essas coisas. Mas não, não foi isso.
Ontem, pelo que me disse, na hora de almoço, junto às colegas de trabalho, chega uma rapariga, toda emproada de nariz em pé e começa a dizer que tem um assunto importante a dizer à minha amiga.
Do lado de fora do café, a rapariga começa a dizer que tem uma relação com o Periquito e que pede à ela que seja mais forte e que pare de chantagea-lo, porque eles não se iriam separar...
Imagino o choque, a humilhação...de algo que nem sequer passava pela cabeça da Periquita...o marido tinha outra...
Depois de conseguir acabar a conversa, que não vou passar aqui, a minha amiga foi pra casa, chamou o marido e confrontou-o. E o covardolas, aquela lesma, invertebrado e anormal, disse que não tinha nada para explicar. Pegou nas suas coisas e deu de fosques. Muito digno não é?
Fiz o que pude para anima-la, mas acho que sem muito sucesso, e pena minha que não temos amigos em comum no lugar onde ela mora, pois gostaria de fazer a "rede amiga" do costume. Mas vou seguir de perto.
Mas no fim de contas, me pego aqui não com pena...mas com raiva. Mentiras, desonestidade, fingimento, tudo isso misturado com humilhação e descrença. Sempre entra um factor de adição às coisas que a gente já cimenta por hábito. E aqui fico me perguntando, se nas horas em que ele pegava na mão dela, dava aquele olhar ternurento...já não andava com a outra?
Caraças... a gente acredita no quê afinal?
Apareçam
Rakel
Comentários
Enviar um comentário
Estamos ouvindo